Azimut demarca Brasil como polo náutico de exportação para os EUA

Por: Redação -
08/10/2016

Quando a italiana Azimut Yachts fincou sua bandeira no Brasil, na catarinense Itajaí, em 2010, o panorama internacional era de forte recessão. No entanto, impulsionado pelo forte consumo interno, o país ingressou em 2011 imune a essa crise. Seis anos depois, o panorama mudou. Agora, é o Brasil que busca se recuperar de seguidos períodos de recessão financeira. Mesmo assim, a bandeira do estaleiro continua a tremular com exuberância e se faz notar até no exterior, principalmente nos Estados Unidos.

O faturamento da marca no Brasil, em 2015, chegou perto de R$ 2,8 bilhões — patamar de causar inveja a muitas empresas, inclusive fora do mercado náutico. “Globalmente, o Grupo Azimut-Benetti cresceu 11% no último ano, enquanto a náutica mundial cresceu apenas 4%. E estes 11% representam, para nós, um índice 15% maior que o ano anterior”, destaca Davide Breviglieri, CEO da Azimut Brasil, que pertence ao Grupo Azimut-Benetti, um dos gigantes que lideram a produção mundial de embarcações de luxo, estando presente em 138 localidades de 68 países.

Segundo Breviglieri, desde que se instalou no Brasil, a Azimut já vislumbrava que o país detém um potencial náutico extraordinário. “E, hoje, posso afirmar que o Brasil tem uma posição privilegiada, como ponto de partida para o fornecimento de embarcações para toda a América, em especial para os EUA”, avalia ele, acrescentando que a empresa aproveitou as dificuldades enfrentadas nos últimos anos para aprimorar processos e usou a alta do dólar paras incrementar as exportações.

Isso porque se, de um lado, a produção encareceu — lembrando que boa parte dos itens empregados na construção dos barcos ainda vem de fora, já que não há uma supply chain brasileira capaz de atender aos estaleiros com padrão global de qualidade –, o câmbio favorece a venda de barcos lá fora. Mas e o chamado “custo Brasil”? Esse fator não configuraria um empecilho, em termos de competitividade e preço?

Breviglieri explica: “Sim, o custo de importação de componentes é um elemento que pesa negativamente, assim como a mão de obra local, que não é barata, e a logística internacional, pois é quatro vezes mais caro transportar um barco daqui para os EUA do que da Europa para lá”, compara ele. “Porém, temos trabalhado de uma forma muito eficaz para reduzir esse gap penalty e temos obtido sucesso”, completa.

Como resultado, a marca desenvolveu dois modelos tipo exportação, a Azimut 42 e a Verve 40, uma estratégia que vem dando bons resultados. “No próximo ano, temos previsão de exportar 20 barcos para os Estados Unidos, enquanto exportamos 13 no último ano”, comemora Francesco Caputo, diretor comercial da Azimut Brasil. Ele informa que o estaleiro vai dedicar especial atenção ao público que busca produtos menores, na faixa dos 40 aos 56 pés, mas com os mesmos padrões de excelência na produção e no acabamento de barcos maiores, como a Azimut 60, e mesmo o iate de 30 m Azimut Grande 95 RPH — nada menos que o oitavo modelo a ser fabricado aqui, a partir de janeiro.

“Este projeto de 30 m não representa só um desafio para a gente, mas é, também, motivo de grandes orgulho porque, até dois anos atrás, era loucura pensar em construir aqui um barco de 70 pés com essa qualidade”, comenta Caputo. Para dar conta da empreitada, a única fábrica controlada pela companhia fora da Itália — que, recentemente, recebeu uma injeção de capital de R$ 70 milhões — será ampliada em 5 mil m² e está contratando 170 funcionários. É assim que a Azimut mantém sua bandeira tremulando com pujança.

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