Dois peixes-boi marinhos são reintroduzidos na Barra do Mamanguape, na Paraíba
A Área de Proteção Ambiental (APA) da Barra do Rio Mamanguape (PB) tem se consolidado como um sítio da reintrodução de peixes-boi-marinhos. Na última semana, dois novos animais foram transferidos para a unidade de conservação: a fêmea Vitória, de quatro anos, e o macho Parajuru, de seis.
Parajuru foi o primeiro a encontrar as águas paraibanas. Ele tem 2,51 metros e 335 quilos. Ele foi resgatado em 2013, no litoral do Ceará. Vitória é maior: 2,7 metros e 404 quilos. Ela foi encontrada ainda filhote por dois pescadores, na praia do Oitero no município de Rio Tinto (PB).
Eles foram levados para um recinto de adaptação que fica dentro da APA onde devem ficar por cerca de oito meses, a depender do ritmo de adaptação e posterior soltura na natureza. Durante este período, os animais vão poder se acostumar com a dinâmica das marés, com organismos aquáticos da região, como peixes e crustáceos.
A adaptação de Parajuru e Vitória, bem como a de outros animais já resgatados, é crucial para a preservação da espécie. O peixe-boi-marinho (Trichechus manatus) é a espécie de mamífero aquático mais ameaçado de extinção, com, no máximo, mil indivíduos na natureza. Eles podem ser encontrados no litoral norte da América do Sul, Caribe, costa leste da América Central e em alguns lugares do litoral sul dos Estados Unidos.
>>Maior livraria flutuante do mundo tem mais de 5 mil livros
>>Rio Boat Show chega à sua 22ª edição neste sábado
>>Conheça os campeões do Brasileiro ABVO em Búzios
Eles vivem até 60 anos de idade e têm filhotes a cada 3 anos, sendo que cada filhote é amamentado até o segundo ano de vida. De natureza dócil, eles foram largamente caçados por sua carne e couro. Além disso, a degradação dos habitats pela liberação de químicos como mercúrio e agrotóxicos; o isolamento de populações por barramentos de hidrelétricas e a captura ocasional de filhotes por redes de pesca, ameaçam a conservação deste animal.
O ICMBio dispõe de um Plano de Ação Nacional (PAN) Peixe-Boi-Marinho desde 2010, quando a espécie foi contemplada pelo PAN Sirênios. O PAN Peixe-Boi Marinho foi formulado em 2018 e tem como meta reduzir as ameaças dos seres humanos, ampliar o conhecimento sobre a espécie e aperfeiçoar as ações de conservação pelos próximos cinco anos.
O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste (Cepene) é responsável pela promoção e realização de ações para preservar o peixe-boi-marinho ao lado do Núcleo de Gestão Integrada (NGI) ICMBio Mamanguape, Fundação Mamíferos Aquáticos e associações comunitárias locais.
O plano de ações para o peixe-boi-marinho na UC inclui a implementação de um cativeiro natural até a reintrodução; iniciativas de turismo de base comunitária; recuperação do Centro de Visitantes, do Galpão Náutico e da sede; além de melhoria das estruturas voltadas à educação e sensibilização ambiental dos moradores e visitantes da região.
Receba notícias de NÁUTICA no WhatsApp. Inscreva-se!
A edição deste mês já está disponível nas bancas, no nosso app
e também na Loja Virtual. Baixe agora!
App Revista Náutica
Loja Virtual
Disponível para tablets e smartphones
Náutica Responde
Faça uma pergunta para a Náutica
Relacionadas
Prevista para fevereiro, unidade estará às margens do Rio Capibaribe, em complexo que possui marina de classe internacional
Brasil tem defasagem de vagas para barcos em marinas, impactando turismo e empregos
Gesto é de grande valor para cientistas, que ainda pouco sabem sobre comportamentos da espécie ameaçada
St. Petersburg Boat Show 2025 estreia nesta quinta-feira (16), nos Estados Unidos, com estaleiro pernambucano
Barcos do estaleiro catarinense estarão em eventos náuticos dos EUA e Alemanha de forma simultânea nos próximos dias