Barcos históricos levaram ronco dos motores para as águas da Represa de Guarapiranga
Sétima edição do Classic Boat Festival levou famílias e apaixonados por barcos ao Yacht Club Paulista
O ronco dos motores ecoou na zona sul de São Paulo no último fim de semana. Mas, surpreendentemente, o rugido não vinha do Autódromo de Interlagos. Barcos clássicos — muitos deles equipados com motores de automóveis — foram atração na Represa de Guarapiranga durante o VII Classic Boat Festival.
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O evento, organizado pelo Yacht Club Paulista, reuniu algumas pérolas de décadas passadas. Embarcações dos anos 50, 60 e 70 mostraram toda sua potência (e charme) deslizando sobre as águas da Guarapiranga.
Foi a oportunidade perfeita para reunir amigos apaixonados por barcos e levar a família inteira para ver de perto embarcações que marcaram a história náutica do país.
Entre os modelos que ali desfilaram estavam ski boats, cracker box e Fórmula Indy — principais categorias de motonáutica, esporte praticado com embarcações de alta velocidade.
Algumas delas aceleraram em uma raia especialmente montada para o evento, mostrando a potência de seus motores.
Sérgio Canineo, comodoro do Yacht Club Paulista, conta que a motonáutica teve seu auge no Brasil nos anos 1960 e 1970 na Represa de Guarapiranga. Nesta época, o Brasil chegou a ter quase 200 barcos divididos em várias categorias em campeonatos estaduais e nacional.
Octacampeão de motonáutica no VII Classic Boat Festival
Odair Mazaro, 70, foi o último dos campeões das corridas de barcos usando motores seis cilindros. Ele começou a correr aos 35 anos e se manteve nas disputas por 15 anos, em duas categorias: Cracker Box e Fórmula Indy. Foi nessa última em que Odair mais se destacou, alcançando o título de octacampeão paulista e campeão brasileiro.
Vestindo uma camiseta com os dizeres “Idosos e Furiosos”, Odair navegou na Guarapiranga com sua máquina: um casco do tipo R5, com motor de centro (e de automóvel). Barcos como esse começaram a ser fabricados no Brasil na década de 50.
“Este modelo é um dos cascos mais modernos que existem, é um hidroplano. Um barco que anda tipo num colchão de ar, bem na flor da água”, explica o veterano.
Ele tem uma velocidade bem maior do que os outros e é o único no Brasil com esse modelo – Odair Mazaro
Fabricado em 1987, o barco de Odair está com ele desde 1990. No entanto, o piloto sofreu um acidente com ele em 1998, que o fez “puxar o freio de mão” por 15 anos. Recentemente, a embarcação passou por uma reforma que levou dois meses para deixá-lo pronto para correr na Guarapiranga novamente.
Declínio da motonáutica do Brasil
Sérgio Canineo revelou que um dos últimos campeões da Guarapiranga foi Abílio Diniz, empresário fundador do Grupo Pão de Açúcar. Aliás, o bilionário foi campeão brasileiro de motonáutica nos anos de 1968, 1969 e 1970.
“As corridas de barcos na Guarapiranga acabaram na década de 1980 e o pessoal migrou para a Represa Billings”, explica Sérgio.
O esporte acabou perdendo a popularidade e o último campeonato brasileiro com as categorias principais aconteceu justamente na Billings, em 2009. De lá pra cá, somente o campeonato gaúcho acontece com regularidade.
Mesmo com o esporte enfraquecido no país, o nome mais importante na motonáutica atualmente é de um brasileiro: Lebos Chaguri, atualmente tricampeão mundial.
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