Ilha deserta está à venda, mas vendedor tem exigência curiosa
Já imaginou ter uma ilha deserta só para você? A Ducks Ledges Island, no estado americano do Maine, está à venda, mas seu dono tem uma exigência curiosa: o comprador antes precisa passar uma noite nela.
Menor do que um campo de futebol, a ilha tem apenas 6.070 m² e tem o preço de 339 mil dólares — aproximadamente R$ 1.840.000 (valores convertidos em 07/07/2022). Ela fica a 10 minutos de barco da cidade mais próxima, Jonesport. Billy Milliken, seu proprietário desde 2007, assegura que o silêncio é absoluto: “Está longe o suficiente para que você evite qualquer barulho e luz. E lá o céu fica muito escuro, então a noite é linda.”
O que também torna a Ducks Ledges tão única é a falta de árvores no local, o que permite uma vista panorâmica do mar. “É como um assento na primeira fila”, acrescentou Billy.
A exigência do dono
Pagar o preço estipulado é apenas uma parte do processo de compra: para conquistar a confiança de Milliken, os interessados devem estar preparados para passar uma noite na ilha deserta. Ele parte do raciocínio de que o comprador, além de apreciar a beleza natural de Duck Ledges, precisa saber lidar com suas peculiaridades.
Duas pessoas já completaram o desafio, e mais três agendaram seus pernoites. Segundo Milliken, se mais de um comprador se qualificar, o fator de desempate será seu instinto. “Quando eu sentir que é a coisa certa, então será a coisa certa”, afirmou o proprietário.
Paraíso no verão
Para Milliken, a beleza da ilha se torna mais aparente durante o verão, quando, em suas palavras, “você pode desfrutar muito do oceano e fazer parte dele”.
A água ao redor da ilha é ideal para refrescar os dias mais quentes. Um verão particularmente quente que o americano passou na ilha ainda está gravado em sua memória. “Foi um alívio, um alívio físico”, disse ele sobre a brisa costeira. “Dormi na rede. Foi a melhor noite de sono que já tive.”
Contudo, o clima se torna impiedoso durante o inverno: as condições meteorológicas incluem gelo, neve e tempestades — mais um desafio para quem quiser viver ali em tempo integral.
“Um amigo ficou lá durante uma tempestade no inverno”, disse Milliken, acrescentando que a pessoa estava curiosa por como seria viver apenas do que a ilha poderia fornecer — incluindo peixes, mariscos e mexilhões. “Ele estava pronto para voltar para casa depois de três dias”, diverte-se o proprietário.
Uma casa inusitada
Quando Milliken comprou a ilha, a casa original estava em ruínas. Ele então a demoliu e construiu uma nova.
O atual chalé é aconchegante e acomoda até quatro pessoas. Possui duas camas, mas há espaço suficiente para colchões infláveis adicionais. Ao longo dos anos, Milliken dividiu a ilha com sua família e amigos próximos, que preferem fazer passeios diurnos em vez de passar a noite.
A casa fica a apenas 6 metros de distância da água, o que a torna suscetível a inundações decorrentes de tempestades. No entanto, segundo o proprietário, ela é resistente a esse tipo de intempérie: “Houve três momentos diferentes em que as tempestades chegaram à casa, e talvez sob a casa até certo ponto. Mas ela é elevada. Nunca houve danos à estrutura ou ao piso.”
Sem mordomias
O novo dono da ilha terá que se acostumar a viver sem alguns confortos, como aquecimento e água encanada. No lugar de um banheiro interno, os hóspedes precisam usar uma casinha a poucos metros da cabine.
“Se alguém pretende torná-la uma residência para o ano todo, enfrentará um desafio”, disse Milliken.
Para ele, Ducks Island sempre foi um lugar para se visitar durante o dia. Sua residência principal fica nas proximidades, no continente. “É tentador chegar em casa e tomar um banho”, afirmou.
Um Éden ecológico
A vida selvagem na ilha é praticamente intocada, e inclui lagostas, aves marinhas, águias e focas — que dão à luz filhotes ao redor da ilha.
Milliken segue uma tradição de proprietários preocupados com o ecossistema local. Ele disse que os donos antes dele se recusaram a vender Ducks Ledges a um interessado porque ele queria caçar os animais da ilha.
Depois de passar uma década na ilha deserta, ele explica por que se se preocupa tanto com a preservação das espécies: “Em nossas vidas, estamos ocupados e há tantas distrações, mas quando você está naquela ilha, você se sente realmente pequeno. É muito saudável estar lá sozinho, onde você pode realmente ouvir a si mesmo. Você é um convidado da natureza quando está lá.”
“Quanto mais tempo eu passo na ilha”, acrescentou, “mais eu entendo que é um lugar especial.”
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