Race for Water Odyssey pretende mapear a quantidade de plástico nos oceanos. Conheça
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A Race for Water, fundação criada pelo empresário suíço Marco Simeoni e com sede em Lausanne, se dedica à preservação das águas oceânicas há 10 anos e financia a Race for Water Odyssey — avaliações globais de poluição marinha por plásticos. A primeira expedição partiu de Bordeaux, na França, em 15 de março de 2015, a bordo de um trimarã de corrida, a MOD70 Race for Water. Tinha como objetivo alcançar as praias de lixo localizadas nos 5 vórtices de detritos dos oceanos e fazer uma primeira análise das consequências da poluição marítima para o mundo. A expectativa é de que o resultado do estudo prolongado de 5 anos represente a pior catástrofe ecológica da história.
As descobertas são claras: “ilhas de plástico” não existem e sair para coletar os resíduos de impurezas no mar é uma utopia, de acordo com a fundação. “Rapidamente percebemos que a solução está em terra. É imprescindível evitar que os resíduos plásticos cheguem aos oceanos”, explica Marco Simeoni. Estima-se que 80% do lixo presente nos oceanos seja resultante da atividade humana sobre a terra, enquanto 20% vem da atividade humana no mar (tráfego marítimo, pesca, aquicultura, plataformas de petróleo, etc). Estes resíduos se condensam nos vórtices de água, que são correntes marinhas criadas pelos ventos e acabam por originar zonas gigantescas de poluição. Contrariando o senso comum, os vórtices não aglomeram macro-detritos acumulados de forma compactada, mas sim zonas de poluição com grande concentração de micropartículas plásticas presentes em águas abertas.
Só em 2015, os parâmetros de degradação giravam em torno de 5 vórtices de resíduos de plástico, 260 mil toneladas de partículas flutuando nos oceanos, 1 milhão de pássaros mortos por ano e mais de 3,5 bilhões de pessoas prejudicadas, as quais dependem da água para sobreviver. Assim, no dia 9 de abril de 2017, a Race for Water decidiu navegar novamente ao redor do mundo, desta vez para uma Odissey de cinco anos. O intuito é oferecer soluções para a preservação dos oceanos da poluição do plástico, um desastre ambiental absoluto em escala planetária. Diante dessa constatação, Marco Simeoni explicou que “em 2015, nos sentimos impotentes diante da escala do problema da poluição por plásticos dos oceanos, apresentadas pelos parâmetros de degradação. Com a Race for Water Odyssey 2017-2021, a bordo de nossa embarcação movida a energia solar e combustão acionada por hidrogênio, queremos demonstrar que existem soluções sustentáveis para a conservação dos oceanos graças a tecnologias inovadoras.”
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Ao longo da Odyssey 2017-2021, a equipe tem publicado regularmente sobre suas aventuras da Race for Water no site oficial. Nele, também é possível encontrar um mapa atualizando a posição do barco a cada 3 horas. No entanto, desde o surgimento da pandemia de Covid-19, as atualizações têm demonstrado um grande impacto na expedição, exigindo muita flexibilidade par a seguir com o planejamento dentro das normas de saúde, de acordo com a tripulação. Ainda assim, as últimas notícias sobre a viagem em águas japonesas são promissoras. As últimas publicações foram os resultados positivos no coração das águas japonesas, que contaram com a ajuda de parceiros locais como a Saraya e Zeri Japão, que é especializada em produtos de higiene, e a relojoaria Breguet, que os apoia desde 2018.
Ao longo da passagem por terras japonesas, foram 9 escalas e cerca de 300 pessoas atuando no combate à degradação ambiental. As cidades visitadas foram Ishigaki, Okinoerabu, Amamioshima, Kagoshima, Sasebo, Fukuoka, Osaka, Nishinomia e Tóquio, e a recepção foi organizada em pequenos grupos, de acordo com as normas em vigor.
“Recebemos a bordo por volta de 300 convidados, incluindo 80 funcionários eleitos, que tomam as decisões locais, bem como 70 jornalistas. Durante esses sete meses, a mídia, empresários e autoridades locais eleitas puderam descobrir nossa embarcação Race For Water e suas tecnologias inovadoras, assim como as soluções propostas para combater a poluição por plástico. Continuamos convencidos de que as soluções estão no terreno. É importante continuar as nossas ações de sensibilização e estar no terreno, independentemente do contexto”, diz Franck David, diretor da Odyssey Race for Water.
A equipe conseguiu, inclusive, realizar um programa de demonstração do nível de contaminação em águas japonesas, entre Ishigaki e Onikoerabu, na última primavera local, como parte da colaboração com o professor japonês Atsuhiko Isobe (Universidade de Kyushu). Hoje, o navio Race For Water está em manutenção por algumas semanas em Funabashi, um porto no coração de Tóquio.
Por Naíza Ximenes, sob supervisão da jornalista Maristella Pereira
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