Velejador brasileiro Elio Somaschini leva prêmio na categoria Performance do concurso Velejador do Ano


Saiu o resultado do concurso Velejador do Ano, promovido pela revista italiana Giornale della Vela. O título principal — “para aqueles que mostraram que nunca desistem, mesmo sob pressão” — ficou com o milanês Ambrogio Beccaria, primeiro italiano a vencer a Mini Transat, competição em que os velejadores cruzam o Atlântico em solitário a bordo de embarcações de 6,50 metros de comprimento.
O ítalo-brasileiro Elio Somaschini, de 71 anos, não levou o título principal, mas conquistou o prêmio Performance, segundo mais importante, “reservado àqueles que obtiveram resultados graças ao trabalho técnico meticuloso”.
Como ele recebeu o resultado? “Vibrei! O Ambrogio é fantástico. Eu mesmo votei nele na segunda fase.
Quanto a mim, fiquei feliz pelo reconhecimento pelo desenvolvimento do cálculo da longitude misturado com a antiga técnica polinésia. Além do mais, fiz questão de ter a bandeira do Brasil como fundo na live pós-premiação, pois teria sido impossível chegar a esse prêmio sem a ajuda dos amigos velejadores brasileiros. O prêmio é nosso, não meu”.
Na primeira fase, com 100 velejadores pré-selecionados pela revista, 30 candidatos, de diversos países, foram eleitos pelo voto popular e passaram para a etapa semifinal. Elio estava entre eles. Na semifinal — estimulado por uma campanha abraçada por NÁUTICA —, nosso velejador não apenas foi eleito um dos dez finalistas, como ficou em primeiro lugar na votação popular (Ambrogio Beccaria foi apenas o quinto colocado).
Já na fase final, não houve votação popular pela internet: a eleição ficou por conta de um júri técnico formado por repórteres da própria revista Giornale della Vela.
Para quem é da vela, Elio Somaschini dispensa apresentações. A bordo do veleiro Crapun, um Beneteau First 40.7, ele empreendeu duas voltas ao mundo em solitário, sendo que a segunda se estendeu por sete anos. Em 2018, quando se preparava para a sua mais ambiciosa jornada — a travessia da mítica passagem Noroeste, próxima ao Círculo Polar Ártico —, um acidente fez com que seu veleiro afundasse, na entrada da barra da cidade de Aracaju, a 100 metros da praia de Atalaia, no nordeste brasileiro. Elio não desistiu. “Ainda não tive grana para comprar um veleiro. Comprei uma velha penichette, que estou refazendo. Ano que vem, vendo e aí espero que dê para comprar um 34 usado”, avisa o velejador. Como ele gosta de lembrar, Crapun significa “cabeça dura”, no dialeto milanês.
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