Congestionamento em alto mar: navio gigante encalha e bloqueia o canal de Suez, no Egito

Por: Redação -
25/03/2021

Na última terça (23), um meganavio de 220 mil toneladas e 400 metros, maior até que a Torre Eiffel, bloqueou todo o trânsito do canal de Suez, uma das principais passagens náuticas do mundo. Depois de dois dias, a navegação segue suspensa.

 

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A Autoridade do Canal de Suez (SCA, na sigla em inglês) informou, nesta quinta-feira (25), que tenta de todas as maneiras desencalhar o porta-contêineres. Tecnicamente, é preciso escavar a área onde a proa do navio encalhou.

 

A expectativa era de que nesta quinta-feira a passagem fosse liberada, mas a SCA anunciou que está “suspendendo temporariamente a navegação” ao longo de todo o canal.

 

Segundo Peter Berdowski, CEO da empresa especializada em dragagem Boskalis, todo processo pode levar semanas para ser concluído. Ele ainda afirmou a um canal de televisão holandês que “não é possível soltá-lo” e que pode ser necessário descarregá-lo. Contudo, esse procedimento pode levar semanas.

Porta-Contêineres encalhado em Suez, no Egito – Imagem: Autoridade do Canal de Suez/Reuters

“É como uma enorme baleia encalhada. É um peso enorme na areia”, pontuou. “Podemos ter que trabalhar com uma combinação de redução do peso — removendo contêineres, óleo e água do navio —, rebocadores e dragagem de areia”.

 

O meganavio Ever Given pertence a empresa Evergreen. Além disso, tem bandeira panamenha e foi construído em 2018. Seu destino era o porto de Rotterdam, na Holanda. Ainda segundo a administração do canal, ele perdeu a capacidade de navegar devido ventos fortes e uma tempestade de areia — algo comum na região.

Imagem do site Vesselfinder mostra trânsito no Canal de Suez nesta quinta-feira (25) — Foto: Reprodução/vesselfinder.com

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Encalhado no trecho sul do canal, o acidente causou impacto significativo no tráfego entre o Mar Mediterrâneo e o Mar Vermelho. Segundo o jornal britânico “The Guardian”, ao menos 150 navios carregados com petróleo, peças automotivas e bens de consumo se acumulam em ambos os lados do canal, a principal rota do comércio Ásia-Europa.

 

Por Gustavo Baldassare sob supervisão da jornalista Maristella Pereira

 

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