Momentos de tensão


O barco Zetra, primeiro da história do Brasil na Transat Jacques Vabre, deixou o Canal da Mancha e já começa a sentir os efeitos do Golfo de Biscaia. A previsão indicava tempo ruim nesta a segunda-feira (26) para o local, que fica entre o Noroeste da França e o Norte da Espanha. Em 10º lugar, os brasileiros não aceleraram muito nas primeiras 24 horas de regata para se poupar. “Foi bastante tranquilo o primeiro dia. A saída de Le Havre foi mais lenta, pois faltou vento para todo mundo. Agora a gente entra na já prevista depressão e as condições de navegação já estão mais difíceis, com vento forte e mar alto. Por isso, poupamos o barco e a nossa parte física para aguentar a passagem por Biscaia, que provavelmente será a mais complicada de toda a regata”, disse Renato Araújo direto do telefone via-satélite do barco Zetra.
A Transat Jacques Vabre tem ao todo 10 mil quilômetros e a passagem pelo golfo de Biscaia, também conhecido como Golfo da Gasconha, é a mais difícil da regata entre a França e o Brasil. A flotilha terá de enfrentar os ventos superiores a 100 km/h e ondas que batem em até 8 metros.
“Não vamos levar o barco ao limite por enquanto. Estamos fazendo tudo com consciência. A gente sabe que o barco pode andar mais e a gente também. Mas não no primeiro dia. Vamos com calma, pois tem muita água pela frente”, reforçou Renato Araújo. “O Zetra é um barco muito estável mesmo com as condições de ventos e mar ruins”.
O veleiro brasileiro disputa o título da regata na Class40 contra outros 13 times. O líder é o Bretagne Crédit Mutuel Elite, que tem vantagem inferior a 50 quilômetros em relação à equipe do Brasil. Na atualização das 11h, o veleiro de Eduardo Penido e Renato Araújo já navegou mais de 300 quilômetros desde a largada do domingo (25).
Depois da primeira noite de disputa da Transat Jacques Vabre, os 42 barcos começam a negociar com as péssimas condições de navegação do Golfo de Biscaia. A largada ocorreu com pouco vento e se manteve até a madrugada de domingo para segunda. O evento conta com 42 veleiros, que partiram de Le Havre, na França, com destino a Itajaí, no Brasil.
Os trimarãs da classe Ultime – a mais rápida entre as quatro categorias – aceleram dentro do olho do furacão. Um pequeno ciclone passa pelo Noroeste da França nessa semana e será decisivo para a regata. O Sodebo lidera a flotilha, seguido por MACIF. Ambos andaram em média de 25 nós.
A primeira posição na IMOCA é provisoriamente do Hugo Boss, mas a classe está aberta, afinal de contas são 20 times na disputa pelo primeiro lugar. O Maître CoQ, comandando por Jérémie Beyou e Philippe Legros, foi obrigado a fazer uma parada estratégica em Roscoff, no região francesa da Bretanha, na noite deste domingo. O 60 pés da classe IMOCA teve um problema no cabo que prende o mastro da proa.
Na Multi50, o Ciela Vilage tem vantagem pequena para os quatro adversários. Na atualização das 11h desta segunda-feira, a diferença era menor do que 35 quilômetros.
Foto: Divulgação
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