Histórias do mar: Bernard Moitessier, o velejador francês que virou mito

Por: Redação -
25/03/2020

Por Jorge de Souza, do site www.historiasdomar.com

Quando estava prestes a vencer a primeira regata de volta ao mundo em solitário, Bernard Moitessier deu meia-volta e foi viver outra vida

A princípio, ninguém compreendeu o motivo. Em março de 1969, o velejador francês Bernard Moitessier já havia dobrado o Cabo Horn e seguia folgado na liderança da Golden Globe Race, a primeira regata de volta ao mundo em solitário, quando decidiu dar meia-volta e navegar meio mundo no sentido contrário, de volta ao Taití, de onde ele havia partido semanas antes, na última escala da competição que fizera. Desistia, assim, da vitória, da fama e do dinheiro que estas duas coisas lhe trariam. “Salvei minha vida”, diria ele depois, feliz com a decisão que tomou no trecho final daquela longa e histórica regata, que ele não venceu por não quis.

O que fez Moitessier mudar de ideia, de rumo e de vida foi o fascínio que as ilhas da Polinésia Francesa costumam exercer em todos os que as conhecem. Nele, este sentimento foi ainda mais forte.

Moitessier foi uma espécie de hippie dos mares, totalmente avesso à sociedade competitiva, como deixaria claro nos quatro livros que escreveu – um deles, de nome emblemático, viraria referência para toda uma geração de navegadores amadores. Chamava-se Um Vagabundo nos Mares do Sul. E foi exatamente isso o que ele se tornou.

O francês mandou tudo às favas (a vitória, a fama e o dinheiro) e foi viver no Taití. Lá, casou-se com uma nativa e foi morar em uma primitiva ilha, onde passou a praticar um estilo de vida totalmente integrado à natureza. Moitissier foi, também, um ecologista, bem antes que o próprio termo fosse criado. Com isso, seus livros se tornaram sucessos também fora do meio náutico, e ele passou a ser convidado para dar palestras, mundo afora.

De tanto viajar, acabou voltando a velejar. Mas nunca mais com o intuito de competir contra o tempo. E seguiu velejando até sua morte, de câncer, em 1994. “No mar, me sinto tão em casa quanto na minha ilha”, costumava dizer o homem que teve a coragem de trocar a fama por uma vida simples e banal, no seu paraíso particular. Virou mito.

DE ONDE SAIU ESSA HISTÓRIA?

HISTÓRIAS DO MAR – 200 CASOS VERÍDICOS DE FAÇANHAS, DRAMAS, AVENTURAS E ODISSEIAS NOS OCEANOS, do ex-editor da revista Náutica, Jorge de Souza, é uma coletânea de fatos extraordinários que aconteceram nos mares do planeta, nos últimos 500 anos. Para comprar o livro, por R$ 49,00 (e recebê-lo em casa, sem custo extra), acesse www.historiasdomar.com, ou clique aqui.

 

Náutica Responde

Faça uma pergunta para a Náutica

    Relacionadas

    Em atração da CL Vela, público do Rio Boat Show 2024 velejou pela primeira vez

    No mercado há 34 anos, escola fez sucesso ao atracar, pela terceira vez, no salão carioca

    Catamarã VivereXtreme apresentou festa sobre as águas no Rio Boat Show 2024

    Embarcação de 60 pés foi planejada para receber eventos dos mais variados tipos e deu um gostinho da experiência aos visitantes do salão náutico

    Elettromec levou ao Boat Show cervejeiras que gelam bebidas em até -10ºC

    Há 26 anos no mercado de eletrodomésticos de luxo, empresa estreou no salão carioca com opções importadas e de aço inox

    Visitantes do Boat Show comandaram navio em simulador interativo da Marinha

    Força Armada também esclarece dúvidas sobre agendamentos de serviços e apresenta ferramenta de previsão ambiental

    Secretaria do Turismo do Paraná divulgou 31 polos turísticos do estado no Rio Boat Show

    Espaço do governo paranaense, através da SETU, promoveu o turismo da região no salão náutico