Salmon Eye: centro de exposições flutuante explora o futuro da aquacultura
Novidade foi inaugurada recentemente na Noruega para discutir sobre formas sustentáveis de pesca


Recém-inaugurado na Noruega, Salmon Eye é um centro de exposições flutuante dedicado ao aprendizado e discussões sobre formas sustentáveis de pesca e o futuro da aquacultura.
A novidade fica localizada em Hardangerfjord, quinto maior fiorde do mundo.
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O projeto, que abriu as portas em setembro, combina um píer e uma estrutura elíptica que só será acessível pela água. O edifício lembra um olho de peixe e seu exterior é revestido com 9.500 escamas de aço inoxidável, que imitam a aparência e a cor da pele do salmão.
No interior, para a área de exposição interativa de 650 m², a empresa dinamarquesa Kvorning Design & Communication desenvolveu um conceito de experiência focado em chamar a atenção global para a aquacultura, destacando desafios, soluções e inovações, especialmente questões ambientais e sustentáveis da produção de peixes e frutos do mar, incluindo os impactos no salmão selvagem.
As experiências se desenrolam ao longo de um percurso moldado com rampas e escadas sinuosas, enquanto os visitantes interagem com projeções nas paredes e em grandes displays interativos em forma de ovas.
O Salmon Eye fica no local de piscicultura da empresa de frutos do mar Eide Fjordbruk. Chamado Hagardsneset, o lugar tem condições naturais que permitem produzir salmão saudável de maneira sustentável. Por isso, há uma maquete interativa de sua unidade de produção: projeção de uma rede suspensa do teto ao chão, na qual nadam milhares de salmão, e uma janela no meio do piso com vista para o mar.
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De acordo com estudo da Universidade da Califórnia em Santa Barbara, publicado na revista Science, a atividade pesqueira está presente em pelo menos 55% dos nossos oceanos. O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) garante no seu relatório Planeta vivo de 2018 que, desde 1950, extraímos dos mares quase 6 bilhões de toneladas de peixes e de outros invertebrados.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) afirma que o aumento da pesca intensiva comprometeu a sobrevivência de 33,1% das espécies comerciais, ao deixá-las sem tempo para se recuperarem após as capturas. Por exemplo, nas águas do Pacífico sudeste e no Atlântico sudoeste, a pesca excessiva afeta mais de 58% das populações de peixes, enquanto no Mediterrâneo e no mar Negro este número passa de 62%.
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A FAO estima que, em todo mundo, 179 milhões de toneladas de alimentos aquáticos são destinados ao consumo humano, o que corresponde a 20,5 kg de pescados por pessoa por ano. Os números apontam para um cenário no qual 4,5 bilhões de pessoas se alimentam regularmente dos “alimentos azuis”, como são chamados os alimentos que têm origem nos ambientes aquáticos, como rios, mares e lagos. Esses alimentos fornecem 15% da proteína animal consumida em nosso planeta.
De acordo com a ONU, em 2050 a população mundial chegará a 10 bilhões de pessoas: “É preciso que haja redução de desperdício de alimentos e que se tome muito cuidado com o uso sustentável para evitar o esgotamento dos recursos naturais”, disse Gustavo Chianca, representante adjunto da FAO no Brasil. Ou seja, é urgente um modelo de pesca sustentável para garantir a sobrevivência das espécies e da atividade pesqueira. A proposta do Salmon Eyes, portanto, chega em boa hora.
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