Conheça a primeira lancha ecologicamente correta do Brasil

Por: Redação -
29/11/2016
Manobra da lancha para descida através de travelift (Rodney Domingues)

O empresário paulista Ricardo Granero é dono de uma empresa de engenharia ambiental e muito lhe incomodava ver pequenas manchas de combustível na água, sempre que abastecia a sua lancha, fruto do excesso que vazava do tanque. Também ficava aflito
com a carência de água nos passeios e ficava imaginando uma maneira de captar chuva para repor o que era gasto nas torneiras do barco. Conversando com o seu criativo marinheiro, o capitão Aluísio Matos, veio a ideia de desenvolverem sistemas para acabar com estes dois problemas. E assim foi feito. O resultado é que, graças a duas simples, mas engenhosas soluções, a lancha de Granero, uma Intermarine 53, não sofre mais com o fantasma
da falta de água, nem polui o mar ao seu redor com o combustível que vaza dos tanques. E, graças a isso, se tornou o primeiro barco brasileiro a ser certificado como positivamente comprometido com o meio ambiente, por uma entidade reconhecida mundialmente, o Programa Bandeira Azul.

Infográfico com o funcionamento dos dispositivos elaborados pelo capitão de esporte recreio, Aluísio Matos, para a embarcação Baltas, uma Intermarine 53
Infográfico com o funcionamento dos dispositivos elaborados pelo capitão de esporte recreio, Aluísio Matos, para a embarcação Baltas, uma Intermarine 53

Até então, só algumas marinas (como a Nacionais, no Guarujá, e a Costabella, em Angra dos Reis), e praias (como o Tombo, também no Guarujá, e a Prainha, no Rio de Janeiro) haviam sido agraciadas com a Bandeira Azul, uma espécie de certificado de ações ecologicamente corretas. Mas dar a um barco o mesmo status é uma completa novidade. “Fiz as alterações na minha lancha por uma questão de consciência e coerência profissional, não para ganhar prêmio, embora tenha recebido a certificação com muito orgulho”, diz Granero, que foi procurado pelos responsáveis pela Bandeira Azul no Brasil por recomendação da própria Marinas Nacionais, onde sua lancha fica guardada.

“As mudanças são tão simples que não entendo por que todos os barcos já não saem de fábrica com recursos parecidos”, diz Granero, que também implantou a coleta seletiva de lixo a bordo, separando o que pode ou não ser reciclado, antes da desova dos resíduos na marina. “Também senti falta de mais lixeiras a bordo, como se isso não fosse um equipamento necessário nos barcos”, acrescenta ele, que já tem outros melhoramentos em mente para aplicar na sua lancha, visando, inclusive, manter a certificação, que precisa ser reavaliada a cada ano. “Tenho certeza de que um barco certificado vale mais no mercado e isso pode estimular outros proprietários a fazerem o mesmo ou mais do que eu”, torce o dono desta lancha, que, agora, é diferente de todas as outras até por ostentar, no mastro, uma bandeirinha azul, que sinaliza o seu comprometimento com a preservação do meio ambiente.

O QUE ELA TEM QUE
AS OUTRAS NÃO TÊM

Lixeiras para lixo reciclável
Enquanto a maioria dos barcos possui uma lixeira só — e olhe lá! —, a lancha de Granero tem várias. E divididas pelo tipo de lixo que vai ser colocado nelas: se orgânico ou reciclável.

Captação de água de chuva
Os ralos do convés captam a água da chuva, que é armazenada para reúso no barco, depois de passar por um filtro.

Respiro para o tanque de combustível
Para evitar que o excesso de combustível vaze para a água ao encher o tanque, foi criado um pequeno reservatório no respiro, que armazena o excedente. E ele ainda volta para o tanque.

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