Opinião: a expressão “capitalismo selvagem” nunca pareceu fazer tanto sentido e nunca foi tão necessário repensá-la
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Por Roberta Ramalho*
Diante dos tempos atuais, a expressão “capitalismo selvagem” nunca pareceu fazer tanto sentido e, ao mesmo tempo (e talvez por isso mesmo), nunca foi tão necessário repensá-la. Não me entenda mal. Como líder de um dos mais longevos estaleiros do país, fabricante de embarcações de luxo, eu também me preocupo com o lucro e com os bons resultados da empresa. A questão é: será que precisamos mesmo ser tão vorazes? Sabidamente, há outras métricas de mensuração que não a de ganhar mais e mais.
A felicidade das pessoas também conta, agrega valor, o que, por sua vez, acaba se convertendo em resultados. Compartilho da visão de que uma empresa se constrói a partir das pessoas. Se, por um lado, o termo “responsabilidade social” pode provocar reações extremas em boa parte dos executivos vigentes, por outro, percebo que há um crescente número de líderes, especialmente os mais jovens, que tem cada vez mais atentado para a importância dessa postura, o que, em certa medida me conforta, por tornar evidente que mais pessoas compartilham do mesmo ideal. Mas, afinal, é viável a busca por um sistema econômico menos agressivo e autodestrutivo?
Cito um exemplo pessoal, que pode ser um aceno positivo nessa direção. Em um cenário em que um número cada vez maior de empresas realoca parte ou o todo de suas operações fora do Brasil, desde que assumi a Intermarine tomei a decisão de seguir no sentido oposto, que me parecia muito mais correto e condizente com o propósito da empresa, de não ser apenas uma montadora de embarcações. Fabricamos barcos aqui mesmo, em nosso país, usando expertise de todo o mundo.
“Será que precisamos mesmo ser tão vorazes? Sabidamente, há outras métricas de mensuração que não a de ganhar mais e mais”
O sucesso da Intermarine, em grande parte, sempre se deu por nossa habilidade em saber mesclar perfeitamente o artesanal e a vanguarda. Convergir exímios talentos locais, com décadas de experiência, com o que há de mais avançado em engenharia náutica e tecnologia. Ter o controle absoluto de cada aspecto de uma embarcação, mesmo os mais ínfimos, sem jamais fazer uma única concessão por motivos alheios a nossa vontade. Eis aí o valor de uma Intermarine.
Muita gente está interessada em adquirir não somente produtos incríveis, mas as histórias, as jornadas por trás deles. Isso, sem dúvida, somente é obtido tendo pessoas extraordinárias por perto, com as quais se pode conversar olhando nos olhos, a um aperto de mão de distância. Por isso, tenho como meta uma gestão de impacto das pessoas, antes dos produtos. Uma coisa leva a outra.
É fácil alcançar tal objetivo? Definitivamente, não. Lidar com pessoas é ao mesmo tempo uma experiência transformadora e complexa. Todavia, nosso papel, enquanto protagonistas do mundo dos negócios, precisa ser também o de gerar impactos positivos na vida daqueles que estão próximos a nós. Isso implica em grandes desafios para a Intermarine, que tem muito ainda por evoluir, mas também no endosso de uma série de coisas nas quais acredito, como a possibilidade de, em cadeia, fazermos a diferença; a obrigação de empregar e servir; e a possibilidade de exercer o capitalismo de forma mais humana.
Eu acredito nas pessoas.
*Roberta Ramalho é CEO na Intermarine
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