Ranking aponta as praias com maior risco de erosão em SP; veja a lista

Por: Nicole Leslie -
23/05/2025

O Governo do Estado de São Paulo divulgou neste mês uma atualização do mapa de risco à erosão costeira nas praias de São Paulo. O levantamento avaliou 109 praias, das quais 61 foram classificadas com risco alto ou muito alto de erosão — o que representa mais da metade das áreas analisadas.

Embora o litoral seja sinônimo de lazer e turismo, um problema silencioso avança sobre essas paisagens: a erosão costeira. Segundo o estudo, esse processo ocorre de três formas principais — todas com potencial de comprometer a integridade do litoral.

 

As cidades do litoral paulista com maior número de praias em risco muito alto foram Ubatuba, com 7 praias (20,5% do total analisado no município); Iguape, com 3 praias (50%); e São Sebastião, com 2 praias (8,3%).

Praia de Mococa, em Caraguatatuba. Foto: Governo de SP / Reprodução

Na outra extremidade, o município de Praia Grande não apresentou praia com risco alto ou muito alto. Além disso, Ubatuba também lidera em número absoluto de praias avaliadas: foram 34 no total, seguida por São Sebastião, com 24.

Riscos de erosão nas praias de São Paulo:

Bertioga

  • Risco médio: São Lourenço e Enseada-Bertioga
  • Risco alto: Guaratuba, Itaguaré e Boracéia

Cananéia

  • Risco médio: Camboriu
  • Risco alto: Ararapira

Caraguatatuba

  • Risco alto: Tabatinga, Mocoóca, Massaguaçu e Caraguatatuba
  • Risco muito alto: Martins de Sá

Guarujá

  • Risco baixo: Guaiúba e Conchas
  • Risco médio: São Pedro, Astúrias e Góes
  • Risco alto: Iporanga, Perequê, Pernambuco/Mar Casado, Enseada, Pitangueiras, Tombo e Prainha Branca

Iguape

  • Risco médio: Rio Verde
  • Risco alto: Una e Una Norte
  • Risco muito alto: Itacolomi, Juréia e Leste

Ilha Comprida

  • Risco muito alto: Ilha Comprida

Ilhabela

  • Risco baixo: Praia Grande e Siriúba
  • Risco médio: Curral, Barreiros e Saco da Capela
  • Risco alto: Perequê, Armação, Itaguaçu e Castelhanos
  • Risco muito alto: Itaquanduba

Itanhaém

  • Risco muito alto: Itanhaém

Peruíbe

  • Risco médio: Caramboré
  • Risco alto: Guaraú, Una e Una Norte
  • Risco muito alto: Peruíbe

Praia Grande

  • Risco médio: Praia Grande

Santos

  • Risco alto: Santos

São Sebastião

  • Risco muito baixo: Toque-Toque Pequeno e Paúba
  • Risco baixo: Cigarras, Conchas, Santiago, Camburizinho, Cambury, Toque-Toque Grande e Engenho
  • Risco médio: Balneário, Guaecá, Boiçucanga, Baleia, Sahy e Juquehy
  • Risco alto: Pontal da Cruz, Cidade, Baraqueçaba, Maresias, Una, Juréia, Deserta e Boracéia
  • Risco muito alto: Enseada e São Francisco

São Vicente

  • Risco muito baixo: Itaquitanduva
  • Risco baixo: Itararé
  • Risco muito alto: Gonzaguinha/Milionários e Paranapuã

Ubatuba

  • Risco muito baixo: Brava do Camburi
  • Risco baixo: Brava Almada, Prumirim, Caçandoca, Costa, Sununga e Couves
  • Risco médio: Félix, Perequê-Açu, Iperoig, Vermelha do Centro, Tenório, Praia Grande, Domingas Dias e Perequê-Mirim
  • Risco alto: Fazenda-Bicas, Almada, Puruba, Itamambuca, Vermelha do Norte, Toninhas, Lázaro, Vermelha de Fortaleza ou do Sul, Fortaleza, Sapé, Justa e Camburi-Ubat
  • Risco muito alto: Ubatumirim/Estaleiro, Barra Seca, Itaguá, Enseada, Dura, Lagoinha e Maranduba

O que significa estar em risco de erosão?

Praias classificadas como de alto ou muito alto risco estão mais expostas à erosão costeira aguda e à inundação marinha durante eventos extremos, como tempestades severas e marés elevadas. O novo mapeamento serve, inclusive, como ferramenta de apoio à gestão de risco e ordenamento costeiro, ajudando a planejar ações de contenção e adaptação.

Praia de Araçá, em Ilha Comprida. Foto: Governo de SP / Reprodução

Como é feito mapeamento de erosão das praias?

O estudo é conduzido pelo governo estadual desde 1992 e atualizado a cada 5 anos. Apenas praias com no mínimo 500 metros de extensão são incluídas no monitoramento.

 

A classificação de risco é baseada na presença de 11 indicadores ambientais, entre eles:

  • Avanço ou recuo da linha da costa
  • Perda da vegetação nativa
  • Exposição de antigas plataformas marinhas
  • Concentração de minerais pesados

 

Cada indicador recebe um peso específico, e a nota final da praia resulta de uma média ponderada, que define o nível de risco:

  • Muito baixo: até 1,0
  • Baixo: de 1,1 a 3,0
  • Médio: de 3,1 a 6,0
  • Alto: de 6,1 a 12,0
  • Muito alto: de 12,1 a 15,0

 

O avanço do mar é um processo gradual, porém constante. Em um contexto de mudanças climáticas e elevação do nível dos oceanos, o monitoramento contínuo da erosão costeira torna-se uma ferramenta fundamental para garantir a presença das comunidades litorâneas e a preservação dos ecossistemas.

 

Náutica Responde

Faça uma pergunta para a Náutica

    Relacionadas

    Dois em um: novo trimarã promete velocidade de regata oceânica e luxo de iate

    Projeto da Global Yacht Technology entrega comodidade de "gente grande" e tem casco principal inspirado na Fórmula 1

    Assista: fotógrafo faz registro impressionante de baleia de Bryde respirando na superfície

    Rafael Mesquita captou o momento no final de novembro, nas águas de Ilhabela

    Inclusão: venezuelano foi de pintor a líder em um dos maiores estaleiros do Brasil

    Jioscarlos Josue, de 29 anos, foi um dos 71 imigrantes contratados pela Fibrafort através de programas de inclusão. Conheça sua história!

    Ernani Paciornik, presidente do Grupo Náutica, vence Prêmio Nacional de Turismo

    Após votação aberta ao público, empresário garantiu o 1º lugar na categoria “Iniciativa Privada – Empreendedores de Médio e Grande Porte”

    Superiate é lançado com sistema inspirado nos usados por estaleiros italianos há mais de 80 anos

    A italiana Baglietto atendeu ao pedido do proprietário e desenvolveu um sistema de lançamento da embarcação auxiliar tal qual entre 1940 e 1960