Como funciona o rigoroso teste em piscina das lanchas Sessa Marine
Entramos na linha de produção da Sessa Marine e revelamos como funciona o rigoroso teste de piscina, última etapa antes da entrega técnica para o cliente
NÁUTICA visitou a fábrica da Intech Boating, em Palhoça, Santa Catarina, para acompanhar o processo de montagem das lanchas Sessa Marine. Como era de se esperar, cada etapa da produção passa por um rigoroso controle de qualidade, para que tudo fique perfeito — dentro e fora do barco.
A última fase, já com todas as instalações elétricas testadas, reserva uma surpresa para quem não está habituado à rotina de um estaleiro: o barco é içado por um elevador e colocado em uma piscina de testes. Detalhe: no caso das instalações da Sessa Marine, essa piscina é enchida com água captada da chuva, e serve também como um reservatório estratégico, a ser usado pela equipe de segurança em caso de incêndio.
O teste de piscina, aliás, é uma fase importante do processo, em que os motores, os hélices e as instalações são rigorosamente checados e testados.
Antes que os motores sejam ativados e acionados, mas já com a lancha na piscina, são realizados diversos procedimentos: da atualização dos softwares à configuração dos flapes e do power trim, passando pelo alinhamento da rabeta IPS, pela verificação dos líquidos dos motores e pela instalação do gerador, dos chicotes elétricos, das mangueiras e das abraçadeiras, entre outros itens.
Também são conferidas as instalações e o funcionamento de:
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Bombas de porão, quadro de alarme de bombas e posição das válvulas anti retorno
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Abertura e fechamento de registros gerais + aterramento
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Conferência do estado dos filtros de água do ar e gerador + aterramento
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Conferência do funcionamento do sistema do banheiro + aterramento
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Verificação do painel de disjuntores da linha 12 v e 220 v
Feito isso, tem início o teste de águas confinadas. Em primeiro lugar, os técnicos da Intech Boating verificam se existem infiltrações tanto abaixo quanto acima da linha d’água e checam se não há entupimento ou vazamento nos ralos.
Em seguida, vem o teste dos motores. Antes de acioná-los, os técnicos verificam:
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Os tanques de combustível estão abastecidos com diesel S10?
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Tudo certo com a linha geral de combustível?
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Foi feito o sangramento da linha geral de combustível?
Já com os motores ligados, são duas horas de testes, período em que os técnicos, depois de sangrar o sistema de direção com óleo ATF, conferem:
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se não existem vazamentos;
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se não existem infiltrações;
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o funcionamento dos relógios dos postos de comando interno e do flybridge;
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o funcionamento do boiler mecânico (registros);
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o funcionamento dos acessórios;
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a configuração das unidades eletrônicas da mesma linha dos motores;
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a calibração de piloto automático (quando em entregas na região sul).
Durante os testes dos motores, se houver algum problema relacionado ao funcionamento de componentes, os responsáveis se encarregam de resolvê-lo. Da mesma forma, se houver alguma falha de montagem, a produção é acionada e o defeito é corrigido antes do término do teste.
Barco liberado? Ainda não. O desbloqueio depende da aprovação de uma série de outros itens. Apenas o teste do gerador exige outras duas horas, com avaliação da linha 220 v.
Nessa fase, verifica-se o funcionamento do carregador de baterias, do inversor, do painel de disjuntores, dos aparelhos de ar-condicionado, da churrasqueira, dos fogões, micro-ondas, tv, dvd, carregador de celular, aquecedor de água, etc.
Também são avaliados os componentes 12 V (vhf, sonda, gps, radar, plataforma hidráulica, flapes, guincho, luzes, etc.) E ainda tem o ckeck list final de qualidade, com a troca de componentes defeituosos, ajustes e a verificação visual do estado do gelcoat e da pintura de componentes.
O método impressiona, dá segurança, e permite seguir ao próximo passo: o teste de navegação e, enfim, a entrega técnica para o cliente.
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