Robôs elétricos autônomos começam a navegar pelos canais da Holanda
Nada errado com as bicicletas, tão abundantes na Holanda quanto os carros nas ruas de São Paulo. Mas, em Amsterdã, quando se fala em “mobilidade urbana”, não existe melhor pedida atualmente que pegar um dos barcos elétricos autônomos que circulam, como táxis, pelos 60 quilômetros de canais da capital holandesa, ao lado dos barcos convencionais que há anos cruzam essa rede de estradas aquáticas.
A novidade, batizada com o sugestivo nome de Roboat, foi desenvolvida em conjunto pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology) e pela AMS (Soluções Metropolitanas Avançadas), de Amsterdã — com apoio da cidade de Amsterdã, da companhia de águas holandesa Waternet e da cidade de Boston —, que pretendem desenvolver uma nova forma de navegar pelas vias singráveis do mundo sem uma mão humana ao volante.
Foram três anos de pesquisa, trabalhando com protótipos em escala 1:4 e 1:2, até a apresentação, em 2020, de um protótipo em grande escala. Os responsáveis pela pesquisa confiam que em alguns anos refinarão a tecnologia a tal ponto que os barcos autônomos circularão pelos canais de Amsterdã regularmente para realizar tarefas como coletar lixo e transportar mercadorias e passageiros, inaugurando assim um novo capítulo na história da mobilidade urbana.
“Ao aplicar o Roboat em uma cidade como Amsterdã, temos uma grande oportunidade de melhorar o sistema de controle para navegação autônoma em ambientes urbanos. Isso é algo que nunca foi mostrado antes em outros projetos para embarcações autônomas”, explica Carlo Ratti, pesquisador e professor do MIT.
Os Roboats estão equipados com câmeras e sensores e têm quatro motores elétricos, alimentados por uma bateria. Navegando entre 3,5 e 6,5 nós (6,5 a 12 km/h), prometem autonomia de 12 a 24 horas, dependendo do tipo de bateria e carga.
Em uma demonstração recente, um barco elétrico de quatro metros passou pelo desafio de navegar, e realizar manobras, em meio ao tráfego dos canais de Amsterdã, que estão cheios de barcos particulares e cruzeiros de turistas.
E conseguiu “varrer” o ambiente, distinguindo objetos rígidos em movimento. Esses dados são entregues a um computador, que controla a embarcação sem a ajuda de nenhum comandante de carne e osso.
O computador compensa constantemente fatores externos que influenciam a direção do barco – como vento, corrente e ondas. No entanto, levará ainda algum tempo até que a tecnologia de autocontrole seja aperfeiçoada a tal ponto que possa lidar com qualquer situação. Afinal, há muito tráfego nos canais de Amsterdã.
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