No dia internacional da tartaruga marinha, conheça um pouco mais sobre esta espécie

16/06/2020
Fotos: Paula Vianna

Com colaboração de Paula Vianna

Em 16 de junho comemora-se o Dia Internacional da Tartaruga Marinha, data de
nascimento de Archie Carr, pioneiro americano que dedicou toda a sua carreira à pesquisa e conservação das tartarugas marinhas.

A trajetória de vida da tartaruga marinha não é fácil. A cada 1000 ovos colocados por uma tartaruga em fase de reprodução, 800 chocam. Das 800 tartaruguinhas que nascem, apenas 400 chegam ao mar, já que encontram obstáculos diversos no caminho ou são comidas por caranguejos, aves e outros animais. As que chegam ao mar trocam um conjunto de perigos por outro: podem ser comidas por golfinhos, tubarões, uma variedade de peixes e até aves marinhas, já que precisam subir para a superfície para respirar.

Se ainda estiverem vivas após os primeiros dias, as tartarugas marinhas nadam longas distâncias em busca de um flutuante, preferencialmente feito de algas, onde possam passar os próximos meses, buscando sobreviver a condições extremas de tempo e correnteza. Nesse ponto, cerca de metade das tartarugas que chegaram ao mar no primeiro dia de vida já morreu, ou seja, sobram 200 das 1000 originais.

Com o passar dos anos, as sobreviventes ganham peso e aumentam consideravelmente de tamanho, ultrapassando um metro em uma década, dependendo da espécie. Com o ganho de tamanho diminuem-se os predadores, restando apenas as espécies maiores de tubarões. Será? A vida da tartaruga marinha já seria difícil não fosse a intervenção do homem. Com a ocupação das praias, as redes de pesca, a caça predatória, a poluição dos mares por plástico e por agentes químicos, incluindo o óleo, entre outros fatores, agora as chances de sobrevivência caem ainda mais. Após duas décadas, dos 1000 ovos restam apenas uma ou duas tartarugas marinhas, que atingem a maturidade e voltam à praia onde nasceram para colocar seus próprios ovos. Esta pressão adicional causada pelo homem empurrou as sete espécies de tartarugas marinhas no mundo para a condição de vulneráveis, ameaçadas ou criticamente ameaçadas de extinção.

No Brasil

As cinco espécies de tartarugas marinhas encontradas no Brasil estão ameaçadas de extinção, segundo critérios das listas brasileira e mundial de espécies ameaçadas. Das cinco, quatro desovam no litoral e, por estarem mais expostas, são as mais ameaçadas: cabeçuda (Caretta caretta), de pente (Eretmochelys imbricata), oliva (Lepidochelys olivacea) e de couro (Dermochelys coriacea). A tartaruga verde (Chelonia mydas) está menos exposta, pois desova principalmente nas ilhas oceânicas (Atol das Rocas, Fernando de Noronha e Trindade), onde a ação predatória do homem é mais controlada, o que contribui para a estabilidade da sua população.

Caça às tartarugas

Aqui, uma “caça” diferente. A fotógrafa subaquática Paula Vianna vive à procura de espécimes que enfrentaram tudo isso e perseveraram. Jornalista e publicitária, a brasileira se apaixonou pela fotografia subaquática há quatro anos e, agora, a atividade vem lhe rendendo prêmios internacionais. Recentemente, foi agraciada com o 1 o lugar na categoria Foto Sub no 35 Awards 2020 e também venceu na categoria Comportamento Animal no Ocean Art 2019.

“Mergulhar traz uma sensação de paz e relaxamento que só quem experimenta pode entender. E em nenhum outro ambiente é possível chegar tão perto da vida selvagem!”, diz a mergulhadora e fotógrafa. Paula trabalha atualmente na operadora Búzios Divers, em Búzios/RJ, onde faz fotos de mergulhadores e batismos de mergulho na ilha de Âncora, considerada um santuário das tartarugas marinhas. Habitam as águas rasas da ilha tartarugas verdes e de pente, onde alimentam-se de algas, esponjas e águas-vivas. Também é possível avistar uma ocasional tartaruga-de-couro no percurso até a ilha, já que esta espécie habita águas profundas. “As tartarugas marinhas de Âncora aceitam os humanos em sua casa. Elas deixam os mergulhadores chegarem bem perto, pois sabem que não apresentamos ameaça. Mas infelizmente vejo cada vez mais lixo plástico chegar à ilha e temo pela vida delas. Paro de fotografar para catar lixo…”, relata.

O trabalho ao qual a fotógrafa vem se dedicando colabora para a preservação da espécie ao mostrar toda a riqueza de seu habitat, além da beleza desses seres tão longevos e especiais. “Eu acho que levar as pessoas para ver de perto as tartarugas marinhas é um ato de conservação ambiental, pois a gente só preserva o que conhece e ama…”, observa Paula.

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