Até 13 minutos sem respirar: conheça o povo geneticamente muito adaptado ao mergulho
O Povo Bajau pode ficar submerso por longos períodos a uma profundidade de 70 metros
Já pensou em ficar submerso em mergulho livre por mais de 10 minutos a uma profundidade de 70 metros sem nenhum treinamento para isso?
Os seres humanos em geral não são naturalmente adaptados na permanência prolongada em baixo d’água, com exceção do Povo Bajau, os primeiros conhecidos geneticamente muito adaptados ao mergulho.
Projeto apresenta Guia de Albatrozes e Petréis para Pescadores
Inscreva-se no Canal Náutica no Youtube
Quando prendemos a respiração, o corpo reage automaticamente diminuindo o batimento cardíaco e contraindo os vasos sanguíneos e também o baço. Essa resposta de mergulho é essencial na economia de energia durante a falta de oxigênio.
Depois de alguns poucos minutos submersos, a maioria de nós ficaria sem ar, o que levaria à danificação dos órgãos, principalmente o cérebro. Entretanto, esse não é um problema para os Bajau, que levam o mergulho livre muito a sério.
Nômades do mar
Durante centenas de anos, os Bajau viveram no mar. Desse modo, a seleção natural pode tê-los tornado mergulhadores geneticamente mais fortes, como sugere um estudo na revista Cell, o qual oferece as primeiras pistas de que uma mutação de DNA para baços maiores dá a esse povo uma vantagem genética para a vida nas profundezas das águas.
Prender a respiração embaixo d’água por alguns segundos e até por poucos minutos é possível para a maioria das pessoas. No entanto, esse grupo de pessoas consegue segurar a respiração por 13 minutos.
Esse feito extraordinário é resultado de mais de mil anos de mergulho livre e estilo de vida marítimo – eles mergulham para caçar peixes e buscar por elementos naturais para usar em artesanatos.
Conheça um pouco sobre os Bajau
Conhecidos por viver do mar e da pesca, os Bajau vivem nas águas do Sudeste Asiático. Suas casas, flutuantes e longas, são conhecidas como lepas — cabanas de madeira construídas no mar, próximas da costa.
Frequentemente, os Bajau são chamados de “nômades do mar” ou “ciganos do mar”, pois eles só estão em terra quando precisam negociar ou buscar proteção das tempestades marítimas.
Outros grupos que viveram próximos ao mar certamente já existiram, mas nenhum outro tinha uma relação tão estreita e familiar com as águas do que o Povo Bajau, podendo ser o último povo com costumes marítimos que sobreviveu até os dias atuais.
São especialistas em mergulho livre principalmente porque vivem da pesca, passando mais de 5 horas submersos diariamente, o que significa dizer que eles têm o maior tempo de mergulho sem respirar do que qualquer outro humano.
As habilidades de mergulho e natação são desenvolvidas desde cedo, quando os Bajau ainda são crianças, uma vez que elas começam a pescar e caçar desde os 8 anos de idade. Em seu tempo livre, elas brincam na praia ou ajudam com a rotina da casa.
Como se não bastasse uma vida toda relacionada ao mergulho, alguns Bajau rompem de forma intencional seus próprios tímpanos para adquirir capacidades de mergulho ainda mais eficazes, pois conseguem suportar melhor a pressão do oceano. Por isso, pessoas mais velhas apresentam mais problemas de audição.
Um estudo de Melissa Llardo, do Centro de Geogenética da Universidade de Copenhague, sugere que a seleção natural ajudou o Povo Bajau a desenvolver uma vantagem genética. De acordo com a pesquisa, foram coletados dados de um grupo relacionado de pessoas chamado Saluan, que vive no continente indonésio.
Quando as amostras foram comparadas – exames laboratoriais e de utrassom – a equipe descobriu que o tamanho médio do baço de uma pessoa Bajau era 50% maior do que o mesmo órgão em um indivíduo Saluan.
Além disso, os pesquisadores se depararam com um gene chamado PDE10A, que se acredita controlar um determinado hormônio da tireoide nos Bajau, mas não nos Saluan. Em camundongos, o hormônio foi relacionado ao tamanho do baço.
Náutica Responde
Faça uma pergunta para a Náutica
Relacionadas
Dois grandes sucessos da marca atracarão no salão, de 28 de novembro a 1º de dezembro, no Lago de Itaipu
Espécie não era vista na costa de Washington desde 1970; um dos animais avistados é sobrevivente das capturas
Preparado em uma tradicional panela de barro, prato exclusivo é o carro-chefe do restaurante especializado em frutos do mar
Evento acontece em paralelo com o salão náutico, no dia 30 de novembro, no Iate Clube Lago de Itaipu
Público poderá conferir equipamentos a partir de R$ 9,5 mil no estande da marca; salão acontece no Lago de Itaipu, de 28 de novembro a 1º de dezembro