Qualidade da água da Lagoa da Pampulha melhora e amplia possibilidades de uso no futuro
Após um período de interrupção no tratamento da qualidade da água da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte (MG), os trabalhos foram retomados e o espelho d’água voltou a dar sinais de melhora. Os resultados da análise na água ficarão prontos no fim deste mês, mas a prefeitura já comemora a melhora visível do local. Se confirmada a permanência na classe 3 – parâmetro de qualidade definido pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) -, o local pode permitir a navegabilidade no futuro.
“A nossa prioridade é que a lagoa deixe de ser um incômodo para a população como era no ano de 2015, quando eram retirados caminhões de peixes mortos da lagoa, algas e o cheiro era insuportável. Agora está se tornando um local aprazível, não há mais a mortandade de peixes e a quantidade de algas que havia antes”, explica o diretor de Gestão de Águas Urbanas da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, Ricardo Aroeira.
O trabalho de tratamento com tecnologia aplicada na lagoa teve início em 2016, após a contratação de um consórcio por meio de licitação, o Pampulha Viva, e durou de março daquele ano até março de 2018. Após isso, alguns entraves na negociação para renovação do contrato impediram a continuidade dos trabalhos por seis meses. O tratamento foi retomado em outubro de 2018, após nova negociação com o mesmo consórcio, e vale por um ano, com possibilidade de renovação em até 60 meses.
Em janeiro deste ano a qualidade da água da Lagoa da Pampulha chegou à classe 3, critério definido pelo Conama. De acordo com a definição do órgão, ao chegar a este patamar, a água poderia ser utilizada para navegação e paisagística.
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Os resultados que serão apresentados no fim deste mês indicarão se a água permanece neste patamar de qualidade. No entanto, a possibilidade de navegação no espelho d’água, que remete ao início da história da lagoa, ou até mesmo a ideia de se praticar esportes náuticos no local, não são prioridades neste momento para a administração municipal.
Mesmo que a água da Lagoa da Pampulha alcance elevados patamares de descontaminação, nadar ali nunca será possível. Isso porque um dos principais fatores para a poluição no local é o lixo jogado na bacia hidrográfica e da lagoa, proveniente do esgoto despejado ali.
A Bacia Hidrográfica da Pampulha tem uma área de 97 Km² e uma população de 500 mil habitantes no total, sendo 55% moradores do município de Contagem-MG e, 45%, de Belo Horizonte. A bacia é composta por oito cursos d’água, sendo eles os córregos Mergulhão, Tijuco, Ressaca, Sarandi, Água Funda, Braúna, Olhos D’água e AABB.
Segundo a prefeitura, a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) retira aproximadamente 10 toneladas de lixo flutuante por dia. Em outubro do ano passado, o órgão iniciou uma nova fase do desassoreamento da Lagoa e a expectativa é que até 2022 sejam retirados 520 mil metros cúbicos de sedimentos. O investimento aplicado nesta operação é de R$ 33 milhões.
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