Antigo porta-aviões, rejeitado no Brasil e na Turquia, começa a se afastar da costa brasileira
Grande embarcação que seguia vagando pelo nosso litoral causou até impasse no governo brasileiro
O antigo porta-aviões São Paulo começou a ser retirado do Porto de Suape, em Recife. A grande embarcação estava “vagando” pela região do Nordeste brasileiro, até que a Marinha brasileira reassumiu o controle da situação.
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É no casco da grande embarcação onde se encontra o grande problema, já que ali foram encontrados altos níveis de amianto, uma substância química muito forte, capaz de causar grandes estragos ao meio ambiente.
Assim, o porta-aviões São Paulo foi rejeitado e proibido de atracar em quaisquer portos do Brasil.
Como começou o impasse pelo porta-aviões São Paulo
A embarcação que serviu a França, foi comprada pela Marinha brasileira em 2000 e atuou até 2004. Depois de um grave acidente em maio daquele ano, o porta-aviões passou por uma série de reformas.
Mas, em 2012, um grande incêndio atingiu a embarcação. Assim, a partir de 2014 o porta-aviões deixou de navegar definitivamente foi atracada na Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. Depois de algumas tentativas de venda, o São Paulo foi arrematado em um leilão, em 2021, pela empresa turca Sök Denizcilik Tic Sti (Sök).
No final de agosto do ano passado, o porta-aviões, saído do Rio de Janeiro, estava a caminho da Turquia. No momento em que havia chegado próximo do Estreito de Gibraltar, o governo turco proibiu a atracação do porta-aviões, ao saber dos níveis de amianto presente na embarcação. Como resultado, a partir deste impasse começou a saga de navio vagando pelo Atlântico.
Além disso, na cláusula de venda do porta-aviões, o governo francês criou uma lista de estaleiros exclusivos para realizarem o desmonte do porta-aviões e somente eles poderiam escolher, dificultando ainda mais a história.
Desse modo, impedido de chegar à Turquia, o porta-aviões São Paulo voltou para as águas brasileiras, com destino a Pernambuco. Neste momento, o governo pernambucano acionou a Justiça Federal para impedir tal ato, visando proteger o litoral do estado.
Multa alta e indecisão de destino
Na decisão tomada pelo órgão, o porta-aviões estava impedido de se aproximar do litoral brasileiro e haveria uma multa diária de R$ 100 mil tanto ao governo federal quanto à empresa que agencia a embarcação.
A volta do porta-aviões — que consome cerca de 20 t de combustível diariamente — às águas brasileiras funcionou como um pedido de ajuda, já que os donos turcos afirmavam estar com poucos recursos para cuidar da manutenção da embarcação. Dessa forma, por não ter como sustentar mais o alto nível de gasto, logo depois a empresa internacional renunciou à propriedade do porta-aviões.
Com o propósito de proteger a costa pernambucana, desde o último dia 19, o São Paulo está sendo movimentado para longe. Duas embarcações da Marinha acompanham todo o traslado do porta-aviões.
Porém, nem a Marinha brasileira, nem Zilan Costa e Silva, o representante da MSK Maritime Services & Trading, responsável pela navegação entre o Brasil e a Europa, informam o destino do porta-aviões. Outro mistério acerca da embarcação é saber quem pagará por mais esse transporte.
Por Felipe Yamauchi, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida
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