Conheça este inusitado projeto de iate holandês que une trimarã e monocasco em um só design

Por: Redação -
30/10/2020

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A empresa holandesa AnwigemA BV inova mais uma vez com um projeto que combina a eficiência de um trimarã ao espaço de um monocasco, e tudo em um barco só. As adaptações permitirão não apenas aumentar a velocidade da embarcação, como melhorar a eficiência de combustível, segundo informações do fabricante. O projeto ainda não saiu do papel, mas os produtores já prometem o início da construção em breve. E o melhor: a um preço que supostamente o permitirá competir com monocascos de volume semelhante, de acordo com os responsáveis pelo projeto.

Sendo o primeiro de sua categoria, o Escalade Trimonoran é fruto do trabalho do designer turco Baran Akalin em parceria com o arquiteto e engenheiro holandês G. Jelle Bilkert. Diferente dos trimarãs tradicionais, em que existem três cascos verticais estreitos ligados por mastros ou um convés principal, no Escalade há dois cascos externos que se espalham em um ângulo a partir do casco central. Eles são ligados abaixo da linha d’água por hidrofólios, a fim de criar a sustentação necessária para o aplainamento sem o arrasto associado.

A ideia original foi elaborada por Bilkert há algum tempo, mas ela só pôde vislumbrar traços de realidade ao ser refinada, desenvolvida e testada com o financiamento do governo holandês. Grande parte desse aprimoramento foi estruturado por Baran Akalin, e quem patenteou todo o conceito da embarcação foi a empresa holandesa AnwigemA BV.

Escalade Trimonorano

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Quanto aos detalhes técnicos, este novo design promete não só um ganho de velocidade de até 30% em relação a um monocasco convencional, como excelente estabilidade tanto em movimento quanto em repouso, por conta dos cascos externos laterais. Além disso, ainda permite que o casco central gere menos arrasto que um único projeto de monocasco. Ainda com esse propósito, uma das rupturas com os modelos tradicionais é a adição de duas folhas, ligando desde a seção dianteira à popa dos cascos externos. Ou seja, além de reduzir o arrasto, também fornece mais sustentação. Desta forma, a embarcação acaba por cortar as ondas de modo mais sutil, propondo um passeio mais suave. O convés ganhou mais espaço de circulação, bem como eficiência em aproveitamento do combustível. Para isso, foi adicionado um link hidráulico para transferir potência entres os motores e os hélices, em vez de um eixo convencional.

A adição do link hidráulico é uma ótima opção para quem deseja mais uma facilidade na hora de posicionar os motores à meia-nau, mantendo o peso o mais baixo e central possível, enquanto os hélices são montados na lâmina de popa para mantê-los imersos o tempo todo. Com o link, a única ligação física entre os dois são as mangueiras de alta pressão que alimentam o fluido hidráulico dos motores principais para os pequenos motores hidráulicos e eixos na folha. O ponto negativo, no entanto, é a dificuldade que encaixá-lo nas marinas, devido à sua largura. O projeto para o Escalade é baseado em comprimento de 82 pés (25m) com boca de 21 pés.

Escalade Trimonorano

Essas adaptações permitem acomodar quatro camarotes e quatro banheiros nos conveses inferiores, incluindo uma grande suíte master na proa e uma cabine de tripulação adicional para duas pessoas. O convés principal incorpora uma grande área de estar de plano aberto com uma cozinha a estibordo e uma área de estar a bombordo; no meio do iate, em um pedestal ligeiramente elevado, há uma área de estar e jantar central com vistas panorâmicas de ambos os lados. As portas para os conveses laterais, bem como a cabine do piloto, incentivam um fluxo fácil de pessoas pelo iate. O estilo do interior é obra da designer britânica Celia Sawyer.

O acesso ao flybridge é feito através de uma escada central que passa sob uma jacuzzi. Possui fundo de vidro, que permite que a luz seja filtrada para o cockpit abaixo, possibilitando, também, uma vista única para os ocupantes da esteira atrás. Múltiplos protetores solares no flybridge, na popa do cockpit e no convés de proa garantem que seja tão luxuoso quanto um monocasco convencional.

Por Naíza Ximenes, sob supervisão da jornalista Maristella Pereira

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