Teste Sessa C40: a Sessa mais vendida no mundo em sua melhor versão

Feita no Brasil, a lancha deu show mesmo em um dia de mar difícil, nas águas de Fort Lauderdale, nos Estados Unidos

13/12/2024
Foto: Victor Santos / Revista Náutica

Uma das 40 pés com hard-top mais desejadas do país, a Sessa C40 é uma lancha que sempre se renova, sem perder a essência. A equipe de NÁUTICA fez o teste dessa lancha nas águas de Fort Lauderdale, nos Estados Unidos, onde a marca começa fazer sucesso.

Presente em nossas águas desde 2011, quando lançada no Rio Boat Show, o modelo rapidamente caiu no gosto do público (seja no Brasil ou Itália, onde ficam as sedes do estaleiro). Já são quase 200 unidades vendidas ao longo desse tempo. E não é difícil entender o motivo do sucesso.

Foto: Victor Santos / Revista Náutica

O estaleiro Intech Boating — que construía no Brasil, sob licença, os barcos da italiana Sessa Marine e em 2023 assumiu o comando mundial da marca — sempre fez atualizações (estéticas, funcionais e tecnológicas) em seu modelo campeão, acompanhando as tendências do mercado náutico. Assim, foi reafirmando a preferência do público através dos anos.

 

Com acabamento e construção acima da média, a lancha é ainda uma das melhores escolhas da categoria. Palavra de quem teve o privilégio de pilotá-la em sua atual e melhor versão.

 

Embarcamos na Sessa C40 nas águas de Fort Lauderdale, no Sul da Flórida, aproveitando a chegada das primeiras unidades da Sessa Marine aos Estados Unidos, dentro do processo de internacionalização da marca estabelecido pelo empresário José Antônio Galizio Neto, comandante da Sessa Marine.

Foto: Victor Santos / Revista Náutica

Não foi preciso navegar muito para notar que a 40 pés (12,30 metros de comprimento) projetada pelo Centro Stile Design de Ímola, na Itália, tem bem mais do que um casco muito atraente. Equipada com dois motores Volvo Penta D4 de 320 hp cada, essa hard-hop oferece uma experiência de pilotagem segura, prazerosa e divertida.

 

 

Mas, antes de dar detalhes sobre o desempenho da Sessa C40, vale a pena descrever o barco por dentro, destacando as suas muitas qualidades e os poucos pontos baixos, tanto no cockpit como na cabine.

 

No posto de comando, o piloto tem a visão facilitada pela disposição harmoniosa entre o para-brisa e o painel: enquanto o vidro de proteção dianteira é alto, o painel de controle é mais baixo que o normal e lançado mais à frente, aumentando o campo de visão.

Foto: Revista Náutica

Além disso, a tela (de 16 polegadas) do eletrônico multifunção fica em uma posição inclinada, facilitando a leitura, e o volante é escamoteável. Por sua vez, o banco duplo tem boa ergonomia, regulagens, rebatimento e apoio para a pilotagem em pé. E todos os comandos, rádio e botoeira estão ao alcance da mão. Em resumo, um ótimo posto de pilotagem.

Foto: Revista Náutica
Foto: Revista Náutica
Foto: Revista Náutica

A bombordo, ao lado do posto de comando, uma chaise larga acomoda duas pessoas. Atrás dela, há um sofá em J com estofados de excelente densidade e uma mesa de centro dobrável, enquanto a boreste foi instalada uma cozinha de apoio (há outra na cabine), com pia com água quente e fria, porta-copas, geladeira de gaveta e área para a instalação de um grill ou de um cooktop.

Foto: Revista Náutica
Foto: Revista Náutica
Foto: Revista Náutica

Por conta da boca máxima generosa (3,80 metros), sobra espaço livre para circulação. E em todo cockpit, o piso e os revestimentos são de teca natural, o que dá um ar ainda mais sofisticado à embarcação.

Foto: Revista Náutica

O acesso à proa é fácil, por meio de duas passagens laterais externas, protegidas pelo guarda-mancebo e por vários pega-mãos de inox. A boca permitiu ao projetista a instalação de um ótimo solário, com encosto reclinável, pega-mãos, caixas de som e porto-copos ao lado, sem limitar a movimentação na área operacional.

Foto: Victor Santos / Revista Náutica

Para facilitar ainda mais a circulação, o guarda-mancebo é lançado para fora. Nele, estão fixados os porta-defensas, que são de inox, assim como os cunhos e os pega-mãos distribuídos pelas passagens laterais.

 

Por se tratar de uma lancha hard-top com abertura no teto solar, a ventilação natural no cockpit é abundante. Ainda assim, nos dias de calor mais intenso, dá para fechar toda área e recorrer ao ar-condicionado, mesmo na área externa (opcional), que torna o ambiente ainda mais confortável.

Foto: Revista Náutica

A cabine, para quatro adultos em pernoite, merece elogios tanto pelo bom espaço quanto pelo “recheio”. O acesso se dá por uma porta tradicional de correr (com trava com acabamento de borracha, material que reduz os efeitos de vibrações). A escada tem degraus largos e seguros. A altura na entrada é de 2 metros. Depois, reduz-se para 1,90 m.

Foto: Revista Náutica

São dois camarotes fechados e uma pequena sala (iluminada por janelas e por uma claraboia) com a cozinha integrada, a boreste, equipada com armários profundos, geladeira, fogão (cooktop) de duas bocas, micro-ondas, pia com cuba de bom tamanho, bancada e lixeira; todos os móveis são de laca.

Foto: Revista Náutica

O sofá, para quatro pessoas a bombordo, com uma mesa dobrável à frente, pode ser usado como cama. Na antepara do banheiro fica o suporte para a instalação da tv.

Foto: Revista Náutica

A suíte do proprietário, com uma cama grande de casal, fica na proa. O de meia-nau, com acesso por uma porta a bombordo, tem uma área de apoio e duas camas de solteiro, conversíveis em uma grande cama de casal, com espaço para uma criança no centro.

 

No banheiro, completo e funcional, o vaso sanitário fica dentro do boxe, coberto por uma peça de madeira, para que se possa sentar na hora do banho. Há até uma saída do ar-condicionado dentro do box, algo que gostamos muito.

Foto: Revista Náutica
Foto: Revista Náutica
Foto: Revista Náutica

Nos dois camarotes (e no banheiro) chama atenção o grande número de armários. Destaque também para o acabamento, refinado e de bom gosto, em toda a cabine.

 

As janelas têm vigias para a entrada de ar e persianas, para controle de entrada da luz natural. O comando do ar-condicionado, porém, fica centralizado na sala, obrigando a quem estiver nos camarotes a se deslocar até lá, caso queira alterar a temperatura.

 

O acesso aos motores para manutenção é muito bom, pelos dois lados, bem como ao gerador de 7.1 kVa. As baterias estão bem protegidas e todas as conexões, elétricas e hidráulicas, são de primeira qualidade, com fios devidamente estanhados e sem pontos de aperto ou curva acentuada, como era de se esperar de um barco com certificação europeia e americana.

Foto: Victor Santos / Revista Náutica

Na plataforma de popa submersível (modelo que os usuários mais gostam, com a abertura de uma escada robô) fica o obrigatório móvel gourmet, com churrasqueira elétrica com botão corta-corrente de segurança, torneira com água quente e fria, porta-copos, área de apoio, um paiol abaixo e um chuveirinho ao lado.

Foto: Revista Náutica

O único senão aqui é que, com a parte móvel da plataforma abaixada (o controle hidráulico permite descer até 30 centímetros dentro d’água), não dá para continuar tocando o churrasco, a não ser se equilibrando nos 30 centímetros da prateleira fixa.

Foto: Revista Náutica

Navegação da Sessa C40

Hora de falar de navegação. Saindo da marina, depois de cruzar os canais de águas límpidas que recortam a cidade de Fort Lauderdale, alcançamos o Oceano Atlântico, em um dia de mar bastante mexido, ventos de 15 a 18 nós, com rajadas de 20 nós.

 

No teste da Sessa C40, a lancha estava equipada com dois motores Volvo Penta D4 de 320 hp cada, com trim zerado e flapes de 30% a 40%. A bordo, três pessoas, 59% da capacidade dos tanques de combustível (que é de 940 litros) e cerca de 120 litros de água.

Foto: Victor Santos / Revista Náutica

Navegando na velocidade de cruzeiro, a 28,7 nós, o barco respondeu bem nas manobras e cortou bem as ondas, sem batidas fortes no casco, embora com certo impacto, devido às condições de mar.

 

No cruzeiro econômico, que foi de 23,2 nós, o consumo ficou na casa dos 21 galões, ou 81 litros por hora. No teste de velocidade da Sessa C40, a 3.620 rpm, os motores alcançaram 32 nós de máxima, com relativo conforto, considerando-se a situação do mar.

Foto: Victor Santos / Revista Náutica

O conforto acústico é outro destaque dessa lancha, seja na cabine ou no cockpit. Tanto na marcha lenta quanto com os motores engatados em deslocamento, o nível de ruído é muito baixo. Mérito do isolamento acústico e térmico aplicado na casa de máquinas, à qual se tem acesso rápido por uma portinhola localizada na praça de popa, ou acesso amplo com o levantamento eletro-hidráulico de parte do piso e do sofá, ao mesmo tempo.

Foto: Victor Santos / Revista Náutica

Uma boa condição, aliás, para pôr o casco à prova. E ele se saiu bem, de fato. Mérito do projeto, com um casco bem projetado, com V de popa adequado a uma Sport Cruiser e do ótimo casamento dos motores com o casco, formando um conjunto muito equilibrado na Sessa C40.

Saiba tudo sobre a Sessa C40

Pontos altos

  • Construção de alto nível
  • Cabine espaçosa e confortável
  • Ótimo desempenho em mar grosso

Pontos baixos

  • Área da plataforma de popa fixa é estreita
  • Entrada da passagem lateral do convés é estreita
  • Apenas um controle do ar-condicionado na sala

Características técnicas

  • Comprimento: 12,30 metros
  • Boca: 3,80 m
  • Peso com motores: 9 toneladas
  • Capacidade (dia): 12 pessoas
  • Capacidade (noite): 5 pessoas
  • Tanque de combustível: 940 litros
  • Tanque de água: 300 litros
  • Motorização: centro-rabeta
  • Potência: dois centro-rabeta a diesel de 300 a 320 hp cada
  • Velocidade máxima: 32 nós (a 3620 rpm)
  • Cruzeiro econômico: 23,2 nós (a 3000 rpm)
  • Aceleração: 12,8 segundos (até 20 nós)
  • Autonomia: 240 milhas (a 3400 rpm)
Foto: Revista Náutica

 

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