Alcatrazes
A disputa da mais longa regata da 42ª Ilhabela Sailing Week é também um privilégio aos olhos das tripulações que irão contornar o Arquipélago de Alcatrazes, área de 196 hectares (aproximadamente dois km²), protegida pela Estação Ecológica (ESEC) Tupinambás e administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade, entidades vinculadas ao Ministério do Meio Ambiente.
A Regata Alcatrazes por Boreste em homenagem à Marinha do Brasil, será dedicada neste ano aos 150 anos da Batalha do Riachuelo. Os barcos largarão em 4 de julho, ao meio-dia. O contorno do arquipélago respeitará a distância estabelecida na Instrução de Regata (IR) em relação à costa da ilha principal, Alcatrazes, e demais ilhotas e lajes que compõem o arquipélago localizado 45 km ao sul do Porto de São Sebastião.
O espaço de preservação ambiental de Alcatrazes constitui uma área única no País quanto à fauna e à flora. “O arquipélago possui o maior ninhal de fragatas do Atlântico Sul. É habitado por aves, peixes, cetáceos e répteis. Algumas espécies são endêmicas. Evoluíram de forma diferente para se adaptarem às condições locais. Há uma orquídea, por exemplo, que só existe lá, assim como serpentes e rãs. Podemos chamar a ilha de pequena Galápagos brasileira, sem exagero”, considera o diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Yatch Club de Ilhabela (YCI), Julio Cardoso, membro do Conselho da ESEC Tupinambás.
Existe uma campanha para que a Estação Ecológica, hoje com restrição de acesso, torne-se um Parque Marinho ou uma Unidade de Conservação, o que permitirá visitações controladas e monitoradas com finalidade de aumentar os trabalhos de educação e pesquisa, atualmente desenvolvidos pelos Institutos Butantã e Oceanográfico da USP. “Há dois anos chegamos a fazer abaixo-assinado durante a Ilhabela Sailing Week com apoio da família Grael e de centenas de velejadores para a criação do Parque Marinho, mas isto infelizmente ainda não aconteceu. A conscientização que já existe no velejador, em favor da preservação de Alcatrazes é um fator positivo, pois quem conhece o local se apaixona e passa a defender sua preservação”, afirma Julio Cardoso.
As autoridades ambientais pretendem aproveitar o respeito que o velejador demonstra com os espaços onde pratica o esporte para reforçar a importância do arquipélago como área de preservação. “Considerando-se a extrema importância e sensibilidade do Arquipélago de Alcatrazes, é importante que os velejadores estejam cientes das consequências de possíveis distúrbios e impactos na vida marinha e terrestre do local, mantendo condutas ambientalmente corretas”, recomenda o analista ambiental, chefe da ESEC Tupinambás, Edilson Esteves.
A Regata Alcatrazes por Boreste – Marinha do Brasil tem tradicionalmente percurso de 60 milhas náuticas (111 km) e o tempo dos vencedores apresenta variações, assim como a distância, de acordo com a intensidade e direção do vento. O recorde da prova pertence ao veleiro argentino Cusi 5, que estabeleceu 6h12m29 em 2009, enquanto o vencedor da última edição, em 2014, o também S40 Carioca, do Iate Clube do Rio de Janeiro, percorreu 46 milhas (85 km) 7h15m05, tornando-se o Fita Azul da regata.
As inscrições para a 42ª Ilhabela Sailing Week seguem até 1º de julho e as tripulações interessadas podem aproveitar o segundo período com descontos até 26 de junho e antecipar a inscrição pelo site www.ilhabelasw.com.br/2015. A abertura do evento será em 3 de julho, simultânea à Semana de Monotipos, e as regatas de oceano serão disputadas entre os dias 4 e 11, com sede no YCI.
Foto Marcos Méndez/Sail Station
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