Após recusa de proposta milionária, porta-aviões São Paulo será afundado
Marinha brasileira decide afundar navio que contém amianto em seu casco, mesmo com reclamações de ambientalistas
Envolvido em uma série de polêmicas, o futuro do porta aviões São Paulo foi definido e a Marinha decide afundar navio contaminado. Surpreendentemente, o órgão anunciou a resolução após recusar uma nova proposta milionária de venda.
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Depois que revelou, pela primeira vez, que a embarcação seria afundada, uma empresa da Arábia Saudita fez uma proposta de compra no valor de R$ 30 milhões. A Marinha adiou o afundamento por um dia, mas nesta quarta-feira (01) afirmou que o futuro do porta-aviões São Paulo será mesmo o fundo do mar.
O órgão justificou a decisão afirmando que o atual estado da embarcação é crítico e que a deterioração do casco compromete a flutuabilidade do porta-aviões.. Dessa forma, não seria possível garantir um transporte até outro país em segurança.
Não apenas a Marinha decide afundar navio, como também o Ministério da Defesa participou da criação de um plano para dar fim à embarcação.
Devido aos níveis de amianto em seu casco, a entrada do porta-aviões São Paulo é proibida em diversos territórios. Assim, coube ao Brasil a missão de resolver o problema.
Para naufragar o porta-aviões São Paulo, a Marinha levou a embarcação a 350 quilômetros da costa do Brasil. Nesta região, que pertence às jurisdições brasileiras, o fundo do mar está a 5 mil metros de profundidade.
O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) se opôs à decisão da Marinha, bem como a Ministra do Meio Ambiente Marina Silva. Uma alternativa apontada pelos ambientalistas seria trazer a embarcação para um porto brasileiro e, posteriormente, fazer o desmanche com tratamento ambiental adequado aos materiais tóxicos.
O Ministério Público Federal também tentou que a Marinha não procedesse com a resolução. Todavia, este pedido foi rejeitado pelo juiz federal Ubiratan de Couto Mauricio.
Como começou a polêmica com o porta-aviões
O porta-aviões São Paulo vagou por meses pelo litoral brasileiro, desde que a empresa turca que o comprou em um leilão não conseguir receber a embarcação. Pela alta quantidade de amianto em seu casco, material proibido em diversos países, o navio não conseguiu chegar à Turquia.
A compradora desistiu do negócio e a rebocadora contratada tentou voltar ao Brasil. Barrada também nos portos brasileiros, a rebocadora afirmou não poder mais arcar com os elevados custos de manutenção.
Assim, coube à Marinha reassumir o controle da embarcação, que serviu às forças brasileiras de 2000 a 2004. O navio foi comprado da Marinha francesa no ano 2000.
Por Felipe Yamauchi, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida
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