Arquiteto cria curso para profissionalizar designers de barcos de lazer no Brasil


No mercado há 25 anos, Eduardo Engel é formado em arquitetura e, apesar de ter feito carreira paralela na construção civil, nunca deixou de projetar embarcações e se dedicar a sua paixão: restaurar e construir lanchas de madeira, com base em projetos antigos. “Logo que me formei, fiz o desenho de uma embarcação de 95 pés de fibra para um cliente e, desde então, nunca parei. Minha vocação sempre esteve mais para água do que para cimento”, conta Eduardo, que, hoje, é sócio da Vintage Boats, especializada na restauração e construção de lanchas e veleiros clássicos.
A paixão pelo mar é herança de família e os barcos encantaram o designer desde o início, principalmente os clássicos de madeira americanos da marca Chris-Craft. Agora, após tantos anos olhando para o passado, o arquiteto tem um novo projeto, totalmente voltado para o futuro: criou um curso de design de barcos de lazer na Universidade Presbiteriana Mackenzie, a ser ministrado nas unidades de São Paulo e no Rio.
“O curso será bem técnico e voltado ao projeto e design náutico interno e externo, com matérias como design de cascos e casaria, hidrodinâmica, propulsão e equilíbrio, além de aulas com grandes profissionais da área e palestras de estaleiros”, adianta. Em São Paulo, os alunos receberão o título de pós-graduação latu senso, após 360 horas de aulas, conforme determina o Ministério da Educação. Já no Rio o curso terá nível de extensão universitária e será dividido em módulos, havendo mais tempo para cada uma das disciplinas que compõem o programa.
Os cursos ainda não têm data para começar, mas Eduardo acredita que o início não deve ultrapassar o ano que vem. Para ele, já é tempo de valorizar o design brasileiro também na área náutica. “Eu tive que me especializar fora do país, mas espero que os próximos profissionais possam adquirir conhecimento aqui mesmo, procurando cursos lá fora por opção, e não por falta dela”, argumenta Eduardo Engel, que não tem dúvida de que o curso pode ser uma das frentes que abrirão novos horizontes para a evolução do design náutico no país.
“Nós, os designers brasileiros, precisamos ser valorizados pelo mercado. Ninguém consegue fazer um bom trabalho se não for devidamente remunerado. São necessárias muitas horas de empenho para projetar uma embarcação bonita e de alto desempenho e, acima de tudo, que seja adequada ao público que se destina”, explica o projetista.
Segundo Engel, os brasileiros não precisam provar que são melhores que os europeus ou americanos: “Temos que entender que nosso mercado e nosso litoral são diferentes e, exatamente por isso, nossos barcos também precisam ser únicos”, critica. A ideia do curso é profissionalizar o designer náutico brasileiro e, com isso, contribuir para a fomentar, ainda mais, um mercado que tanto cresceu e ainda tem muito espaço para se expandir no país.
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