Teste Mestra 240: tamanho ideal para primeiro barco, proa aberta e banheiro fechado
Com tamanho perfeito para quem quer começar a navegar, a Mestra 240 oferece uma interessante tripla combinação: proa aberta, banheiro fechado e motor de centro-rabeta. Confira o teste da Mestra 240.
As lanchas costumam ser divididas, popularmente, em três categorias: pequenas (até 25 pés), médias (de 25 a 38 pés) e grandes (acima de 40 pés). Nesse universo, medido em pés (um pé equivale a pouco mais que 30 centímetros), quando o espaço é bem aproveitado, mesmo uma lancha com 24 pés pode combinar conforto com desempenho nos passeios.
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É o caso da Mestra 240, do estaleiro Mestra Boats, uma lancha de proa aberta com espaço generoso no cockpit, para aproveitar ao máximo o convés ao ar livre, além de um banheiro fechado, essencial nos passeios mais prolongados — especialmente quando há mulheres e crianças a bordo. Assista ao teste completo abaixo ou leia a reportagem.
Trata-se da maior lancha da Mestra Boats, que tem sede em Pederneiras, no interior de São Paulo, e ao estrear no mercado náutico, em janeiro de 2010, decidiu apostar no segmento das lanchas pequenas, destinadas a passeios em águas interiores — faixa cada vez mais deixada de lado pelos grandes estaleiros, embora esse tipo de embarcação seja o típico primeiro barco dos novos navegantes e com uma série de vantagens, como poder ser rebocado por um automóvel e não exigir motor de grande potência.
Em sua estreia, o estaleiro apresentou duas lanchas de uma vez: as Mestra 180 (de 18 pés) e 198 (de quase 20 pés). Depois vieram a Mestra 212, a 222, a 230 e a 240 (lançada no São Paulo Boat Show 2019), além da 160 Fishing, seu sétimo modelo.
A proposta com a Mestra 240 (o casco tem 7 metros de comprimento) para passeios diurnos em águas abrigadas, tanto em represas e rios, como em faixas de mar, é privilegiar os ocupantes do cockpit, mas sem abrir mão do desempenho, com a vantagem adicional de navegar bem mesmo com motor de relativa baixa potência.
No caso, um centro-rabeta de 200 hp a 280 hp. É, enfim, uma lancha apropriada para passeios curtos com a família ou pequenos cruzeiros em dias de mar calmo. Tudo isso com uma interessante relação custo/benefício, em que o valor pago pelo produto é pesado numa balança invisível, tendo como contrapesos suas qualidades.
O casco da Mestra 240 tem “V” de popa de 19 graus. Ou seja, vai bem tanto em represas e rios quanto no mar abrigado
A Mestra 240 é uma lancha de proa aberta com vocação natural os passeios diurnos com a família em águas abrigadas. Seu cockpit acomoda bem até de oito pessoas, incluindo o piloto. Apesar de ser uma lancha com 7 metros de comprimento, tem uma boa plataforma traseira, com 2,18 metros de largura por 0,70 m, que facilita a entrada e ainda permite a instalação de uma churrasqueira, além do contato direto com a água.
Ainda na parte traseira do barco há um sofá com duas faces, sendo uma voltada para a praça de popa e outra voltada para trás, uma sacada inteligente do projetista, que conseguiu criar espaço onde aparentemente isso não era possível. Rebatendo-se o encosto, esse sofá se converte em solário para duas pessoas, outra jogada inteligente.
Levantando-se o assento do sofá de popa tem-se acesso à casa de máquina e ao tanque de água. Sugestão ao estaleiro: o acesso ao motor poderia seria melhor se dois pistões hidráulicos fossem maiores.
Um dos pontos fortes da atual maior lancha do estaleiro Mestra Boats é qualidade na construção
Em todos os sofás (incluindo uma chaise e o banco do piloto), os assentos são largos e os encostos, altos. E é possível se movimentar facilmente desde a plataforma de popa até a proa, sem degraus ou obstáculos.
Ainda no cockpit há um módulo com bar de acrílico, geleira, lixeira, pega-mãos, nichos para guardar os celulares, uma mesinha desmontável de centro, vários alto-falantes e muitos porta-copos e porta-bebidas.
Na proa, os dois sofás, opcionalmente, podem se transformar em um segundo solário, com a incorporação de um complemento central. A borda livre é alta e transmite uma confortante sensação de segurança.
Sem abrir mão do ótimo desempenho,
a Mestra 240 aproveita inteligentemente todos os espaços a bordo, usando ao máximo o convés ao ar livre
Por sua vez, o banheiro, com acesso por uma porta larga de acrílico, tem vaso sanitário elétrico, pia, saboneteira, chuveirinho, iluminação e uma pequena vigia para ventilação, atendendo bem, especialmente, a mulheres e crianças. A altura, porém, não passa de 1,20 m.
No posto de comando, com ótima ergonomia, o banco do piloto, com assento rebatível, é individual. Mesmo sentado, para quem tem mais de 1,80 metro de altura, a visão por cima do para-brisa é muito boa. Para pessoas de estatura mediana, a pedida é usar o banco levantado.
O painel, bem completo, tem espaço para todos os instrumentos do motor, um nicho para o aparelho de som, marcador de combustível, os botões do farol de busca e do guincho elétrico (vários destes itens são opcionais) e um eletrônico do tipo três em um, usado, no caso de represa, basicamente na função sonda, mas a tela não passa de seis polegadas.
Já com o barco navegando, o manete na posição de cruzeiro atrapalha as manobras a boreste, esbarrando na mão do piloto, seja em desvios de rota ou em curvas mais fechadas. A saída para esse problema é ajustar a posição do volante, ou do manete. Fica a sugestão ao estaleiro.
Para proteger todos os passageiros nos dias de sol, a targa serve de suporte para uma capota de lona que cobre praticamente toda a área de uso social do convés, que, por sinal, tem design agradável e moderno.
O estaleiro oferece cinco opções de cor para os estofamentos e para o casco. À noite, lâmpadas de led iluminam o cockpit. Cabos, coletes salva-vidas, defensas e demais materiais podem ser acomodados nos diversos paióis distribuídos pelo convés, sob os assentos dos sofás.
Sob o piso central do cockpit há um grande paiol reservado ao tanque de combustível, de 192 litros. Quanto às ferragens, a lancha vem com cunhos de inox de 20 centímetros cada (dois na proa e outros dois na popa), para facilitar as amarrações, mas seria recomendável um cunho de meia-nau.
Guarda-mancebo na proa, olhais (alças) para reboque (um na proa e dois na popa) são itens de série, além de chuveirinho na popa com força adequada ao tamanho do barco.
Como navega
Testamos a Mestra 240 nas águas da represa de Atibainha, em Nazaré Paulista, um dos lugares mais bonitos do interior de São Paulo para navegar. A bordo havia uma pessoa, 192 litros de combustível e 60 litros de água.
Estava equipada com um motor 4.5 litros de 250 hp, a gasolina, acoplado à rabeta Alpha — modelo que tem apenas um propulsor em vez de hélices contrarrotantes, o que ajuda no ganho de velocidade final.
Nessas condições, a lancha respondeu com uma navegação rápida, firme e estável nas manobras. Mesmo em curvas muito fechadas — ação realizada repetidas vezes para sentir a verdadeira aptidão do casco.
Cruzamos nossas próprias marolas várias vezes, bem como as geradas por outras embarcações (como uma flybridge de 38 pés que navegava a mais de 20 nós na represa). Nos dois casos, o casco da Mestra 240 deslizou com suavidade, mesmo na velocidade de cruzeiro rápido, que foi de 31,1 nós, a 4500 rpm.
Em cruzeiro econômico (26,7 nós, a 4000 rpm) o consumo ficou na casa de 38 litros por hora. Já com o motor a 5200 giros, a velocidade máxima foi de 36,4 nós, outra boa marca. Acelerou do repouso aos 20 nós em ágeis 5,1 segundos.
Importante ressaltar também o bom padrão da construção, que tem uma estrutura bem reforçada, com duas longarinas e três cavernas. O “chassi” é preenchido com espuma de poliuretano e colado junto com o convés, formando um grande volume estanque, o que deixa o casco virtualmente insubmersível.
Por sua vez, o casco tem um “V” de popa de 19 graus, muito bom para navegar no mar e cortar ondulação, e, mesmo assim, sobra para navegar em represas e águas calmas.
Nas águas da represa de Nazaré Paulista, a valente Mestra 240 navegou firme, estável nas manobras e rápido: passou dos 36 nós
A navegação em mar na Mestra 240 é indicada apenas em águas abrigadas, com as devidas restrições e cuidados que uma embarcação de 7 metros de comprimento e proa aberta precisa ter.
A experiência da navegação da Mestra 240 superou as expectativas, justamente pela qualidade e firmeza da montagem dos itens de série e dos opcionais. A ausência de rangidos inerentes à navegação, mesmo que em velocidade de cruzeiro e máxima, comprova que a lancha da Mestra Boats tem recebido a devida atenção na linha de produção.
Em resumo, pelo o que mostrou em Nazaré Paulista, a Mestra 240 tem tudo para dar continuidade ao sucesso do estaleiro e conquistar cada vez mais admiradores, tanto em águas doces quanto no mar.
Saiba tudo sobre a Mestra 240
PONTOS ALTOS
- Qualidade da construção e montagem geral
- Desempenho com motorização de média
- Cuidado com estofamentos e acabamento dos detalhes
PONTOS BAIXOS
- Volante muito próximo ao manete do motor
- Acesso à casa de máquinas
- Faltam cunhos de meia-nau
Características técnicas
Comprimento máximo: 7,00 m
Boca: 2,45 m
Calado: 0,38 m
Ângulo do V na popa: 19°
Combustível: 192 litros
Água: 60 litros
Altura no banheiro: 1,20 m
Capacidade: 10 pessoas
Peso sem motor: 1 150kg
Motorização: 1 x centro-rabeta, de 200 a 280 hp
Detalhes da Navegação
Em cruzeiro econômico (26,7 nós, a 4.000 rpm) o consumo ficou na casa de 38 litros por hora. Já com o motor a 5.200 giros, a velocidade foi de 36,4 nós.
Quanto custa a Mestra 240
A partir de R$ 295,9 mil, com um motor de centro-rabeta de 250 hp. Preço pesquisado em agosto/2021.
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