Barco ou dirigível? Empresa promete lançar “iate” que voará movido a gás hélio


O gigantesco trimarã que você vê aqui prestes a levantar voo (sim, um iate voador, movido a gás hélio comprimido), ainda não existe, a não ser na cabeça de seus criadores. Na busca por uma solução urgente ao problema das emissões de carbono, nascem algumas utopias, projetos que provavelmente nunca sairão do papel, ou do computador de quem os criou, a não ser em realidade virtual 3D. É o caso do Air Yacht, fruto da imaginação pra lá de criativa dos designers do estúdio italiano Lazzarini.

Projetado para navegar tanto no mar como no ar, esse megaiate (ou dirigível), medindo 492 pés, de cara já enfrenta um grande desafio: desfazer a desconfiança no uso do gás hélio como combustível. Motivo: o mais famoso dirigível da história, o Hindenburg, movido por uma mistura de gás hélio e hidrogênio, incendiou-se no momento da atracação em Lakehurst, Nova Jersey, e explodiu, matando mais de uma centena de passageiros e tripulantes, em 1937.
Iguais a eles, diversos zepelins (como eram conhecidos os dirigíveis) viajaram pelo mundo. O Graf Zeppelin, por exemplo, fez 600 voos e cruzou o Atlântico 144 vezes entre 1931 e 1937. Os passageiros relatavam que a sensação de voar silenciosamente era inigualável. Até que o Hindenburg foi todo consumido pelas chamas às 19h15 min. Do dia 6 de maio de 1937, e os dirigíveis saíram de circulação, por despertar desconfiança — ninguém queria embarcar num novo Hindenburg.

Mas, segundo os criadores do Air Yacht, com a tecnologia atual, e usando apenas hélio (um gás não inflamável, ao contrário do hidrogênio), podem-se fabricar naves seguras para voar a uma velocidade de 60 nós (110 km/h), com espaço e conforto. O único problema é que o hélio é um gás abundante no universo, mas raro no planeta Terra. Para impulsionar um dirigível tão grande quando o Air Yacht é necessária uma enorme quantidade de gás hélio.
Em compensação, as naves movidas por esses gases são silenciosas, não gastam muito combustível, quase não poluem o ar e transportam peso com pequeno dispêndio de energia. Por tudo isso, e pelo fascínio que desperta, vêm surgindo novos projetos a cada dia, seja para transportar cargas ou passageiros. Como é o desse revolucionário megaiate voador.

Todo construído com fibra de carbono, o iate voador terá os cascos conectados através de um deck central medindo 10 metros de largura, consistindo de uma cabine principal, área de convivência e uma grande sala de jantar, com todas as comodidades encontradas em um iate de luxo convencional. Em cada um dos bordos haverá cinco camarotes, que levarão os 22 privilegiados passageiros provavelmente à maior aventura de suas vidas.
A assistência de propulsão para o dirigível será acionada através dos painéis solares, cuja energia será armazenada em baterias ultraleves, que as distribuirão aos oito rotores elétricos contrarrotativos laterais, quando necessário.
Para impulsionar um dirigível tão grande é necessária uma enorme quantidade de hélio. O Air Yacht armazena o gás em colmeias semelhantes a favos de mel, que detêm cerca de 4 milhões de metros cúbicos de hélio comprimido. Como resultado, ao trocar a água pelo ar, a nave pode voar por 48 horas sem parar, a uma velocidade de 60 nós.

Na hora de pousar, os rotores mudam a posição para baixo, dando o impulso necessário para descer suavemente. O hélio, então, é despressurizado e o sistema de ancoragem de lastro o mantém estável na água, enquanto é impulsionado para frente a uma velocidade de cruzeiro de 5 nós. “Não se destina a fins turísticos”, disse a assessoria do estúdio italiano. “É para um proprietário privado que deseja um superiate ecológico e voador”.
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