Cientistas australianos desenvolvem coral resistente ao calor. Uma descoberta empolgante

04/06/2020

Os defensores da natureza têm uma preocupação gigante com um problema ecológico relacionado com o aumento da temperatura da água dos oceanos: o branqueamento de corais de recife, processo observado em várias partes do mundo. As cores vívidas dos corais, aos poucos, dão lugar a sedimentos esbranquiçados que deixam as colônias com um aspecto uniforme. Os corais chegam a ficar translúcidos (é possível ver o esqueleto de carbonato de cálcio deles, por causa da expulsão das algas zooxantelas, que vivem em seus tecidos, garantindo a coloração). O que era beleza e um dos elementos essenciais para o ecossistema marinho, torna-se uma massa amorfa e sem vida.

O problema, apontado pelos especialistas como gravíssimo, pode alterar o equilíbrio do ecossistema marinho, uma vez que cerca 65% dos peixes dependem deles para sobreviver. Não há nada que se compare aos corais no mar.

Pois bem, uma equipe de cientistas de três centros de pesquisas australianos — a CSIRO, agência nacional de ciências da Austrália, o Instituto Australiano de Ciências Marinhas (AIMS) e a Universidade de Melbourne — produziu em laboratório, com sucesso, um coral que é mais resistente ao aumento da temperatura da água do mar.

Para isso, em uma abordagem inédita, a equipe isolou as microalgas dos corais e as cultivou num laboratório especializado em simbionte. Usando uma técnica chamada “evolução direcionada”, eles expuseram essas microalgas a temperaturas cada vez mais elevadas durante um período de quatro anos. Isso as ajudou a se adaptar e sobreviver a condições mais quentes.

LEIA TAMBÉM
>>NÁUTICA Live revela: com a reabertura da economia, o setor náutico será um dos primeiros a reagir
>>O Zipper Ship é exatamente o que você está pensando: um barco em forma de zíper
>>Nova expedição ao Titanic procurará telégrafo que emitiu o pedido de socorro

O próximo passo foi reintroduzir essas microalgas nos corais. Quando isso foi feito, aconteceu o milagre. “A simbiose recém-estabelecida entre as microalgas e os corais se revelou mais tolerante ao calor em comparação à original”, comemorou Patrick Buerger, líder científico da CSIRO.

“Essas descobertas empolgantes mostram que as microalgas e o coral estão em comunicação direta entre si”, explicou a professora Madeleine van Oppen, da AIMS e da Universidade de Melbourne.

O próximo passo é testar ainda mais as linhagens de algas em colônias adultas em uma variedade de espécies de corais.

No fenômeno de branqueamento, os corais ficam translúcidos. É possível ver o esqueleto de carbonato de cálcio deles, por causa da expulsão das algas zooxantelas — que vivem nos tecidos dos corais, garantindo a sua coloração, além de fornecer compostos orgânicos pelo processo de fotossíntese — ou por conta da perda do pigmento dessas algas, que vivem em associação mutualística (em que os dois organismos são beneficiados) com os corais.

Gostou desse artigo? Clique aqui para assinar o nosso serviço de envio de notícias por WhatsApp e receba mais conteúdos.

Náutica Responde

Faça uma pergunta para a Náutica

    Relacionadas

    Casa de vidro sobre as águas no Texas está à venda por quase R$ 30 milhões; conheça

    Residência fica na cidade de Round Top, cujo último senso registrou população de 91 habitantes

    E-combustíveis para o setor marítimo podem gerar 4 milhões de empregos, diz pesquisa

    Estudo foi encomendado pelo Fórum Marítimo Global e indica que as vagas serão abertas até 2050

    Futurista e feita de titânio: conheça a lancha de 55 pés que parece uma nave espacial

    Com estilo contemporâneo, será a primeira embarcação lançada pelo estaleiro Mirrari, dos Emirados Árabes Unidos

    Litoral de São Paulo e do Rio pode ter ondas de até 3 metros neste sábado (18)

    Alerta da Marinha do Brasil vale para as cidades de Santos e Campos dos Goytacazes; confira dicas de segurança em caso de ressaca marítima

    Projeto na Croácia quer criar cinco vilas ecológicas de luxo à beira mar com direito a barcos elétricos

    Ideia da eD-TEC visa redefinir o conceito de vida de luxo, oferecendo energia solar às moradias durante os 365 dias do ano