Teste Sedna 36 HT: uma ótima lancha para quem deseja começar a dormir a bordo
Tradicionalmente conhecido pelo cuidado na construção de lanchas de pesca oceânica (com grande sucesso, diga-se de passagem), há algum tempo a Sedna Yachts vem recebendo forte investimento em qualidade e capacidade de produção para construir embarcações de passeio.
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Desde a sua reformulação, em 2012, cada vez mais o estaleiro está diversificando a sua produção e, assim, conquistando uma legião de fãs. Um exemplo disso é a versão renovada da Sedna 36 HT, a lancha de entrada da linha de barcos de passeio da marca, que fez sucesso no recente São Paulo Boat Show 2020. Veja no vídeo completo abaixo:
Uma lancha pode ter várias versões: hard top, flybridge, offshore, sport fishing, center console, entre outras. Com a diversificação, necessária para atender uma demanda tão variada de clientes, o estaleiro Sedna Yachts, que faz parte do Sedna Group (www.sednagroup.com.br), tem hoje trunfos em todos esses segmentos.
Em sua sua fábrica na cidade de Itajaí, em Santa Catarina, são feitos nada menos que 21 modelos de lanchas, distribuídos pelas coleções Sedna Yachts (36 HT, 42 HT, 42 Fly, 47 HT, 47 Fly, 54 Fly, 60 Fly, 65 Fly e 78 Fly, além de um iate esportivo de 100 pés); e Sport Fishing (as lanchas de console central, para pesca oceânica e passeios em família, FL 285, FL 290, UB 315, XF 315, XF 335, FL 340, LF 365, XF 375, CV 405 e CV 450). E ainda tem a Sedna Super Sport SS 460, modelo esportivo de passeio de 46 pés. E em todos estes modelos consegue níveis de boa qualidade.
A Sedna 36 HT, como o nome diz, é uma lancha hard-top, com teto solar rígido acionado por comando elétrico, uma categoria que ganhou inúmeros admiradores no Brasil, pela flexibilidade que oferece: pode ser usada como barco fechado nos dias frios ou de virada de tempo e aberto (ou mesmo fechado, com o ar-condicionado ligado) nos dias mais quentes.
Apresentada pelo estaleiro como a lancha com “o maior espaço da categoria”, a Sedna 36 HT tem 11,9 metros de comprimento total (sendo 35,8 pés na linha d’água), além de 3,20 metros de boca. É um ótimo tamanho de barco para quem quer começar a dormir a bordo, acomodando, com certa boa vontade, até sete pessoas para pernoite.
Como uma típica lancha hard top, a Sedna 36 HT tem cockpit integrado ao salão e teto solar, mas oferece fechamento por porta de vidro, o que transforma a praça de popa numa espécie de terraço, sendo que as duas áreas (externa e interna) contam com assentos para até 11 pessoas (mais o piloto) em passeios diurnos.
Ainda assim, a circulação é muito boa. A abertura do teto solar (de acionamento elétrico) é bastante grande para uma lancha desse porte, facilitando a navegação em pé, além de garantir a entrada de sol e ar.
No posto de comando, o banco (duplo e rebatível, com apoio de braços) é de couro, o volante, escamoteável, e o painel tem espaço para um eletrônico com tela de 12 polegadas e até algo mais. A bombordo, há um gostoso divã lateral (aqui o leito para o sétimo passageiro em pernoite).
Com 1,89 m de altura na entrada, o salão — muito bem iluminado por janelas panorâmicas que se integram ao para-brisa e pelo teto-solar — tem ainda dois sofás e espaço para a montagem de uma mesa. Todo o acabamento é de linho, tanto das paredes quanto do teto, e a iluminação, de led, bastante agradável.
A praça de popa vem equipada com mesa de teca (para três pessoas) com base de mola a gás e bancada com cooktop (item opcional), pia, caixa de gelo, lixeira e cristaleira. A passagem lateral para a proa é um tanto estreita, mas auxiliada por bons pegadores de mão no casario e por um guarda-mancebo de boa altura lançado para fora do casco.
Na proa, há um excelente solário com apoio de cabeça reclinável, além de comando de guincho e caixa de âncora adequados ao volume da embarcação — um senão aqui é que o piloto, sentado ou em pé no posto de comando, não tem uma boa visão da corrente e da âncora; o mais aconselhável é fazer essa operação diretamente na proa.
A cabine, com 1,80 metro de altura na entrada, após a escada, é igualmente espaçosa. Tem dois camarotes: um fechado na proa, com cama triangular, e outro mais a ré (este, com 0,58 cm de pé-direito na cama de boas dimensões, 1,85 m x 1,53 m, e isolada por cortinas), com acesso por uma passagem lateral.
E há ainda um sofá conversível em cama de casal com boas medidas (1,89 m x 0,90 m), na frente da cama de popa. O banheiro é excelente, com ótimo 1,75 m de altura, ducha de mão, espaço para banho, gabinete com espelho, antepara revestida com pastilhas, claraboia e vigia).
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No centro da área de cabine, tem uma sala com sofá e tv (a bombordo), além da cozinha, que fica em um nicho a boreste, com pia, geladeira, micro-ondas e armários. O detalhe é que essa área recebe iluminação natural através do para-brisa (de folha inteira) e do teto solar, montando um pé-direito de 2,33 m. Para refrigerar os ambientes, a lancha oferece aparelho de ar-condicionado de 16.000 btu. O painel elétrico está bem disposto, junto à cozinha, e a fiação, toda estanhada, chama atenção por sua boa qualidade de montagem.
O fluxo de passageiros recebeu cuidado especial do projetista, com a integração entre todos os ambientes e predomínio do conceito aberto. Repare que a porta com três folhas de vidro (com estrutura de inox), entre o cockpit e o salão, abre praticamente inteira. Tudo isso torna as diversas áreas mais confortáveis, relaxantes e seguras.
A plataforma submersível de popa, medindo 3,04 m de largura por 1,39 m, é outro ponto forte desta 36 pés. Segundo o estaleiro, sustenta até 400 kg (com a opção de um suporte removível para jet) e vem equipada com ducha e escada retrátil.
Agregado a ela há o indispensável espaço gourmet, com pia, torneira rebatível com água quente e fria, tábua para cortar carne, paiol de utilidades e churrasqueira (item opcional), que pode ser elétrica ou a carvão. Um toldo (de acionamento elétrico, por controle remoto) protege toda essa área, mas também é item opcional.
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Para o acesso à casa de máquina, há duas opções: uma pela popa, por meio de uma abertura de acionamento elétrico, e outra pela praça de popa, por um acesso no piso logo à frente da porta de vidro. O espaço para manutenção não é grande, mas suficiente, desde que o acesso seja feito pela entrada da praça de popa, com a retirada do depósito da lixeira que fica instalado ali.
Outro diferencial da Sedna 36 HT está na laminação, feita por infusão à vácuo, o que resulta em um casco forte, leve e resistente — segundo o estaleiro, o casco da Sedna 36 HT é 30% mais leve que o de uma lancha com laminação comum. Quanto menor o peso, menor o esforço dos motores e, consequentemente, menor o gasto de combustível.
Como navega
Para avaliar o comportamento do seu casco, levamos a Sedna 36 HT para as águas normalmente calmas do Guarujá, no litoral de São Paulo, mas que no dia do teste não apresentavam as melhores condições, com mar mexido (ondas de 1,00 m a 1,20 m de Sul) e ventos de 8,5 nós constantes com rajadas também de Sul a Sudeste de até 13 nós.
Mesmo nessas condições, já em mar aberto (avançamos quase 5 milhas da costa), a lancha respondeu muito rápido, o que torna o pilotar leve e bem agradável. Mostrou-se, também, bastante ágil nas curvas, fazendo manobras com raio de giro curto na velocidade de cruzeiro, que foi de 25,9 nós, a 3 300 rpm.
Já na velocidade máxima, a Sedna 36 HT foi muito bem, sem adernar demais, e mostrou muita capacidade de se manter estável navegando contra as ondas. Não faltaram indícios de um casco seguro e bem equilibrado para o tipo de navegada que a Sedna 36 HT se propõe.
Além disso, percebemos que ela levanta um pouco a proa na aceleração, o que é bem normal em embarcações desse porte, ainda mais com os tanques cheios, o que pode ser corrigido com a instalação de flapes, que não estavam disponíveis na unidade testada, por opção do proprietário. Após os 21,5 nós, a proa se estabiliza e baixa bem, e a lancha desliza suave, sem nenhuma forte pancada no casco.
No desempenho, com dois motores de centro-rabeta Volvo Penta D4, a diesel, de 270 hp cada, a Sedna 36 HT foi muito bem acima dos 2800 rpm, atingindo 30,2 nós na média de velocidade final, com cinco pessoas a bordo, 420 litros de diesel (capacidade total do tanque de combustível) e 200 litros de água (metade do tanque).
Na aceleração, contudo, a lancha levou 23 segundos para alcançar 20 nós, o que já era esperado, pois a lancha tem uma saída um pouco mais pesada. Acreditamos que se equipada com dois motores de 300 hp o conjunto ficará mais equilibrado.
Já a partir dos 2 800 giros, com a proa mais baixa, a Sedna 36 HT entrega performance com números bastante agradáveis. Nessas condições, com a posição ajustada, o que poderia ocorrer com o uso de flapes, o posto de comando e a posição de pilotagem se mostraram uma das melhores dessa categoria entre as lanchas já testadas por NÁUTICA.
Características técnicas
Comprimento total: 11,9 metros (39 pés)
Comprimento do casco: 10,9 metros (35,8 pés)
Boca: 3,2 metros
Calado com propulsão: 0,9 metro
Borda livre na proa: 1,20 m
Borda livre na popa: 0,80 m
Altura do salão na entrada: 1,80 m
Ângulo do V na popa: 18 graus
Combustível: 420 litros
Água: 400 litros
Capacidade dia: 12 pessoas
Capacidade pernoite: 7 pessoas
Peso com motores: 9 800 kg
Potência: 2 x 270 a 300 hp cada
Pontos Altos
» Espaços bem aproveitados
» Pernoite para até sete pessoas
» Navegação estável contra ondas
» Proa muito bem aproveitada
» Fechamento do salão
Pontos Baixos
» O acesso para a manutenção dos motores
» Faltam janelas laterais no salão
» Aceleração lenta até 20 nós
Quanto custa?
A partir de R$ 1 595 000, já equipada com dois motores centro-rabeta Volvo Penta D4, de 270 hp cada (a versão testada por NÁUTICA). Preço pesquisado em dezembro/2020. Para saber mais sobre o modelo testado, acesse o site oficial da Sedna Yachts, www.sednagroup.com.br.
Quem fabrica?
A Sedna Group é um estaleiro nacional, com sede em Santa Catarina, com forte presença no segmento de pesca no Brasil e América do Sul. Desde a sua reformulação, em 2012, está focada na liderança do segmento pesca oceânica e também na melhoria constante de seus barcos.
Atualmente, seguindo a confiança da marca Sedna conquistada no mercado “Sport Fishing”, graças à navegabilidade e robustez na construção dos cascos, o estaleiro produz duas coleções distintas de embarcações: a voltada para a pesca oceânica e de barcos de passeio de 36 a 100 pés.
Reportagem: Guilherme Kodja
Edição de texto: Gilberto Ungaretti
Edição de vídeo: TakeBoom Produções
Fotos: Rogério Pallatta e Victor Oliveira/TakeBoom
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