Encontrado o mais antigo registro fotográfico de raia manta oceânica viva feito no Brasil
Prepare-se para ver o mais antigo registro fotográfico de raia manta oceânica viva já feito no Brasil. As imagens são da década de 1970 e foram descobertas pelos pesquisadores do Projeto Mobulas do Brasil, que é membro da rede mundial Manta Trust (com sede no Reino Unido) e promove ações públicas ambientais em favor das raias.
O flagrante aconteceu em 1974, na Baía de Sepetiba, no Rio Janeiro. Mais precisamente no mês de dezembro daquele ano, quando a tripulação do Emília — barco de pesquisa oceanográfica do Instituto Oceanográfico da USP, mas à época a serviço da Companhia Docas do Rio de Janeiro, daí se encontrar em águas fluminenses — sentiu um forte tranco no casco ao passar pela Baía de Sepetiba.
Ao sentir o impacto, imediatamente o consultor ambiental Élio Lopes — então gerente da Cetesb —, que estava descansando no beliche da cabine da embarcação, saltou da cama e correu para o convés, ao encontro do capitão do Emília, Mestre Terêncio, para saber que tranco tinha sido aquele.
“O barco bateu num cardume de Jamantas!”, respondeu o comandante, referindo-se à gigante Mobula birostris, uma das maiores e mais misteriosas espécies de peixe do mundo.
Aquilo soou como música para os ouvidos de Elio, que correu apara pegar sua câmera, subiu no ponto mais alto do Emília e disparou uma rajada de cliques, registrando os animais.
Uma das fotos, que publicamos abaixo, após ser analisada, mostra uma Mobula birostris (raia manta oceânica) adulta em atitude alimentar — é possível afirmar isso pela curvatura da região dorsal do bicho e pela posição das cefálicas e da boca. Um registro simplesmente incrível!
Chama atenção o fato dessas Mobulas Oceânicas estarem navegando em grupo, pois sabidamente essa espécie tem hábitos solitários. Isso só acontece excepcionalmente, por três motivos: alimentação, limpeza ou acasalamento. Daí o impacto dessas imagens.
Elio conseguiu fotografar um grupo de jamantas bem grandes, aproveitando uma oportunidade rara, possivelmente enquanto elas se alimentavam do zooplâncton que se agregava na superfície — pequenos organismos que vivem dispersos na coluna d’água e que são a base da alimentação dessas raias.
LEIA TAMBÉM
>> Teste Intermarine 62: navegamos em uma das lanchas mais desejadas do Brasil
>> 11 barcos-conceito fantásticos que podem ir para as águas nos próximos anos
>> Navegador argentino cruza o Atlântico para ver seus pais em meio à pandemia
Outro dado valioso, na avaliação do especialista do Projeto Mobulas do Brasil, é a possibilidade de comprovação da autenticidade das imagens. O papel fotográfico traz a data “DEZ 74”.
Isso significa também que a ocorrência não seguiu os padrões normais, pois a temporada desses animais no Sudeste do Brasil se limita ao período entre maio e agosto, de acordo com a comunidade científica.
Passados quase 46 anos, o espetáculo das raias manta flagrado pelo então gerente da Cetesb é o registro mais antigo já comprovado no Brasil até o momento, para fins de catalogação nacional e mundial. Dificilmente aparecerá outro.
Gostou desse artigo? Clique aqui para assinar o nosso serviço de envio de notícias por WhatsApp e receba mais conteúdos.
Náutica Responde
Faça uma pergunta para a Náutica
Relacionadas
Encerramento do evento terá cobertura no Canal NÁUTICA no YouTube, direto da Marina da Glória; assista
Loja expôs nove modelos, entre ATV e UTV, da distribuidora CFMoto
Espaço vip flutuante da Revista Náutica recebe grandes nomes do setor sobre as águas da Baía de Guanabara
Encerramento da 25ª edição do salão náutico carioca terá quatro palestrantes na Marina da Glória
Através da realidade virtual, equipamento simula o uso do Assisted Docking dentro do estande da marca no salão