Velejador Beto Pandiani se aproxima de mais um desafio na travessia Rota Polar
O velejador Beto Pandiani está em uma travessia pelo projeto Rota Polar, que marca sua 8ª expedição em catamarã sem cabine.
Chegando em Cambridge Bay, um povoado de 1.300 habitantes no território de Nunavut, no norte do Canadá, o próximo desafio de Beto será atravessar a lendária Passagem Noroeste.
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Pandiani está pela terceira vez ao lado de Igor Bely — que vive o mundo da vela desde que nasceu — neste tipo de navegação.
Em Cambridge Bay, a dupla aproveita para fazer a manutenção do barco, batizado de Igloo, descansar e estudar as cartas de gelo e meteorologia para a semana que vem.
“Cambridge Bay: tão perto e tão longe”, fala Beto sobre esta parada estratégica antes de enfrentarem o que considera a “etapa mais delicada” da Travessia.
Os velejadores esperam encontrar mais gelo no caminho, ao mesmo tempo que terão mais claridade por dia.
“Amarramos o Igloo no pier de Cambridge Bay, no norte do Canadá. Que chegada suada. Hoje eu posso afirmar que o maior desafio desta viagem não é o frio, talvez nem o gelo. Eu avalio que navegar em um barco sem motor seja o grande desafio”,
Beto Pandiani, sobre a travessia Rota Polar
Em prol do meio ambiente
Fechada pelo gelo nos últimos séculos, a Calota Polar vem recuando, intensificando o tráfego marítimo e movimentando também o tabuleiro das potências que tem seu litoral banhado pelo Oceano Ártico e acelerando disputas geopolíticas.
Quais serão as consequências? Será um fenômeno cíclico ou tem relação com a emissão de combustíveis fósseis? Como, e se podemos mitigar este fenômeno? Para responder a estas e tantas outras questões o Projeto Rota Polar vai muito além da travessia, que será o ponto de partida para uma série de atividades voltadas à educação e o meio ambiente.
Entre elas está a produção de um documentário, elaboração de artigos e publicação de um livro que retratarão o impacto ambiental, social, econômico e cultural do rápido desgelo do Ártico.
Conheça os velejadores
Nascido em Santos, Beto Pandiani tem 64 anos e veleja há 40. Empresário na área de entretenimento, começou a levar a vela mais a sério a partir de 1983.
A partir daí, conquistou títulos e coleciona expedições. A primeira foi “Entre Trópicos”, de Miami (USA) a Ilhabela (Brasil), que durou 289 dias e levou quatro velejadores em dois catamarãs sem cabine de 21 pés. Depois, seguiram “Rota Austral”, “Travessia do Drake”, “Rota Boreal”, “Travessia do Atlântico” e “Travessia do Pacífico”. O velejador também é autor de livros e dá palestras — ele estará no NÁUTICA TALKS, o ciclo de palestras promovido por NÁUTICA no São Paulo Boat Show 2022.
O parceiro de aventura de Pandiani, Igor Bely, é filho de Oleg Bely, também velejador, e com quem Beto Pandiani dividiu a “Travessia do Pacífico”. Nascido a bordo de um veleiro na Ilha Reunião, no Oceano Índico, há 37 anos, Igor Bely nunca mais saiu do mar.
Já esteve a bordo de várias embarcações e tem 300 mil milhas percorridas. São mais de 20 expedições polares na Antártica, regiões subantárticas e Groenlândia, em projetos científicos e esportivos. Junto com Beto cruzou o Oceano Pacífico e o Atlântico.
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