Classic Boat Festival agitou o fim de semana na Guarapiranga
O Yacht Club Paulista (YCP) proporcionou momento marcante para associados e visitantes da terceira edição do Classic Boat Festival. As 45 embarcações expostas à margem da Represa Guarapiranga, na água e nas vagas secas, levaram os amantes da náutica a viajar no tempo, mais especificamente nas décadas de 1950, 60 e 70, ao contemplarem modelos raros e impecáveis que marcaram época.
Entre os barcos antigos que mais encantaram o público neste fim de semana (27 e 28), vale destacar as lanchas Nikita, uma Runabout de 1948, e Annita, impecável réplica da italiana Riva, e também o hidroplano Miss Biela entre outros. Além da exposição, o público acompanhou no píer do YCP a partida dos barcos para a charmosa Parada Clássica ao redor da represa, com famílias a bordo formadas por várias gerações.
A exemplo do Classic Sailing Festival dedicado à memória da vela em 2016, o Classic Boat deste ano reforçou a tradição do YCP em respeitar e reverenciar a náutica no País. “Para fazermos o novo, precisamos valorizar o clássico e para criarmos é necessário resgatarmos a história. Os jovens que manterão nossas tradições precisam ter acesso a essas informações”, ressaltou o Comodoro do YCP, José Agostini Roxo. “Temos que manter o clube vivo”
Fotos: Divulgação
A velocidade da motonáutica atraiu a atenção dos convidados com as aceleradas do hidroplano Miss Bela, de 1969, ao largo do clube. Ao retornar à terra e retirar o capacete, o piloto Roberto Keller contou a história do barco. “Foi fabricado por Maurício Assumpção, apaixonado por motonáutica e criador do Salão do Automóvel. O nome Miss Bela é uma homenagem à cadela boxer que eu tinha na época. Cresci vendo meu pai, Daniel, pilotar e correr. Ele foi associado do YCP e campeão brasileiro de motonáutica”.
Em meio ao ambiente festivo e repleto de romantismo, o comodoro Roxo homenageou Eurico Sodré, fundador do YCP em 1932 e associado número um. Uma placa foi entregue a Eurico de Azevedo Sodré Neto, herdeiro da carteira social “Nº 1”. O outro avô de Eurico, Alípio Borba, era engenheiro e fez curso nos EUA especialmente para projetar a barragem da Guarapiranga que ajudou a dar forma à represa..
“Eu nasci aqui. Vínhamos nos fins de semana para a represa, que era só mato. Para se ter ideia, a água era potável. Velejadores e remadores costumavam beber a água da própria represa in natura nos intervalos das regatas. Tive aulas de vela com Joerg Bruder (um dos maiores velejadores do País e ilustre atleta do YCP, tricampeão mundial de Finn)”, orgulha-se Eurico Neto, que velejava na classe Universitário, barco semelhante ao atual Optimist.
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