Bem-sucedido programa de despoluição do Novo Rio Pinheiros é extraordinário instrumento de transformação social
A vida voltou às águas do Rio Pinheiros. Agora, com as suas margens revitalizadas e o meio ambiente preservado o rio integra-se novamente à cidade. Mas a transformação mais evidente, e talvez a mais importante, se deu nas áreas de maior vulnerabilidade social, onde a chegada do saneamento levou mais saúde e qualidade de vida para cerca de 3 milhões de famílias.
A pergunta que se faz é: o que foi feito de diferente agora para que o Rio Pinheiros passasse a ter vida novamente?
Como se sabe, a partir do trabalho de despoluição, que começou em 2019, peixes começaram a ser vistos nadando no Rio Pinheiros. Imagens gravadas pela população surpreenderam as redes sociais. Segundo especialistas, a presença dos animais é um indicativo de recomeço de vida no local. Sinal de que encontraram no rio que cruza a zona sul de São Paulo oxigenação suficiente para continuar vivos.
Junto com o Governo do Estado de São Paulo (e de outros órgãos, como a Prefeitura de São Paulo), a Sabesp, responsável pelo fornecimento de água, coleta e tratamento de esgotos de 375 municípios paulistas, liderou a frente de saneamento do mais bem-sucedido programa de despoluição de sua história.
A meta inicial da Sabesp no Programa Novo Rio Pinheiros era fazer a conexão, até o fim de 2022, de 530 mil novos imóveis à rede de esgoto da cidade de São Paulo.
A empresa não apenas cumpriu a meta como avançou 30% acima do objetivo, conectando mais de 650 mil imóveis à rede de esgoto! “Isso só foi possível porque conseguimos a adesão das pessoas ao Programa de despoluição”, conta Fernandes Hayashi, engenheiro da Sabesp.
Desde o planejamento do Programa, ficou definido pela Companhia que o engajamento da população, sobretudo com a mobilização das comunidades, seria essencial. E a população reagiu positivamente, sensibilizada pela proposta de resgate da dignidade, da saúde, da esperança e da consciência.
“Quando os dois lados se entendem, começa a nascer uma relação de confiança. As comunidades confiaram que estávamos lá para levar um benefício. Isso foi importante porque gerou sinergia”, acredita Hayashi.
O foco do trabalho foi na recuperação dos afluentes do Rio Pinheiros. “Concentramos os esforços junto às comunidades que vivem no entorno do rio e dos córregos, com construção da rede de esgoto, de coletores e de troncos. Justamente para pegar esse esgoto e levar até a estação de tratamento”, explica Alexandre de Oliveira, engenheiro ambiental da Sabesp.
Também foram criadas pela Sabesp as chamadas Unidades de Recuperação de Qualidade da Água. São estações de tratamento que recuperam a qualidade dos córregos, melhorando sua qualidade e trazendo benefícios para o meio ambiente, para a sociedade e, no fim da ponta, contribuindo para a despoluição do Pinheiros.
Cada Unidade de Recuperação capta a água de um córrego afluente e a devolve em seguida ao curso natural sem cheiros e com maior capacidade de abrigar vida aquática. Uma solução criativa que colabora na recuperação das águas de córregos como Jaguaré, Pirajussara, Cachoeira, Antonico e Água Espraiada.
Dessa forma, as águas do Pinheiros foram gradativamente melhorando de qualidade, permitindo a redução do odor e o retorno da vida aquáticas nos cursos d’água.
Como um efeito positivo puxa outro, a população está voltando a ocupar as suas margens (como fazia até a década de 1960) e a desfrutar de novas opções de lazer, como o Parque Bruno Covas (com pista de caminhada, quadras esportivas, estações de ginásticas, quiosques e playground) e a Ciclovia Franco Montoro. Isso se chama qualidade de vida. “Antes, eu só passava por aqui de carro mesmo. Era só lixo, um cheiro horrível. Agora, mudou a chavinha. Dá até para a gente comer um lanche às margens do rio”, testemunha a ciclista Kátia Cristina, que passou a ser assídua frequentadora do lugar.
Mais de 650 mil imóveis foram conectados à rede de coleta e tratamento de esgoto, levando dignidade e qualidade de vida para os paulistas
Trata-se de diretriz institucional. A aproximação com a população faz parte do firme compromisso da Sabesp com a sustentabilidade e as melhores práticas de responsabilidade social e ambiental. “O que a gente faz aqui tem um impacto muito positivo para o meio ambiente”, defende o biólogo Fábio Akiyama, que atua na estação de tratamento de esgoto da Sabesp em Barueri, na Grande São Paulo.
Com suas grandes obras em São Paulo, a Companhia revela também um grande cuidado e respeito pelas pessoas, sob a forma de garantia da segurança hídrica, da qualidade da água, da coleta e tratamento do esgoto. Conquistas que se refletem em melhoria da saúde e da qualidade de vida e, em mais alto grau, na renovação da esperança e da dignidade.
A tese é que o acesso ao saneamento básico deve ser encarado como um instrumento de transformação social tão poderoso quanto os que são aplicados em áreas como saúde, educação e cultura, contribuindo para subverter a desigualdade social.
O acesso às redes de água e de esgoto é um direito do cidadão, uma das formas mais legítimas de combate à desigualdade. Melhora a qualidade de vida, aumenta a produtividade, promove dignidade e devolve a esperança.
“Eu tinha vergonha de trazer minha família para cá, por causa do córrego e do mau cheiro. Tinha rato, tinha barata, essas coisas. Mas agora, graças a Deus, depois que vieram os tubos, que cimentaram tudo direitinho, agora eu posso chamar minha família para almoçar em casa. Eu tenho a minha caixinha de água, tenho meu esgoto. Hoje a vila não é vila. Está parecendo um bairro”, diz Irene Angelo da Silva, moradora de Americanópolis, em um depoimento que, melhor que um tratado sociológico, revela a extensão do alcance do trabalho da Sabesp.
“Para os resultados continuarem, nosso esforço agora é o de conscientizar cada um de nós sobre a importância de sermos zeladores desses córregos”, diz Danieli Lolito, técnica em sistema de saneamento da Sabesp.
Atitudes simples mudam o mundo, como o descarte correto de lixo para que estes não cheguem no rio e seus afluentes. Então, as pessoas precisam rever seus hábitos e só deixar ir para os cursos d’água somente aquilo que não altera sua composição natural e que, consequentemente, não vai poluí-los. O Novo Rio Pinheiros é uma conquista de todos nós. Vamos juntos cuidar.
Para saber mais sobre o trabalho do Programa Novo Rio Pinheiros, confira a série especial em vídeo.
Náutica Responde
Faça uma pergunta para a Náutica
Relacionadas
Batizada de RCYL e feita pela alemã igus, bike não enferruja, não precisa de óleo e é praticamente livre de manutenção
Lendário Galeb, de 385 pés, serviu na Segunda Guerra Mundial, sofreu bombardeio e foi resgatado pelo governo croata
Especialista Bianca Colepicolo explica como Sorriso (MT) pode diversificar suas atividades além do agro
Com operações em mais de 13 países, marca traz soluções em produtos internacionais ao país, além de alavancar marcas nacionais no exterior
Ao longo de 30 anos, projeto de R$ 8,5 bilhões deve abranger 180 km de hidrovias urbanas, incluindo rios como o Pinheiros e Tietê