MCP THD 925 combina beleza, performance e tecnologia de ponta
A sólida reputação de construir grandes barcos, modernos e bem-feitos para o mercado nacional e internacional faz com que o mundo náutico sempre acompanhe de perto cada lançamento do estaleiro MCP Yachts, do Guarujá. O mais recente deles é este aqui, o iate THD 925, que fez furor no Rio Boat Show 2019. Construído inteiramente de alumínio para pessoas exigentes, especialmente no item conforto, este 92,5 pés (de 28,19 metros de comprimento) é um barco tão grande, e com ótimas soluções de espaço, que em quase tudo nele há um toque de residência de luxo. Só não é uma casa de verdade, porque nem todas as casas costumam ter tudo o que ele tem.
A bordo do MCP THD 925 são cinco refinadas suítes e um enorme salão dividido em dois ambientes: área de convivência (onde a tv pode ser recolhida) e mesa de refeições. A suíte master fica no convés principal, na proa, e é iluminada por janelas panorâmicas e separada do banheiro por uma “parede” de vidro transparente que, a um toque de botão, escurece, para garantir a privacidade de quem está no banho ou no vaso sanitário, e ainda por cima vira uma tela de 70 polegadas para a projeção de filmes para quem está no quarto.
As demais suítes ficam no convés inferior. São duas de casal, localizadas em cada bordo da popa, com janelas no nível da água; mais duas suítes com duas camas de solteiro cada, à meia-nau. Já na proa, separada por uma porta estanque, fica a área de serviço, em que se mesclam a lavanderia e uma suíte extra, coringa, que tanto pode ser usada por um casal de hóspedes quanto pela governanta de bordo.
Somando as dependências, até 12 pessoas podem dormir a bordo. Sem contar a tripulação fixa, para a qual o projetista e presidente da MCP Yachts, Manoel Chaves, reservou dois camarotes, para quatro pessoas, com cozinha própria e mesa para as refeições, com acesso independente pela popa do iate. Na área de serviço, há uma máquina especial, com certificação internacional, por onde toda a água usada no barco, incluindo a de esgoto, passa por tratamento. Automático, o sistema opera 24 horas por dia. O tratamento é finalizado com uma injeção (um jato) de cloro, que permite o descarte do resíduo em marinas, sem nenhuma restrição.
Gostoso e convidativo, o interior deste iate da MCP traz pitadas de modernidade em cada detalhe, como a abertura lateral a boreste do salão, uma espécie de varanda, que faz com que o barco tenha o charme de uma casa de praia. Essa varanda desce e sobe por acionamento hidráulico e fica protegida por uma “viseira” (uma cobertura que sobe e desce, também por acionamento hidráulico), em um incrível jogo de armar.
A sala de comando é um show à parte. De sua poltrona, o comandante tem total controle do barco, uma vez que o THD 925 está equipado com propulsores de manobra na proa e na popa, ambos itens de série, que permitem virar o barco 360 graus no mesmo eixo e até andar de lado. No painel, há três displays para os equipamentos eletrônicos, com telas touch screen, em que são integradas todas as funções do barco. À esquerda da poltrona da navegação, o estaleiro instalou um divã, próprio para o descanso de quem não está no turno, mas quer acompanhar o comandante, como seu imediato.
Imenso também é o flybridge, com hardtop e piso de teca, que tem geladeira, bar e churrasqueira, sofás, mesas de madeira e cadeiras de descanso. Na popa desse “terraço” fica integrado o turco usado para levantar o bote de apoio. Com o bote na água, berços desmontáveis permitem que todo o flybridge fique disponível para o uso dos convidados, que têm vista para o mar, através de grades de vidro. Na casa das máquinas, são dois motores diesel Caterpillar C32 de 1 925 hp cada, que permitem cruzar os mares, segundo o estaleiro, a 27 nós de velocidade máxima, com 23 nós de cruzeiro rápido, ou ainda 14 nós em cruzeiro mais econômico e confortável. A performance é mérito da leveza estrutural do barco assim como dos materiais de acabamento, que permitiram ao estaleiro reduzir o peso deste iate em 15 toneladas, comparado a uma embarcação do mesmo porte construída com fibra de vidro.
Com os tanques vazios (há espaço para armazenar 16 mil litros de diesel e 7 mil litros de água, em tanques de duplo fundo e estanques), o peso total deste iate é de 83 toneladas. Outra prioridade (como já se viu pelos espaços livres generosos no flybridge e no salão, além da varanda no costado) são as áreas de convivência a bordo. A praça de popa tem um sofá fixo e uma grande mesa de madeira, com liberdade de deslizar para avante e para ré, facilitando a entrada. Entre ela e o salão há uma porta de vidro de abertura automática que, quando aberta, integra os dois ambientes. Por sua vez, a plataforma de popa faz as vezes de uma segunda varanda. Toda revestida de madeira, tem mesa, cadeiras, pia, chuveirinho e churrasqueira. Retrátil, a plataforma desce ao nível da água, com o barco parado, e se transforma em um verdadeiro píer.
Também merece destaque o fato de o THD 925 ser um iate que pode ser feito e decorado como o dono quiser. Trata-se do que os estaleiros chamam de “processo custom” (ou “customizado”, em um meio-termo entre o português e o inglês), em que os barcos deixam de ser fabricados em série e passam a ser construídos sob encomenda, seguindo estritamente o gosto do cliente. Neste caso, o estaleiro oferece a alternativa de quatro ou cinco camarotes, além da possibilidade de ampliar e até reverter as capacidades de água e combustível, flexibilizando a autonomia e o tipo de uso da embarcação.
Para saber como nascem esses objetos de desejo, NÁUTICA visitou as modernas e bem-equipadas instalações do estaleiro MCP Yachts, que ocupa nada menos que uma área de 10 mil m² no Complexo Industrial Naval do Guarujá (CING), no litoral paulista. Do início da construção até a fase de pintura, todo o projeto é controlado por computadores. Por sua vez, o alumínio é cortado em máquinas de controle numérico. Já a montagem das milhares de peças é ajustada milimetricamente. “O quesito segurança também é um ponto forte nos nossos barcos, pois além da estanqueidade de anteparas e duplos fundos o alumínio é totalmente resistente e blindado ao fogo”, afirma Manoel Chaves. O resultado é um casco de alumínio naval que não absorve água como os de fibra, dificilmente rompe em colisões, não oxida e apresenta leveza e rigidez incomparáveis. Como, aliás, convém ao MCP THD 925, um iate projetado para explorar toda a costa brasileira ou empreender longas travessias oceânicas.
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