Pesquisadores encontram mundo subaquático com temperaturas que ultrapassam os 260ºC
É possível existir vida em um local onde as temperaturas passam dos 260ºC, com um ambiente tomado por substâncias tóxicas? Sim. É o que descobriram cientistas a bordo do navio de pesquisa Falkor, do Schimidt Ocean Institute.
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Com uso de um robô subaquático, eles encontraram criaturas até então desconhecidas pela ciência, que habitam as profundezas escuras do mar no Golfo da Califórnia, no México. Segundo os pesquisadores, a expedição pode ter identificado ao menos seis novas espécies.
Ao contrário do que acontece na superfície, as criaturas descobertas não dependem do sol para existir, mas sim de substâncias químicas. Os cientistas observaram, por exemplo, vermes de escama azul e um grande número de vermes tubulares brancos densamente congregados, assim como em esteiras de bactérias que sobrevivem em condições extremas.
O local onde eles foram descobertos tem características únicas, em que as temperaturas passam dos 200ºC graus. Segundo o Mashable, as fontes de calor nesta região, chamadas fontes hidrotermais, são raras – os respiradouros do fundo do mar foram descobertos em 1977 e frequentemente emitem um fluido escuro e rico em produtos químicos.
O fenômeno acontece por causa de uma fratura na crosta terrestre (conhecida como Falha Pescadero), que resulta na infiltração da água do oceano no fundo do mar, onde é superaquecida pela rocha quente derretida do planeta, o magma. E, apesar de todas as condições inóspitas, a vida floresce em torno dessas aberturas.
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“As formas que existem lá são realmente especiais”, disse David Caress, cientista-chefe da expedição de 33 dias e pesquisador marinho do Monterey Bay Aquarium Research Institute.
E as descobertas parecem ter importantes não apenas para compreender as profundezas do mar, mas também podem ser vitais para a humanidade. “Pesquisas sistemáticas por novos medicamentos mostraram que os invertebrados marinhos produzem mais substâncias antibióticas, anticancerígenas e anti-inflamatórias do que qualquer grupo de organismos terrestres”, salientou a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos.
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