Confira cinco diferenças entre elétrica predial e elétrica náutica

Por: Redação -
10/09/2021
Por Pedro Rodrigues*

No mercado de elétrica há diversos profissionais capacitados como instaladores, técnicos, tecnólogos e engenheiros, e diversos cursos na área com diferentes cargas horárias voltados para instalações prediais. A elétrica náutica, entretanto, mais especificamente de embarcações de esporte e recreio, possui peculiaridades que exigem do eletricista um conhecimento que vai além do abordado na maioria dos cursos voltados para instalações em residências e outros empreendimentos em terra. Além disso, conta com poucos cursos específicos na área e carece de normas técnicas nacionais. Para conhecer um pouco mais sobre o assunto, confira quais são as 5 principais diferenças entre a elétrica predial e a elétrica náutica.

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1. Uso de Extra Baixa Tensão

Por padrão, a Extra Baixa Tensão é aquela que não ultrapassa de 50 volts em Corrente Alternada ou 120v em Corrente Contínua (CC). Em embarcações de esporte e recreio, é comum o uso principal ou exclusivo de energia em CC: aquela fornecida por baterias, em geral de 12v. Se por um lado essa energia requer menos preocupações em relação a acidentes de eletrocussão, uma vez que a voltagem não é suficiente para dar choque, por outro, requer um maior cuidado em relação à queda de tensão. Enquanto um queda de 2 volts em casa, corresponde a menos de 2%, no barco isso pode representar uma diminuição de mais de 15% entre a tensão fornecida pela fonte e a recebida pela carga, o que atrapalha o funcionamento de alguns equipamentos e provoca um maior consumo de energia.

2. Armazenamento de Energia

Na maioria das residências, principalmente em área urbana, a energia elétrica é fornecida pela rede da concessionária conforme demanda, não havendo a necessidade de armazenamento em baterias. Claro que há exceções como a bateria de celulares, computadores ou nobreaks, mas para ter energia o tempo todo, conta-se com a concessionária ou, em alguns casos, com o backup de geradores.

Já em embarcações, é comum a utilização de baterias que armazenam uma carga que deve ser bem dimensionada e monitorada, assim como em terra encontramos em sistemas solares off grid (isolados da rede elétrica). Essas baterias podem ser carregadas quando conectadas ao cais através de um carregador, pelo alternador do motor da embarcação, por placas solares, geradores, etc. O tamanho do banco de baterias pode variar bastante de acordo com o porte da embarcação, os hábitos de uso, tecnologia utilizada, entre outros aspectos.

3. Maresia e Corrosão

Em função da maresia e da alta umidade, as peças metálicas da embarcação estão mais suscetíveis à corrosão. Por isso, diversos equipamentos e materiais desenvolvidos para aplicação náutica, possuem peças menos vulneráveis à corrosão como o cobre estanhado, latão niquelado ou aço inox. Além disso, as conexões devem ser feitas de modo que evite a entrada de umidade que possa provocar corrosão nos cabos elétricos até mesmo por baixo da capa isolante, aumentando a resistência dos condutores.

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4. Casa de máquinas com gasolina

Uma situação rara de se encontrar em instalações prediais, porém comum em embarcações, são as casas de máquinas de motores a gasolina ou compartimentos onde se armazena esse combustível. Estes são considerados ambientes com potencial explosivo em função da alta flamabilidade do vapor da gasolina. Nesses ambientes, não devem ser instalados equipamentos elétricos que possam provocar faíscas. Além disso, os condutores que passam por casas de máquinas devem seguir especificações de composição e padrões de instalação específicos para evitar riscos de falhas ou de provocar incêndios.

5. Aterramento na água

O aterramento é o sistema responsável por conduzir uma corrente de fuga indesejada (geralmente provocada por um fio com a isolação corrompida que encosta na carcaça metálica do equipamento) ou uma descarga atmosférica (raio) para ser dissipada evitando acidentes. Enquanto em casa temos o aterramento feito no solo, em uma embarcação ele é feito na água. Levando-se em conta esse fator, algumas questões devem ser consideradas como a corrosão de metais submersos devido à corrente galvânica ou eletrólise, o risco de eletrocução de pessoas e animais dentro da água que mesmo com uma baixa corrente pode causar a contração dos músculos e consequentemente afogamento, além do fato de que um raio que não encontre um caminho fácil até a água, com baixa resistência, pode provocar furos no casco que possam levar a embarcação a pique.

Então, na hora de botar a mão na massa ou contratar um profissional, busque as melhores práticas dentro das normas nacionais e internacionais para garantir a maior segurança, confiabilidade e durabilidade das instalações do seu barco.

*Pedro Rodrigues é velejador e orientador em Elétrica Náutica certificado pela American Boat and Yacht Council – ABYC

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