Casal resgata veleiro de 50 pés abandonado e sonha navegar o litoral do Brasil
Apaixonado por veleiros em geral, e por modelos da Fast Yachts em particular, o casal Ramiro Eli e Giorgina Karolyi Eli mal acreditou quando encontrou um celebrado Fast 500 ano 1986 em estado de quase abandono em Cabedelo, na Paraíba. Ainda mais quando soube que a unidade em questão era nada mais nada menos que a número 1 fabricada pelo estaleiro Fast, que caiu nas graças dos velejadores brasileiros, nos anos 1980, construindo barcos tão bons que mesmo hoje, muito tempo depois de deixarem de ser produzidos, continuam sendo objetos de desejo.
“Nos conhecemos velejando ainda na infância quando nossos pais tinham veleiros. Casamos e continuamos dividindo essa paixão. Foi quando descobrimos o Força Maior, abandonado há 17 anos em uma poita na Paraíba”, conta Giorgina.
Era a primeira unidade do 50 pés produzido pela Fast Yachts, em 1986. Por coincidência, o barco morava na imaginação de Ramiro, desde que a revista Esportes Náuticos, que daria origem à NÁUTICA, publicou uma reportagem sobre ele, no mesmo ano.
“Eu gostava tanto desse veleiro que, quando era adolescente, tinha um poster do Força Maior na porta de um armário do meu quarto. Então, por uma daquelas coisas inexplicáveis da vida, lá estava ele, o nosso sonho unindo mais uma vez a nossa história. Não tivemos dúvida de que era hora de embarcar e mergulhar de cabeça nesse sonho”, recorda Ramiro.
Coincidência é pouco. O casal estava à procura de um veleiro para comprar, na região entre Ubatuba e Paraty, no litoral de São Paulo, quando ficou sabendo da existência do veleiro Força Maior. “Foi por meio de uma conversa ocasional com seu próprio dono, o Senhor Carlos, de quem fomos ver um outro veleiro, de casco de aço, em Paraty”, explica Giorgina.
Durante a conversa, surgiu a informação sobre o Fast 500, que estava fora de combate em uma poita na Paraíba. A notícia soou como música (das boas) para o ouvido do casal. Ainda mais quando souberam que se tratava do próprio Força Maior dos sonhos de Ramiro. “Eu não podia perder a oportunidade de comprá-lo”, diz o velejador.
Os dois não perderam tempo: assim que a agenda permitiu, voaram para a Paraíba, atrás da preciosidade, mesmo sem o barco estar à venda. Encontraram o veleiro detonado, já quase a ponto de virar sucata, em um canto da Marina do Jacaré, e mesmo assim, fecharam negócio, dispostos a bancar a restauração.
“Fizemos a compra oficial, no papel, dia 21 de janeiro de 2020. A princípio, o Carlos não queria vender. Dizia apenas que, se algum dia fosse abrir mão do barco, seria para o Ramiro. Mas acabou vendendo, pois houve uma empatia muito grande entre eles”, conta Giorgina.
Muita água, porém, já havia passado por baixo daquele velho casco, que pedia uma restauração para readquirir a antiga forma. “Sabíamos que ele precisaria de uma ampla reforma, para voltar a ser o belíssimo barco que foi em outros tempos e nos nossos sonhos. Com isso, decidimos encarar essa missão”, conta Ramiro, que sempre gostou de construção naval e, por um tempo, trabalhou com survey de barcos de grande porte, sua paixão.
Imediatamente, colocando eles próprios a mão na massa, os dois iniciaram uma meticulosa restauração do velho Fast 500, que teve Nelson Bastos como primeiro dono. “Voamos para lá a cada 15 dias, quando as regras de isolamento social permitem. Estamos fazendo tudo, passo a passo, atualizando os itens principais e de segurança, junto com um pessoal especializado em marcenaria”, conta a velejadora.
Não perca nada! Clique aqui para receber notícias do mundo náutico no seu WhatsApp.
O plano do casal é deixar o veleiro em condições seguras de navegação, ainda na Paraíba, com toda a parte de marcenaria concluída, e depois navegar até o Sudeste, deixando para concluir a reforma mais perto de casa. “A ideia é descer velejando até Ubatuba”, explica Giorgina, que ao lado de Ramiro e dos filhos, Martin, de 7 anos, e Nicolas de 5, pretende morar a bordo do Força Maior. “Quando estiver pronto, será a nossa nova casa!”, garante.
O dois sempre foram fã da marca e acabaram virando especializadas na história do estaleiro Fast Yachts, criado por Nelson de Sampaio Bastos no ano de 1980 e que já teve como proprietários Eduardo Souza Ramos, Marcos Soares e Fernando Martins, até encerrar as atividades em 2004, quando fabricava apenas o Fast 365.
Receba as notícias da NÁUTICA direto no seu celular clicando aqui.
“Tudo começou com a fabricação dos famosos veleiros Fast 345, que foram referência na vela oceânica brasileira por muitos anos e, até hoje, é um dos modelos mais desejados no mercado de veleiros usados no Brasil. Depois, a Fast Yachts lançou o Fast 410 e o Fast 500”, enumera a velejadora. “Na sequência, foi lançado o Fast 395, modelo que substituiu o Fast 410”, acrescenta.
Além de professar amor pelos barcos, Giorgina e Ramiro participam de um grupo que reúne cerca de 200 apaixonados pelos veleiros da marca Fast, entre proprietários e simpatizantes. O passo a passo da reforma pode ser visto no Instagram oficial do casal. Veja abaixo.
https://www.instagram.com/p/B8CNGo3hfdl/
Não perca nada! Clique aqui para receber notícias do mundo náutico no seu WhatsApp.
Náutica Responde
Faça uma pergunta para a Náutica
Relacionadas
Origem do fenômeno é desconhecida, gerando teorias diversas, que vão de esconderijo alienígena a base nazista
De 28 de novembro a 1º de dezembro, acessório que atende de crianças a adultos atracará no salão ao lado de outros produtos recém-lançados da marca
Pachtogue River Christmas Boat Parade levará embarcações natalinas e clássicos do rock a Long Island, em Nova York
Agroquímica São Gabriel aposta na variedade para conquistar o público do salão, que acontece de 28 de novembro a 1º de dezembro
Encontrado na China, animal vive na escuridão, não possui padrão de cor e mede até 2,5 centímetros