Tipos de proa: conheça os diferentes formatos e a indicação para cada barco
Desenho desta parte da embarcação pode afetar drasticamente o desempenho do barco
Como todo navegante tarimbado sabe, o tipo de proa deve ser definido ainda na fase do projeto do barco e de acordo apenas com o uso para o qual o modelo se destina. Cada formato exige um desenho diferente, em função, principalmente, do tipo de navegação que ele terá.
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Ultimamente, as proas de alguns veleiros e lanchas passaram a ficar perpendiculares à linha d’água, ou mesmo com a parte inferior mais lançada, em um ângulo invertido.
Mais do que modismo ou tentativa de dar aos barcos um perfil mais agressivo, estes novos e incomuns formatos de proa revelam uma tendência, mas — atenção! — isso não quer dizer que você deva colocar isso como ponto básico na hora de escolher o seu próximo barco.
Há, afinal, razões técnicas e não apenas estéticas para cada tipo de proa. “Inovações são sempre bem-vindas, desde que adotadas com critério”, adverte Márcio Schaefer, projetista dos barcos da Schaefer Yachts.
Caso o intuito seja, por exemplo, apenas passear com uma lancha cabinada, com flybridge, acima dos 40 pés, uma proa mais arredondada aumenta consideravelmente o conforto a bordo, uma vez que esse tipo de barco é projetado para navegar em águas costeiras.
Já se o objetivo for pescar em mares mais abertos, o melhor é uma proa mais afilada. “O mesmo tipo de proa que melhora o comportamento de um barco na água pode arruinar o desempenho de outro, dependendo do modelo”, afirma o projetista.
Antes de escolher o desenho, portanto, é preciso definir o uso que o barco terá. NÁUTICA explica, abaixo, algumas características de cada tipo de proa.
Sete tipos de proa para encarar as ondas
Proa com bulbo
A proa com bulbo é a típica proa de cascos deslocantes, como navios e trawlers. Nela, o bulbo fica um pouco abaixo da linha d’água, o que reduz a resistência e, consequentemente, aumenta a velocidade, além de diminuir o consumo de combustível. Esse bulbo, contudo, pouco interfere na capacidade do casco de enfrentar mares agitados.
Multicascos com proas wave-piercing
Como o nome indica (“wave-piercing” quer dizer algo como “furar a onda”), este tipo de desenho faz com que a proa mergulhe nas vagas, tal qual as proas invertidas.
Os barcos que utilizam proas wave-piercing geralmente são trimarãs, cujos cascos laterais são mais esguios, enquanto o central é bem volumoso e, quase sempre, fica fora d’água. Há lanchas de passeio que foram lançadas com este tipo de proa.
Proa lançada em V
A proa lançada em V é típica das lanchas de lazer, usada também em alguns navios. Seu formato, em V, ajuda a amortecer o impacto das ondas. Com o barco planando, o bico lançado diminui a resistência à água. Em caso de mar agitado, esta característica também evita que o casco mergulhe nas ondas.
Proa lançada para veleiros
Típico dos barcos a vela mais antigos, a proa lançada para veleiros já caiu em desuso. A grande inclinação na proa garante bom desempenho em mar aberto, mas diminui o comprimento de linha d’água e limita o espaço na cabine de proa.
Proa reta ou pouco lançada
Formato da proa das lanchas mais antigas e, curiosamente, também de algumas ultramodernas, como as dos estaleiros Wally, Axopar e Zonda. Inspiradas nos veleiros da classe IMS, a proa reta ou pouco lançada deixa o casco mais veloz, mas levam o barco a mergulhar em alta velocidade, pois não tem muito volume.
Proa invertida
A proa invertida é desenhada para furar a onda, em vez de escalá-la, o que resulta em um navegar mais suave, porém molhado. Esse tipo de proa é usada em alguns barcos militares e em raros barcos de cruzeiro. Um casco com esta proa exige que a área habitável do cockpit seja localizada o mais próximo possível da popa, já que a parte da frente é lavada constantemente.
Proa lançada em V, com flare
Variação da proa lançada em V, a proa em V com flare é mais usada em lanchas de pesca em alto-mar. Debaixo d’água, o V do casco é bem acentuado, mas na parte superior assume uma curva lateral invertida, ou seja, abaulada para fora, para direcionar a água de volta ao mar, mantendo o barco mais seco. Em virtude do grande volume de casco acima da linha d’água, o barco dificilmente mergulha em ondas maiores.
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