Filme sobre Chorão terá cenas gravadas em icônico prédio de Santos, no litoral de SP

Edifício Parque Verde Mar, projetado pelo polêmico Artacho Jurado, é uma das locações para a obra que ganhará as telonas em 2026 com José Loreto

01/10/2025
Foto: André Gomes / Instagram @andredvco e @aquituvedecima / Reprodução

Chorão, vocalista da banda Charlie Brown Jr., será revivido nas telonas pelo ator José Loreto no filme Se Não Eu, Quem Vai Fazer Você Feliz?, inspirado no livro da viúva do cantor, Graziela Gonçalves. As gravações acontecem em Santos, no litoral de São Paulo, com direito a um cenário icônico da cidade: o Edifício Parque Verde Mar, projetado pelo polêmico Artacho Jurado.

São muitos os simbolismos envolvidos nessa trama, a começar pelo personagem principal, Alexandre Magno Abrão, o Chorão.

 

Mesmo após sua morte por overdose, em 2013, a banda — que encerrou suas atividades no mesmo ano — segue fazendo sucesso e tocando de forma especial os corações mais nostálgicos, que viveram o auge do grupo formado ainda pelo baixista Champignon (também falecido em 2013), os guitarristas Marcão Britto e Thiago Castanho e o baterista Renato Pelado.

José Loreto nas gravações de “Se Não Eu, Quem Vai Fazer Você Feliz?”. Foto: Instagram @joseloreto / Reprodução

Santos, cidade que acolheu Chorão na adolescência, acabou se tornando cenário e inspiração de suas músicas. Por lá ele construiu seu “escritório na praia” e pôde viver de perto a paixão pelo time do coração, o Santos Futebol Clube.

 


Não à toa, o município é o principal palco das gravações do filme. Uma locação em especial, porém, chama atenção: o Edifício Parque Verde Mar. Jurado, arquiteto que nunca se formou em arquitetura, projetou a obra em 1951.

Foto: André Gomes / Instagram @andredvco / @prediosecasasdesantos / Reprodução

Muito à frente de seu tempo, o Parque Verde Mar foi descrito à época como um “castelo encantado” que se ergueria “na linda praia santista do Boqueirão” — e assim foi feito. Mirando na burguesia paulistana que procurava um lugar à beira mar para relaxar, Jurado projetou uma obra luxuosa para os anos 50, que até hoje atrai olhares na orla santista.

Foto: André Gomes / Instagram @andredvco / @prediosecasasdesantos / Reprodução

O “teto furadinho” mais famoso de Santos, em formato amebóide, foi uma grande inovação — mas não a única. O prédio traz ainda recursos como sala de leitura, salão de festas e playground coberto, com brinquedos desenhados pelo próprio Jurado. Suas linhas curvas pronunciadas, as varandas de diferentes texturas e padrões e a paleta de cores vibrantes também não passam despercebidas.

Foto: André Gomes / Instagram @andredvco / @prediosecasasdesantos / Reprodução

O desnível do piso térreo em relação à Avenida Vicente de Carvalho é outro ponto de destaque. Esse “pulo do gato” garante que o térreo do edifício se transforme em uma grande varanda, de onde é possível admirar a praia e os belos jardins da orla santista.


A entrega do Edifício Parque Verde Mar, em 1957, teve direito a uma excursão com dois ônibus fretados, que levaram ao Boqueirão colunistas sociais, artistas e socialites de São Paulo para conhecer o edifício.

Foto: André Gomes / Instagram @andredvco / @prediosecasasdesantos / Reprodução

Considerado um dos maiores ícones da modernização urbana de Santos no pós-guerra, o prédio que dividirá holofotes com Loreto nos cinemas é ainda um patrimônio cultural de Santos, tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio de Santos (Condepasa).

Artacho Jurado, o arquiteto que nunca se formou em arquitetura

Embora seja o nome por trás de grandes edifícios em São Paulo e em Santos, Artacho Jurado nunca se formou em arquitetura. Filho de um anarquista, ele não pôde frequentar a escola, uma vez que seu pai não o permitia jurar à bandeira — cerimônia obrigatória na época.

Foto: André Gomes / Instagram @andredvco / @prediosecasasdesantos / Reprodução

Considerado um autodidata, Jurado, então, idealizava suas obras e recorria a profissionais formados para que assinassem os projetos. A solução, ainda que viável, o mantinha constantemente fiscalizado pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA).

 

As placas de suas obras não podiam destacar seu nome em tamanho maior do que o do engenheiro responsável — imposição frequentemente quebrada por Jurado. Muito por isso, o reconhecimento de suas obras foi tardio. Seu prestígio foi recuperado após sua morte, em 1983, e promete ganhar ainda mais destaque após o lançamento do filme, previsto para 29 de janeiro de 2026.

 

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