Ex-engenheiro da F1 constrói obras de arte com peças de carros de corrida
Ao unir a paixão pela vida marinha com sua experiência no automobilismo, o sul-africano Alastair Gibson fez arte
Alastair Gibson nasceu perto de Johannesburgo, estudou na escola King Edward VII e, durante as férias na casa de praia da família, se apaixonou pelas formas dos animais marinhos e foi fisgado pela dinâmica do peixe rápido que avistou, o que o levou a fazer aulas de escultura — uma característica fundamental no trabalho que produziria anos mais tarde.
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Interessado em automobilismo por influência do pai, Alastair se formou em engenharia e se mandou para a Europa, movido pelo sonho de trabalhar na indústria esportiva do automobilismo. Ele passou 14 anos na Fórmula 1, 4 como mecânico-chefe da equipe Benetton e 10 como chefe da equipe de mecânica do BAR e Honda Grand Prix.
Por quase uma década, cuidou dos carros de Jenson Button, que é o feliz proprietário de uma das icônicas esculturas de tubarão-martelo de Alastair Gibson. Rubens Barrichello e David Richards também têm peças do artista.
Nos dias de folga da Fórmula 1, eu comecei a fazer esculturas com pedacinhos de titânio que pegava nas oficinas – Alastair Gibson
Ao observar semelhanças entre modernos carros de corrida e peixes, Alastair usou suas habilidades para desenvolver uma série de esculturas feitas com fibra de carbono. Teve a ideia de se tornar artista por volta de 1995, quando se juntou à equipe Benetton F1.
“Eu andava pelas oficinas de peças e pegava pedacinhos de titânio. Pensava na precisão e na beleza deles. Então, nos dias de folga, comecei a fazer esculturas. Todo ano eu fazia três ou quatro peças e dava para minhas amigas, ou minhas irmãs”, contou.
Usando peças e tecnologia de Fórmula 1, ele conquistou o mundo com seus peixes de formas diferenciadas. Dessa forma, combinou suas paixões: arte, biologia marinha e o mundo do automobilismo.
Desde que se tornou artista profissional, Alastair abraçou todas as suas experiências para criar esculturas verdadeiramente únicas. A ligação entre sua carreira mecânica e a arte é essencial.
Artista em tempo integral há 15 anos, Gibson é reconhecido como precursor na escultura de fibra de carbono, único que fazia esculturas exclusivamente com peças de carros de F1. Os olhos da escultura Hydro Octo, por exemplo, vêm de um rolamento de impulso do Honda Racing F1 Team, com a montagem de uma coluna de direção modificada.
De seu Studio 45, perto de Oxford, na Inglaterra, desenvolve uma série de projetos — de encomendas particulares e uma coleção de produtos lifestyle a instalações. Ainda utiliza seus conhecimentos de engenharia para reciclar peças e componentes dos carros de Fórmula 1, mas incorporou também o uso de metais, impressão 3D e outros materiais da vanguarda e tecnologia atuais.
Como um dos principais predadores dos oceanos, para mim a lula é uma peça incrível de design e engenharia – Alastair Gibson
O trabalho de Alastair tem sido exibido em todo o mundo e suas esculturas já fazem parte de colecionadores na América do Norte, Europa, Ásia, Austrália, Oriente Médio e África do Sul. E pode ser conferido em várias galerias no Reino Unido, Estados Unidos, Europa Rússia e Dubai.
A estrela de Gibson está em ascensão no mundo contemporâneo e seu crescimento é merecido. Suas esculturas são visualmente notáveis, com muito cuidado nos detalhes. Embora ele tenha escapado para outros temas, ainda são os peixes o foco do seu trabalho. Você pode conferir mais de seu trabalho no Instagram do artista.
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