Após recusa de proposta milionária, porta-aviões São Paulo será afundado

Marinha brasileira decide afundar navio que contém amianto em seu casco, mesmo com reclamações de ambientalistas

02/02/2023
Marinha decide afundar navio
Divulgação

Envolvido em uma série de polêmicas, o futuro do porta aviões São Paulo foi definido e a Marinha decide afundar navio contaminado. Surpreendentemente, o órgão anunciou a resolução após recusar uma nova proposta milionária de venda.

Depois que revelou, pela primeira vez, que a embarcação seria afundada, uma empresa da Arábia Saudita fez uma proposta de compra no valor de R$ 30 milhões. A Marinha adiou o afundamento por um dia, mas nesta quarta-feira (01) afirmou que o futuro do porta-aviões São Paulo será mesmo o fundo do mar.

O órgão justificou a decisão afirmando que o atual estado da embarcação é crítico e que a deterioração do casco compromete a flutuabilidade do porta-aviões.. Dessa forma, não seria possível garantir um transporte até outro país em segurança.

 

Não apenas a Marinha decide afundar navio, como também o Ministério da Defesa participou da criação de um plano para dar fim à embarcação.

Porta-aviões São Paulo navegando no mar

Devido aos níveis de amianto em seu casco, a entrada do porta-aviões São Paulo é proibida em diversos territórios. Assim, coube ao Brasil a missão de resolver o problema.

 

Para naufragar o porta-aviões São Paulo, a Marinha levou a embarcação a 350 quilômetros da costa do Brasil. Nesta região, que pertence às jurisdições brasileiras, o fundo do mar está a 5 mil metros de profundidade.

O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) se opôs à decisão da Marinha, bem como a Ministra do Meio Ambiente Marina Silva. Uma alternativa apontada pelos ambientalistas seria trazer a embarcação para um porto brasileiro e, posteriormente, fazer o desmanche com tratamento ambiental adequado aos materiais tóxicos.

 

O Ministério Público Federal também tentou que a Marinha não procedesse com a resolução. Todavia, este pedido foi rejeitado pelo juiz federal Ubiratan de Couto Mauricio.

 

Como começou a polêmica com o porta-aviões

O porta-aviões São Paulo vagou por meses pelo litoral brasileiro, desde que a empresa turca que o comprou em um leilão não conseguir receber a embarcação. Pela alta quantidade de amianto em seu casco, material proibido em diversos países, o navio não conseguiu chegar à Turquia.

 

A compradora desistiu do negócio e a rebocadora contratada tentou voltar ao Brasil. Barrada também nos portos brasileiros, a rebocadora afirmou não poder mais arcar com os elevados custos de manutenção.

 

Assim, coube à Marinha reassumir o controle da embarcação, que serviu às forças brasileiras de 2000 a 2004. O navio foi comprado da Marinha francesa no ano 2000.

 

Por Felipe Yamauchi, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida

 

Náutica Responde

Faça uma pergunta para a Náutica

    Tags

    Relacionadas

    Navio de cruzeiro fica preso na Irlanda por 4 meses e passageiros anunciam casamento

    Parada técnica do cruzeiro Villa Vie Odyssey rendeu a Gian Perroni e Angela Harsany um novo rumo além do programado roteiro mundial de 3 anos

    Senna, além de ídolo das pistas, também acelerava sobre as águas

    Piloto brasileiro de F1 participou ativamente da construção de seus 3 barcos; um deles, Ayrton jamais conheceu

    Embarcação dos anos 60 vai virar restaurante flutuante de luxo no Rio de Janeiro

    Novidade teve investimento de R$ 10 milhões e promete centro de eventos, bar rooftop e área vip na Marina da Glória

    Seychelles: ilha paradisíaca será sede da Copa do Mundo de Futebol de Areia

    Essa será a primeira vez que um país africano receberá a competição, que acontece de 1º a 11 de maio de 2025; hexacampeão, Brasil briga por vaga

    Pela primeira vez, baleia mais rara do mundo começa a ser estudada por cientistas

    Animal só foi encontrado sete vezes ao longo da história, o que o torna um verdadeiro enigma para a ciência