Federação de Vela Adaptada destaca acolhimento no esporte durante Brasília Boat Show

Entidade já levou mais de 1.500 pessoas com deficiências físicas e intelectuais para velejar pelas águas da cidade

Por: Redação -
19/08/2024
Foto: Daniel Xavier e Carlos Roberto/ Revista Náutica

Para a Federação Brasiliense de Vela Adaptada, o verbo ‘velejar’ só faz sentido se o complemento for ‘para todos’. Nascido em 2009, o projeto comandado por Mauro Osorio vê no esporte a oportunidade de acolher seja quem for ao levar, para as águas, pessoas com os mais diferentes tipos de deficiência.

Ao longo de 15 anos de trabalho, a federação proporcionou a experiência da vela a mais de 1.500 alunos. Foi justamente para espalhar conhecimento e inclusão que a entidade atracou na primeira edição do Brasília Boat Show.

Lago Paranoá, durante Brasília Boat Show. Foto: Daniel Xavier e Carlos Roberto/ Revista Náutica

À NÁUTICA, o fundador do projeto contou que tudo começou com seu desejo de voltar a dar aulas de vela — algo que fez pela primeira vez por volta dos 16 anos de idade. Após assistir às Paralimpíadas de Pequim, em 2008, e ver que havia um representante brasileiro no esporte, decidiu se tornar um fomentador de atletas.

 

“Quis dar aula de vela para pessoas com deficiência. Inicialmente, com a ideia de alto desempenho, com participação em regatas”, conta. Na época, o projeto era vinculado ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e somente pessoas com deficiências físicas eram contempladas.

Foto: Divulgação

Não demorou muito para a Federação tomar uma abrangência maior. Hoje, inicia na vela pessoas com deficiências físicas, visuais, auditivas, intelectuais, com autismo e crianças com câncer.

 

São mais de 200 participantes nas aulas semanais — que acontecem de terça a sexta — e nos aulões aos sábados, em que todos os barcos vão para a água, incluindo os maiores, que também levam os pais na companhia das crianças atendidas.

Acessibilidade e inclusão nos veleiros

A Federação conta com 24 barcos, sendo 14 da classe Hansa — barcos universais reconhecidos pela World Sailing. “Ele foi criado com a proposta de atender à pessoa deficiente, mas o projetista sempre ressaltou que é para todo mundo velejar nele”, explica Mauro.

Foto: Divulgação

Em cada um, cabem duas pessoas. Isso quer dizer que, em um único dia, 28 alunos podem velejar pelas águas brasilienses nesse  modelo.

 

Os barcos Hansa são todos australianos. Mauro conta que a Federação ganhou um edital para projetos sociais que o governo da Austrália fez no Brasil e que, a partir disso, conseguiu solicitar a compra dos veleiros.


Atualmente com 62 anos de idade, o presidente da Federação acumula 58 anos de vela — já que começou no esporte aos quatro anos, com o pai. Em sua trajetória, chegou a ser timoneiro do campeão olímpico Lars Grael ao competir, em dupla com ele, por volta dos 12 anos.

 

Na Federação, além de inserir a vela na vida de inúmeras pessoas, teve o prazer de ver uma de suas antigas alunas, Ana Paula Marques, a conquistar o título de campeã mundial de vela.

1º Brasília Boat Show

O 1º Brasília Boat Show reuniu, em formato boutique, grandes destaques do mercado náutico e uma programação para toda a família. O evento atracou pela primeira vez no Centro-Oeste, nas águas do belo Lago Paranoá, entre os dias 14 e 18 de agosto.

Foto: Victor Santos/Revista Náutica

Lanchas, pontoons e jets foram expostos ao público na capital federal, inclusive com a possibilidade de test-drive de barcos. O Brasília Boat Show mostrou ainda opções de motores, equipamentos e diversos acessórios para embarcações.

 

E teve mais: exibição de barcos clássicos de décadas passadas, rally náutico e uma programação completa de lazer, com esportes aquáticos gratuitos, palestras e apresentações musicais.

 

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