As lanchas rápidas e armadas do Irã que aterrorizam as águas do Golfo Pérsico
Uma única abelha é um incômodo para um ser humano, mas um enxame delas pode ser letal. Com base nessa lógica, o Ministério da Defesa do Irã ocupou as águas do Golfo Pérsico com mais de uma dezena de barcos-patrulha conhecidos como “lanchas voadoras”, por atingirem velocidades superiores a 100 km/h.
A tática é atacar em ondas, interceptando os navios mais lentos (como um porta-aviões, por exemplo), com uso de armamento pesado ou mesmo em ataques suicidas no estilo kamikaze. E depois fugir rapidamente, para evitar retaliações.
Para isso, seus tripulantes dispõem de duas metralhadoras DShK de 12,7 mm (600 tiros por minuto e 2000 metros de alcance), dois mísseis anti-navio Nasr-1 (ogiva de 150 kg e mais de 30 km de alcance) e dois torpedos russos Shkval (velocidade: 360 km/h).
No ano passado, por exemplo, o navio de rastreamento americano USNS Invincible e três navios britânicos foram forçados a mudar de rumo no Estreito de Ormuz quando duas dessas lanchas iranianas se aproximaram. A prova de que tamanho não é documento.
Teerã percebeu que suas forças navais não têm capacidade de sobrevivência ou poder de fogo para enfrentar os adversários em um confronto direto. Por isso, decidiu se apoiar na geografia rasa e confinada do Golfo Pérsico e, especialmente, no ponto de estrangulamento do Estreito, apenas 29 quilômetros de costa a costa, para lançar ataques com essas lanchas.
Calcula-se que nada menos que três esquadrões como esse, com 11 lanchas batizadas de Seraj-1, IPS-18 e Zalfaqar.75, estão sob comando da Marinha da Guarda Revolucionária Iraniana.
Nos Estados Unidos, o Pentágono está bem ciente do perigo que os enxames do Irã representam e está desenvolvendo novas armas para combatê-los, incluindo pequenos foguetes guiados por precisão e até lasers.
O curioso nesse tipo de lancha — capaz de escapar de radares e ser usada nas missões de patrulha e reconhecimento — é sua origem: a Seraj-1 é uma cópia da lancha britânica Bladerunner 51, projetada pela Ice Marine, que em 2005 estabeleceu o recorde de velocidade da “Round Britain”, completando a circum-navegação de 1691 milhas com uma velocidade média de 53,5 nós, com 72 nós de máxima.
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