5 regras para escolher um bom colete salva-vidas
Todo mundo que é do mar, ou que já teve o mínimo contato com ele, sabe da importância dos coletes salva-vidas. Como o próprio nome já diz, eles têm a nobre função de salvar vidas! Seja em piscinas, lagos, represas, beira-mar ou embarcado, é indispensável a utilização deste item. Mas, como saber qual é o colete mais indicado para cada pessoa e cada situação? A empresária Marta Lara, uma das proprietárias da Ativa Náutica, no mercado há 16 anos, esclarece algumas dúvidas sobre o tema.
1- Qual colete comprar para minha embarcação?
A primeira indicação é acessar o site www.marinha.mil.br e procurar qual a Capitania da Marinha do Brasil responsável pela região em que pretende navegar. Só eles poderão informar corretamente quais equipamentos serão exigidos em caso de vistoria ou fiscalização.
2- Vai navegar em que área?
Existem coletes específicos para cada área de navegação e situação de uso. Por meio das “Normas da Autoridade Marítima para Homologação de Material”, NORMAM 05, a Marinha do Brasil reconhece cinco classes ou áreas de navegação:
Coletes Salva-Vidas Classe I: Para navegação oceânica, águas brasileiras ou internacionais. Indicado para travessias transatlânticas e plataformas de petróleo. Itens de segurança obrigatórios: gola, refletivos, luz sinalizadora, alça para resgate (Lifting – loop), cabo liga-náufrago e apito.
Coletes Salva-Vidas Classe II: Para navegação em mar aberto, águas brasileiras até aproximadamente 200 milhas da costa. Indicado para qualquer atividade em mares da costa do Brasil. Nesta classe, existem dois modelos disponíveis no mercado. O modelo “canga”, aquele quadradinho laranja tradicional, e o modelo “jaleco”, que tem a mesma flutuabilidade e desempenho que o primeiro, porém, é mais confortável porque pode ser vestido como uma jaqueta. Itens de segurança obrigatórios nos dois modelos: gola, refletivos e apito.
Coletes Salva-Vidas Classe III: Para navegação em águas abrigadas e calmas. Indicado para qualquer atividade em rios, lagos e represas. Nesta classe, também existem dois modelos disponíveis no mercado, porém, sem refletivos e de menor flutuabilidade que os Coletes Classe II. Não podem ser utilizados em mar aberto. Itens de segurança obrigatórios: gola e apito.
Coletes Salva-Vidas Classe IV: São indicados para situações de trabalho. Fabricados para uso por longos períodos em trabalhos realizados próximos à borda de embarcações ou situações de risco de queda na água. Utilizado em construções de pontes, conserto de barcos, etc. Itens de segurança obrigatórios variam de acordo com a situação de trabalho a que o usuário será submetido.
Coletes Salva-Vidas Classe V: São indicados para atividades esportivas de alta velocidade como: jet-ski, banana-boat, esqui aquático, windsurf, stand-up paddle, pesca esportiva e pequenos veleiros. Itens de segurança obrigatórios variam de acordo com a atividade. Em águas brasileiras, permite homologar embarcações de até 5m para mar aberto (no lugar do colete Classe II) e de até 24m para embarcações em águas abrigadas (no lugar do colete Classe III).
Auxiliares de Flutuação: Não podem ser chamados de coletes salva-vidas. São equipamentos de menor flutuabilidade que deverão ser utilizado apenas por nadadores. Não são homologados pela Marinha do Brasil e são indicados apenas para recreação em piscina.
3- Agora já sabe qual classe escolher. Mas, como achar o melhor modelo?
Tamanho: As largas faixas de peso estipuladas para cada tamanho são determinadas pelo Departamento de Engenharia da Marinha do Brasil e devem ser seguidas à risca para a certificação do produto. Os valores estipulados foram baseados na lógica de que seu corpo já flutua por si só, o colete irá apenas somar à sua flutuação. Encontre o seu peso, especificado na parte interna dos coletes. Exemplo: Para pessoas de 60, 89 ou 108Kg será o colete tamanho G – que serve de 55 a 110 Kg. Os coletes salva-vidas são testados em pessoas de até 150Kg. O limite máximo de um colete é o diâmetro do cinto com os fechos engatados. Ajustou, fechou, flutuou!
Ajuste: Para achar o modelo ideal, o melhor a fazer é vesti-lo. Os ajustes das fitas são fundamentais para que o colete não fique incômodo ou saia do corpo no caso de queda brusca. Uma dica importante é vestir, fechar e ajustar as fitas; sente em uma cadeira para ver se a altura do colete é confortável (se não pega na coxa). Agora, peça para alguém puxar os ombros do colete para cima – o colete deve estar ajustado de tal forma, que os ombros quando puxados, não passem da altura das orelhas! Isso indica, que quando você cair na água, o colete não irá subir demais.
4- Certificação (ou Homologação) da Marinha do Brasil
Ao adquirir um colete, exija o Certificado de Homologação. É a sua garantia que este produto passou por inúmeros testes de resistência e desempenho, exigidos pela Marinha do Brasil. Todos os fabricantes de equipamentos de salvatagem são obrigados a fornecer uma cópia do certificado atualizado. Também é possível conferir pelo site da Marinha do Brasil www.dpc.mar.mil.br
5- Prazo de validade
Equipamentos de salvatagem não possuem prazos de validade previstos por lei. Está escrito na NORMAN 05 que cabe ao usuário do colete tomar os cuidados necessários para aumentar a vida útil do mesmo, podendo a Marinha exigir a troca imediata no caso de peças muito antigas ou mal conservadas.
No caso dos equipamentos náuticos, o orgão responsável é a Marinha do Brasil. Somente o DPC (Diretoria de Portos e Costas) pode conceder o Certificado de Homologação que garante os requisitos de segurança e qualidade necessários para uma navegação segura. Não existe certificação INMETRO ou CA para colete salva-vidas.
Fotos: Divulgação
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