Por que o turismo é importante para o setor náutico?
Bianca Colepicolo aponta benefícios de incentivar atividades turísticas e analisa o crescimento da área
Para a as teorias da atividade turística, segmentos funcionam como uma divisão didática para organizar políticas públicas e investimentos. O turista mais antenado pode se identificar com esses conceitos segmentados, mas, na prática, para a maioria, o que importa é a experiência que o turismo proporciona.
Por onde começar o turismo náutico?
Bianca Colepicolo dá 10 dicas para desenvolver o turismo náutico dos municípios
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Assim, esses segmentos vão surgindo, se consolidando e se fortalecendo à medida que há demanda e, portanto, oportunidade de negócios.
O turismo náutico é um segmento que, evidentemente, sempre existiu, mas que hoje alcança uma amplitude inédita. Estudos, materiais de divulgação e políticas públicas começam a surgir, iluminando desafios e potenciais.
Considerando o número de empreendimentos diretamente relacionados, como marinas e píeres públicos no país, e a pouca organização do setor em relação às demandas de desburocratização necessárias para alavancar o turismo náutico, percebe-se que o próprio setor ainda não compreendeu as vastas possibilidades que podem surgir.
A maior parte das demandas do setor está relacionada a questões tributárias e à segurança para investimentos privados. E, claro, estamos falando de cifras altíssimas. Isso faz com que os barcos utilizados no transporte aquaviário de turismo e a movimentação financeira da atividade pareçam quase irrelevantes.
Talvez a movimentação de uma região inteira ou até mesmo de um estado corresponda a menos do que o valor de um iate de luxo vendido. No entanto, o setor náutico talvez não tenha considerado os benefícios indiretos da atividade turística, que merecem atenção especial.
Conexão com a comunidade local
O turismo nas cidades conecta-se diretamente com os munícipes por meio da cultura, da educação e do esporte. Assim, quando se começa a falar de turismo náutico em uma comunidade, despertam-se interesses e talentos que, no futuro, formarão consumidores ou profissionais do setor.
Ampliação do conhecimento e da experiência de navegação
A grande maioria dos turistas nunca teve a oportunidade de vivenciar a navegação. A possibilidade de conhecer de perto uma embarcação, um procedimento ou uma infraestrutura náutica enriquece o cidadão conceitualmente.
Em qualquer democracia, é fundamental que a opinião pública possa formar julgamentos próprios e escapar de manipulações midiáticas. Quanto mais cidadãos tiverem a experiência de navegar, maior será a probabilidade de surgirem políticas de incentivo ao setor náutico.
Incremento na demanda por serviços especializados
O aumento da demanda por serviços, como manutenção de embarcações, provoca um crescimento na quantidade e qualidade dos prestadores de serviços, beneficiando todo o setor.
Sempre visionário, o Grupo Náutica criou a área de destinos turísticos náuticos nos Boat Shows, trazendo o tema à tona nos eventos. Outras boas iniciativas também têm surgido.
A Bahia, por exemplo, implantou o primeiro SAC Náutico — um serviço que reúne a Receita Federal, a Polícia Federal e a Capitania para facilitar a entrada e saída de estrangeiros embarcados. São Paulo elaborou um plano, um programa e um decreto pioneiro para consolidar a atividade.
Já a Marinha do Brasil estabeleceu uma NORMAM específica para proporcionar a experiência do turismo de moto aquática. Agora, é hora de a parte produtiva do setor também se sentar à mesa e contribuir para o avanço desse segmento tão promissor.
Mestre em Comunicação e Gestão Pública, Bianca Colepicolo é especialista em turismo náutico e coordena o Fórum Náutico Paulista. Autora de “Turismo Pra Quê?”, Bianca também é consultora e palestrante.
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