IMOCA conclui Transat Jacques Vabre com mais um recorde


A edição 2017 da Transat Jacques Vabre – maior regata transatlântica do mundo – foi marcada por mais um recorde na classe IMOCA. Os 13 barcos que largaram de Le Havre, na França, concluíram o percurso. O último foi o Mary – Etamine Du Lys, que cruzou a linha de chegada na Baía de Todos-os-Santos às 14h17 (Horário de Brasília) desta quarta-feira (22).
Nas outras edições, pelo menos um 60 pés ficou pelo caminho. Outra marca batida foi a de melhor tempo da regata até Salvador, na Bahia. O St Michel – Virbac foi o campeão com 13 dias, 7 horas e 36 minutos para 8 mil quilômetros de travessia.
”A gente tem um barco que navega menos, mas é mais sólido. Estamos muito surpresos de todos estarem aqui”, disse Romain Attanasio, do Mary – Etamine Du Lys. ”São barcos que navegaram muito nas últimas temporadas da vela oceânica. Na última edição, a regata saiu com 20 veleiros na largada e terminou com nove em Itajaí”.
”Acredito que o fato está relacionado à preparação das equipes e às condições de vento no percurso. Estamos ficando cada vez menos enjoados a bordo”, brincou Aurélien Ducroz, também do Mary – Etamine Du Lys.
Durante os 8 mil quilômetros, os velejadores pegaram ventos fortes, mas as rajadas mais significativas não passaram de 80 km/h.
Sobre a IMOCA
IMOCA é a abreviação de International Monohull Open Class Association. A categoria é usada na volta ao mundo em solitário Vendée Globe. Os 60 pés, com ou sem fólios, estão entre os monocascos de regatas oceânicas mais rápidos da atualidade. A classe está em constante inovação, principalmente na construção do mastro, quilha e dos fólios.
Mas a tecnologia não quer dizer garantia de resultado. O SMA, vice-campeão da IMOCA, é um modelo mais antigo e sem os fólios, que literalmente fazem os barcos planar mais. A dupla Paul Meilhat e Gwenole Gahinet até tentou colocar os fólios, mas optou por seguir somente com a bolina, que é uma lâmina presa à quilha para evitar o deslocamento lateral do barco.
”No início do ano, não sabíamos o que esperar para a Transat Jacques Vabre. As nossas condições eram piores. Não sabíamos se poderíamos pegar pódio. Ficamos surpreendidos com a performance do barco e a posição que conseguimos manter. Foi bastante gratificante terminar em segundo lugar”, explicou Gwenole Gahinet, skipper do SMA.
Atualmente, a classe IMOCA é uma das mais representativas no cenário da vela internacional e mantém uma das comunidades de praticantes mais ativas no mundo. Em 2019, a Transat Jacques Vabre deve ter mais de 20 IMOCA por ser um teste para a Vandée Globe 2020.
RESULTADO FINAL
1 – St Michel – Virbac – 13 dias, 7 horas e 36 minutos
2 – SMA – 13 dias, 13 horas e 58 minutos
3 – Des Voiles e Vous! – 14 dias, 1 horas e 31 minutos
4 – Malizia II – 14 dias, 21 horas e 31 minutos
5 – Bastide Otio – 15 dias, 3 horas e 59 minutos
6 – Initiatives-Coeur – 15 dias, 7 horas e 40 minutos
7 – Bureau Valée 2 – 15 dias, 16 horas e 2 minutos
8 – Generali – 16 dias e 34 minutos
9 – La Fabrique – 16 dias, 2 horas e 4 horas
10 – Vivo à Beira – 16 dias, 5 horas e 20 minutos
11 – La Mie Câline-Artipôle – 16 dias, 17 horas e 7 minutos
12 – Newrest – Brioche Pasquier – 16 dias, 21 horas e 41 minutos
13 – Mary – Etamine Du Lys – 17 dias, 3 horas e 42 minutos
Náutica Responde
Faça uma pergunta para a Náutica
Relacionadas
Além dos motores, modelo italiana carrega soluções interiores projetadas com responsabilidade ambiental
Ferramenta voltada ao litoral norte de SP utiliza algoritmos de aprendizado de máquina para prever desastres
Mais de 30 barcos fabricados em solo nacional estão atracados no evento -- e a maioria já passou pelos Boat Shows do Brasil
Nomeado de BR4, o micro-organismo produz um material que pode ser usado na fabricação de embalagens realmente sustentáveis
Sob o comando de Martine Grael, o Mubadala Brazil SailGP Team alcançou a 10ª colocação em Sydney