Baía de Todos-os-Santos celebra a conquista de 10 estruturas náuticas de primeiro mundo
O objetivo é fazer da capital baiana a número um do turismo náutico brasileiro
Dona de duas das três maiores baías do Brasil — a número 1, Baía de Todos-os-Santos, com um espelho d’água de 100 quilômetros de extensão, e a número três, Baía de Camamu, que vem logo atrás da Baía de Guanabara —, a Bahia reúne um sem-fim de atrações, destacando-se como um dos principais centros náuticos do país.
Infraestrutura náutica recebe mais de R$ 33 milhões de incentivo do MTur e da Caixa
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Não é exagero dizer que um Caribe em miniatura se difunde pelas águas limpas e translúcidas que banham a capital baiana, Salvador. A visão paradisíaca se estende ao Sul pela Costa do Dendê, como é chamada a região da ilha de Tinharé, de Morro de São Paulo e da cada vez mais hypada Boipeba.
Águas cristalinas, peixes em abundância, praias quase desertas e enseadas de areia branca e vegetação exuberante. Tudo pontilhado por 56 ilhas! É só sair navegando pela Baía de Todos-os-Santos para encontrar uma extensão de terra escondida, onde se pode tomar sol no mais completo sossego, ou uma pequena praia de águas calmas e piscinas naturais rodeada de coqueiros, de beleza de tirar o fôlego.
Contudo, apesar da incontestável beleza do lugar e das inúmeras atrações naturais, faltava uma estrutura náutica de peso para consolidar esse paraíso como um importante destino turístico internacional. Não falta mais!
Com financiamento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), por meio do Prodetur (Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo), a Secretaria de Turismo do Estado da Bahia (Setur-BA) investiu US$ 70 milhões na construção de uma série de estruturas náuticas.
São garagens, píeres, atracadouros, bases e rampas de acesso ao mar, num total de 12 intervenções, sendo 11 de infraestruturas náuticas e uma de valor cultural — a restauração do Museu do Recôncavo Wanderley Pinho, em Candeias, patrimônio histórico do Recôncavo Baiano. O objetivo é fazer da capital baiana a número 1 do turismo náutico brasileiro.
A melhor notícia é que mais de 90% das obras estão prontas, faltando apenas a Base Náutica da Penha (que deve ser concluída ainda no segundo semestre de 2022) para “cerejar” o bolo.
“As intervenções no entorno da Baía de Todos-os-Santos representam um marco no turismo náutico do estado, para a geração de emprego e renda. Os equipamentos de padrão internacional podem ser comparados ao que existe de mais moderno no mundo nesse segmento. Empresas do Brasil e do exterior têm demonstrado interesse em administrar as bases náuticas baianas”, conta o Secretário de Turismo, Maurício Bacellar.
“Além das obras físicas, o Governo do Estado tem o compromisso com a preservação do patrimônio natural e o envolvimento das comunidades, que integram as ações socioambientais da Setur-BA”, acrescenta, referindo-se à formação técnica de jovens em condições de vulnerabilidade, apoio a planos de gestão de resíduos sólidos, campanhas em prol da sustentabilidade e da preservação do meio ambiente e suporte a associações de catadores de materiais recicláveis.
Segundo o Secretário de Turismo, o conjunto de ações beneficiará os 18 municípios que compõe o Recôncavo Baiano — aquela porção de terra que, partindo de Salvador, contorna toda a Baía de Todos-os-Santos e encosta do outro lado na Ilha de Itaparica, o segundo polo turístico mais conhecido da região.
O turista que chegar embarcado na Bahia — a partir de agora — vai se surpreender com a múltipla variedade de marinas, bases, garagens náuticas e atracadouros distribuídos por essa região, que comemorou 520 anos de história no dia 1º de novembro de 2021 — a Baía de Todos-os-Santos foi “descoberta” em 1501, quando uma expedição portuguesa comandada por Gaspar de Lemos foi enviada para mapear as novas terras, descobertas um ano antes por Pedro Álvares Cabral. São, repita-se, 12 intervenções, sendo 11 náuticas e uma cultural.
Dá para resumir de maneira concisa e precisa essa estrutura de serviços: estrutura completa!
Uma das ações do governo estadual foi a reconstrução do atracadouro do Solar do Unhão, que ganhou uma plataforma elevatória flutuante, permitindo embarque e desembarque seguros, independentemente das condições da maré. Junto com a reforma do píer, a Setur fez a requalificação do restaurante local.
Importante cartão-postal da capital baiana, o Solar do Unhão é um complexo arquitetônico integrado por um casarão (o solar propriamente dito, que abriga o MAM, Museu de Arte Moderna da Bahia), por uma igreja barroca (a Capela Nossa Senhora da Conceição), que agora faz parte do circuito náutico de Salvador.
Por sua vez, a Marina de Itaparica passa a funcionar como uma completa e moderna base náutica, com rampas móveis, cais de atracação flutuante da Metalu Brasil, sede administrativa, posto de combustível e espaços para lojas, restaurante, café e lanchonete.
São 36 vagas secas na área aberta e píeres com 114 vagas molhadas para embarcações. Entregue em janeiro de 2022, a estrutura, de 7.443 m², oferece serviços de água, energia elétrica e retirada de resíduos sólidos, além do abastecimento das embarcações.
“Com a oferta desse equipamento de padrão internacional, que pode ser comparado aos melhores do mundo, começa um novo ciclo no turismo náutico da Bahia”, acredita o secretário estadual de Turismo, Maurício Bacelar.
Outro município contemplado com uma nova estrutura de navegação marítima — a Base Náutica de Cacha Pregos — foi o de Vera Cruz, também localizado na ilha de Itaparica, na borda leste.
Com a requalificação do atracadouro, Cacha Pregos agora conta com 18 vagas molhadas e um posto de gasolina, além de um novo píer de atracação flutuante. Com isso, passará a receber escunas de turismo procedentes de Morro de São Paulo e de Salvador.
O entorno dessa Base Náutica também passou por requalificação urbanística e paisagística, e os quiosques da praia de Cacha Pregos também foram requalificados. A área total das intervenções chega a mais de 11,5 mil m².
Para qualquer lado que se olhe operários e engenheiros celebram a conclusão de alguma obra. Como a Base Náutica de Salinas da Margarida, que oferece um novo píer para atracação de embarcações no terminal turístico, posto de abastecimento e oficinas de manutenção, além de vagas secas e molhadas.
Sem contar a requalificação dos quiosques, a urbanização e o paisagismo no entorno, a construção de um centro de comércio e oferta de serviços turísticos. Localizada no sul do Recôncavo Baiano, Salinas destaca-se pela gastronomia e pela beleza de suas praias, como a de Barra do Paraguaçu, a do Camboruí e a de Ponta do Dourado.
Outro ponto de chegada e partida de embarcações restaurado, ampliado e modernizado é o Terminal Turístico de Botelho — localizado na tranquila Ilha de Maré, uma das três ilhas da Baía de Todos-os-Santos que pertencem a Salvador —, que recebeu novas rampas e escadas, além da recuperação de uma ponte fixa e da implantação de uma rampa móvel e de um cais flutuante de atracação.
Na Ilha de Maré não circulam carros, as praias são de mar calmo e a gastronomia típica é de frutos do mar.
Estalando de novo está também o Terminal Turístico de Jaguaripe, que teve a rampa de concreto do atracadouro reformada, com a instalação de um flutuante com ponte móvel gang way de aço inox.
Localizado no Recôncavo Baiano, próximo às cidades de Maragogipe e Salinas da Margarida, o município de Jaguaripe tem entre os atrativos turísticos a Praia do Garcez, na Ilha d’Ajuda, que fica entre o mar e um rio e está cercada por coqueirais e uma reserva de Mata Atlântica.
A região é palco de diversas manifestações culturais, como a Festa da Burrinha e o Terno de Reis, e todo ano sedia a regata Jaguaripe-Cacha Pregos.
E o que dizer do Terminal Turístico de Bom Jesus dos Passos? A antiga estrutura, já castigada pelo tempo, passou por um rigoroso processo de requalificação, com a reforma do píer e do piso e a substituição do guarda-corpo por uma estrutura de aço inox tubular.
Vizinha das ilhas de Madre de Deus e dos Frades, a Ilha de Bom Jesus dos Passos abriga manguezais e uma floresta densa. O mar de águas calmas é propício à prática de esportes náuticos. As praias mais procuradas para o banho são as de Pontinha e Ponta do Padre. Nesse cenário, destaca-se a Igreja de Bom Jesus dos Passos.
A requalificação náutica chegou também ao Atracadouro de Mutá, povoado que pertence ao distrito de Jaguaripe. A obra incluiu a construção do guarda-corpo da ponte, iluminação e pavimentação do piso, além de urbanização do entorno.
Com vocação para sol e mar, o vilarejo é conhecido pela bela praia, que atrai muitos veranistas, além da vocação para a pesca e o artesanato. No passado, foi cenário dos tradicionais saveiros, que entre as décadas de 1930 e 1960 eram fonte de renda dos mutaenses.
No roteiro de transformações produzido pela Setur-BA, a cidade Cachoeira foi outra que conquistou uma estrutura náutica de primeira linha, com a construção do Terminal Turístico de Cachoeira.
O equipamento dispõe de píer com pontes de acesso e flutuante, produzidas pela Metalu Brasil, às margens do rio Paraguaçu, além de infraestrutura moderna para a atracação de embarcações e circulação de passageiros, que inclui intervenções urbanísticas no entorno.
Cachoeira é um dos mais belos municípios da Baía de Todos-os-Santos, com rico patrimônio histórico e cultural e manifestações religiosa de matriz afro-baiana.
A gastronomia é outro ponto alto, com destaque para a maniçoba, prato com raízes na culinária indígena semelhante à feijoada, com os feijões substituídos por folhas de mandioca trituradas (manivas).
Mas a estrutura náutica da Bahia que sofreu a guinada mais notória foi a Marina da Penha —agora Base Náutica da Penha —, no bairro da Ribeira, em Salvador, famoso pelas sorveterias, incluindo o Museu do Sorvete, e pela bela paisagem marítima.
Com 85% das obras já concluídas (a parte de terra está praticamente pronta), a instalação passou por uma completa requalificação e ampliação.
Nesse processo, ganhou um espaço com restaurante, cafeteria, prédio administrativo e pequenos auditórios, além da rampa de acesso, dos flutuantes e de mais de 140 vagas para embarcações, divididas entre secas e molhadas. Inserida em uma área de 5,4 mil metros quadrados, será a cereja do bolo de um programa que destinado a fazer da capital baiana a número 1 do turismo náutico brasileiro.
Se já era um é um privilégio navegar na Bahia, com todas as bênçãos da Baía de Todos-os-Santos, imagina agora, com essa infraestrutura náutica de primeiro mundo.
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