Crescimento sustentável: Brasil amplia malha hidroviária economicamente navegável em quase 300 km

Estudo produzido pela Antaq quantificou o aumento dessas vias entre 2022 e 2024

Por: Nicole Leslie -
16/10/2025
MPor afirma que hidrovias reduzem custos, encurtam distâncias e ampliam a competitividade do agronegócio. Foto: MPor / Divulgação

Entre 2022 e 2024, a malha hidroviária economicamente navegável no Brasil cresceu 279 km, consolidando uma rede com mais de 20,4 mil km de rios e canais aptos a transportar cargas e pessoas. O balanço foi divulgado na última sexta-feira (10) pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) e reflete a estratégia do governo de ampliar o uso das hidrovias como alternativa aos transportes rodoviário e ferroviário.

Os dados fazem parte do Estudo de Vias Aquaviárias Interiores Economicamente Navegáveis (VEN), elaborado a cada dois anos pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O levantamento aponta um aumento de 1,39% da extensão navegável desde 2022 — um avanço que reforça o potencial logístico e ambiental do modal hidroviário no país.

Hidrovia do Paraguai tem cerca de 600 km em território brasileiro utilizados para transporte hidroviário. Foto: MPor / Divulgação

Segundo o Plano Nacional de Viação (PNV), a malha hidroviária economicamente navegável pode chegar a 41,7 mil km no Brasil. Ou seja, o número atual representa pouco menos da metade desse potencial, indicando que ainda há muito espaço para expansão.


A região Norte liderou o crescimento no período, com aumento de 3,56% da malha navegável destinada ao transporte de cargas e passageiros. Os números reforçam a importância de rios amazônicos como eixos logísticos estratégicos.

Hidrovias como vetor de eficiência

O transporte hidroviário vem ganhando espaço na agenda econômica por combinar menor custo logístico com ganhos ambientais expressivos. De acordo com o MPor, esse modal emite até cinco vezes menos poluentes do que o transporte rodoviário e 1,5 vez menos carbono do que o ferroviário, sendo considerado uma das alternativas mais limpas da matriz nacional.

Rio São Francisco. Foto: Cleferson Comarela, via MPor / Divulgação

Os investimentos em infraestrutura hidroviária são fundamentais para tornar o transporte mais eficiente, reduzir custos logísticos e ampliar a competitividade, fortalecendo toda a cadeia econômica e produtiva do país– destacou Silvio Costa Filho, Ministro de Portos e Aeroportos

Com essa visão, o governo federal prevê cerca de R$ 30 bilhões em investimentos no setor portuário e hidroviário entre 2023 e 2026, por meio de concessões e parcerias com a iniciativa privada. A expectativa é de que, com a expansão da malha e dos terminais, a movimentação de cargas pelas hidrovias alcance entre 25 e 30 milhões de toneladas anuais até 2030.

 

Náutica Responde

Faça uma pergunta para a Náutica

    Relacionadas

    Como acelerar a descarbonização da navegação? Painel do JAQ Hidrogênio debateu estratégias

    Diretor de Tecnologia do Itaipu Parquetec, mentora de Mobilidade a Hidrogênio da SAE Brasil e diretor de Meio Ambiente do Porto de Paranaguá discutiram o tema

    Na COP30, presidente da CETESB se surpreende com tecnologia do JAQ H1: "é uma revolução"

    "Estamos juntos na mesma missão de salvar o planeta", declarou Thomaz Toledo, que destacou a iniciativa do barco

    "Esperança para o transporte pelo mar": Governador do ES fala sobre JAQ H1

    Em visita à embarcação pioneira do Projeto JAQ na COP30, Renato Casagrande comentou sobre a importância da iniciativa

    Governador do Piauí visita o JAQ H1 e afirma: “fica claro que é viável substituir combustíveis fósseis”

    Rafael Fonteles conheceu a embarcação 100% movida a hidrogênio verde nesta quarta-feira (12), durante a COP30

    Governador do RS enxerga JAQ H1 como inspiração: "Uma grande oportunidade para todos"

    Eduardo Leite visitou o primeiro barco-escola do mundo movido a hidrogênio durante a COP30 e destacou o potencial econômico e ambiental da tecnologia