Projeto de conservação marinha visa combater as mudanças climáticas
A Water Revolution Foundation, uma organização dedicada a acelerar a sustentabilidade na indústria de iates, lançou, nesta terça-feira (8), um projeto de conservação do oceano.
O objetivo do novo empreendimento é ajudar a criar importantes áreas de proteção à mamíferos marinhos (IMMAs), ou seja, espaços no mar onde as baleias e outros mamíferos marinhos possam prosperar.
A mudança é uma tentativa de proteger os ecossistemas marinhos e combater os efeitos negativos das mudanças climáticas.
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O projeto começa por partes. De início, é importante entender que, ao contrário do que se imagina, as florestas não são as maiores filtradoras atmosféricas existentes. Os fitoplânctons são seres microscópicos, que vivem no mar, e absorvem tanto gás carbônico (assim como liberam oxigênio) quanto todas as florestas e pastagens combinadas.
Os fitoplânctons são uma subdivisão dos plânctons, e representam organismos semelhantes a plantas, principalmente por serem autotróficos — ou seja, eles produzem o próprio alimento, através da fotossíntese. Por isso, eles são conhecidos por eliminarem mais de um quarto de todo o gás carbônico (CO2) criado no mundo.
E, para proteger os fitoplânctons, o caminho começa pelas baleias. Elas são responsáveis por misturar e fertilizar as águas, e, consequentemente, desenvolver habitats saudáveis para os microrganismos. O resultado é um maior número de fitoplânctons, absorvendo maiores quantidades de carbono — uma solução baseada na natureza para um planeta mais saudável. Isso significa que, para proteger um, deve-se proteger o outro.
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Mas como funciona o programa? De início, os IMMAs são identificados com base em quatro critérios científicos principais: a vulnerabilidade de espécies ou população, distribuição e abundância, principais atividades do ciclo de vida e atributos especiais.
Assim, no esquema montado pela organização, o primeiro passo é identificar as áreas como IMMAs e, em seguida, incluí-las em um banco de dados pesquisável, acessível por governos e outros órgãos reguladores.
Depois de reconhecer a localização exata dessas áreas, a Water Revolution Foundation segue todo um cronograma de implementação da proteção dos locais, planejamento do espaço marinho e medidas de zoneamento para seguir com o projeto, além de fornecer diretrizes concretas para os navios sobre como se comportar ao navegar por IMMAs.
A Water Revolution Foundation tem financiado alguns programas operacionais específicos para superiates, naturalmente, por conta dessas medidas. Para incentivar outras doações dessa indústria, a organização ainda estrutura uma doação coletiva.
O Diretor Executivo da instituição, Robert Van Tol, também explica: “A navegação tem tudo a ver com apreciar a beleza do oceano e a florescente vida marinha. Sendo o oceano um recurso natural tão crítico, é lógico cuidar dele e considerá-lo como uma das principais partes interessadas do nosso negócio e crucial para um negócio sustentável para o futuro. Portanto, a conservação dos oceanos em iates não é filantropia, é investimento — e com retorno real. O WRF quer ajudar a comunidade de iates a tomar decisões eficazes no apoio a projetos de conservação do oceano”.
Por Naíza Ximenes, sob supervisão da jornalista Maristella Pereira.
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