Iniciativa da ONU propõe ações em prol da saúde do oceano

A Década dos Oceanos propõe ações em prol da saúde oceânica por meio de cooperação internacional

Por: Redação -
01/01/2023

A Década dos Oceanos é uma iniciativa da ONU para mobilizar governos, setor privado, cientistas e todos nós em ações transformadoras baseadas em conhecimento científico em prol da saúde do oceano — e tem mobilizado muitas empresas.

Os oceanos concentram a maior biodiversidade do planeta e, embora o setor empresarial tenha investido em medidas sustentáveis para o meio ambiente, muito menos atenção é dada ao ambiente marinho. Por essa razão, a Organização das Nações Unidas – ONU declarou o período de 2021 a 2030 a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável. A meta é ter um oceano limpo até 2030.

Também conhecida como Década dos Oceanos, a iniciativa propõe ações em prol da saúde oceânica por meio de cooperação internacional, incentivando a pesquisa científica e as inovações tecnológicas voltadas para a limpeza, segurança e sustentabilidade dos mares, oceanos e zonas costeiras.

 

Embora seja impactado por conta da pesca, poluição e perda de habitats, o oceano guarda a maior biodiversidade do planeta, e é também o maior potencial de novos negócios sustentáveis.

 

Além da manutenção dos ecossistemas, fluxo de energia, regulação climática, alimentos (17 a 50% do consumo de proteína animal mundial vem do oceano), bem-estar humano (lazer) e aspectos culturais, existe um enorme potencial de uso sustentável da biodiversidade marinha, em especial de aspectos biotecnológicos que trazem oportunidade de inovação e ampliação de negócios sustentáveis.

O Brasil possui a Amazônia Azul, com uma estimativa de que mais de 20% do PIB nacional venha do oceano e zona costeira. A economia azul necessita de ações interdisciplinares, que integre diferentes setores da sociedade e que desenvolva a ciência, tecnologia e inovação, como a inteligência artificial associada à coleta de dados, contribuindo para a conservação e uso sustentável do oceano.

 

Porém, existe muito sobre a biodiversidade marinha a ser descoberto, e as empresas podem investir neste conhecimento que será a base para o desenvolvimento sustentável.

Muitas ações têm sido realizadas, mas o Seabed 2030 é um programa emblemático da Década dos Oceanos. Trata-se de um projeto colaborativo entre a The Nippon Foundation e o General Bathymetric Chart of the Oceans (GEBCO) para fazer o mapeamento completo dos oceanos do mundo até 2030 e compilar todos os dados batimétricos no GEBCO Ocean Map, disponível gratuitamente. Lançado há 5 anos, o Seabed 2030 mapeou em alta resolução até agora 23,4% do fundo do mar.

“Apesar de cobrir mais de 70% do planeta, nosso conhecimento do que está abaixo da superfície azul foi severamente limitado. Sem essa informação crucial, não podemos ter um futuro sustentável — um mapa completo do fundo do oceano é a ferramenta que faltava para nos permitir enfrentar alguns dos desafios ambientais mais prementes do nosso tempo, incluindo as mudanças climáticas e a poluição marinha. Isso nos permitirá salvaguardar o futuro do planeta”, disse Mitsuyuki Unno, diretor executivo da The Nippon Foundation, durante a última Conferência da ONU, em Lisboa.

Um mapa completo do fundo do mar é necessário por uma série de razões, inclusive para o futuro da humanidade. O oceano impulsiona os sistemas globais que tornam a Terra habitável para nós — oxigênio, água potável, grande parte de nossa comida e o clima são, em última análise, regulados e fornecidos pelo mar.

 

A topografia do fundo do oceano também ajuda a identificar os perigos subaquáticos e informar a gestão sustentável dos recursos marinhos e o desenvolvimento de infraestrutura.

 

Enquanto a poluição por plásticos é a mais abordada na discussão atual, muitos outros poluentes, como fertilizantes, resíduos químicos, efluentes industriais, entre outros, impactam a zona costeira. Um desafio dado pela ONU é apresentar soluções inovadoras que integrem as ações empresariais em prol da biodiversidade às agendas globais e demandas sociais.

Empresas do mundo todo estão avaliando as oportunidades para assumir um papel de destaque nesse movimento global. No Brasil, inúmeras ações têm sido realizadas sob a liderança da Unesco e Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações que envolvem desde políticas públicas a programas de engajamento social. Considerar o oceano, a biodiversidade costeira e marinha e a economia azul são oportunidades que farão a diferença ao longo dessa década.

 

A Panerai, por exemplo, assumiu o compromisso por uma relojoaria sustentável. À medida que as mudanças climáticas se firmaram como realidade, a sustentabilidade se tornou elemento orientador em todos os níveis da empresa. O prédio que abriga as operações da Panerai dá o tom para o cuidado com o meio ambiente e com as práticas conscientes em seu interior.

 

Trata-se de um edifício excepcionalmente moderno, que adere aos mais altos padrões para redução das emissões de dióxido de carbono a zero, com a implementação de diversos processos de reciclagem e o uso inteligente de recursos renováveis, como o reaproveitamento de água da chuva (economia de 225 mil litros por ano) e 100% da eletricidade no sistema hidrelétrico para alimentar o processo de fabricação.

 

 

Além disso, a Panerai está na vanguarda do desenvolvimento de materiais. O eSteel™ é um metal de última geração obtido a partir de sucata de aço 100% reciclada, proveniente de diferentes indústrias.

 

Em 2021, a Panerai apresentou o eLAB-ID™, um relógio conceitual com o mais alto percentual de material reciclado da história. Até 2025, 30% das coleções da empresa serão produzidas com materiais reciclados.

 

Como uma marca cujo legado está intimamente ligado à exploração submarina, a Panerai acredita ser fundamental melhorar a saúde dos oceanos, por isso firmou parceria com o COI-UNESCO – Instituto Oceanográfico Intergovernamental Comissão da UNESCO – para desenvolver o programa Ocean Literacy.

 


A colaboração de dois anos se concentrará na educação, ciência cidadã e envolvimento da indústria. O objetivo é explicar aos alunos de 100 das melhores universidades do mundo como uma marca de luxo como a Panerai pode ser uma força positiva contra as mudanças climáticas e a poluição dos oceanos e motivá-los a pensar sobre o oceano de forma diferente, mas principalmente para se tornarem agentes ativos de mudança.

 

A essência do programa Ocean Literacy é transformar conhecimento em ação. Além disso, alunos e professores terão a oportunidade de participar de um dia de coleta de plástico organizado em cada país pela marca para contribuir ativamente para a saúde ambiental do local onde vivem.

 

“Ocean Literacy é mais do que informar o público, capacita as pessoas a serem agentes ativos de mudança e sentirem-se capazes de traduzir o conhecimento em ação”, diz Francesca Santoro, especialista em Programas do COI.

 

“Empresas como a Panerai podem ter um grande impacto sobre o meio ambiente, mudando a forma como produzem bens, mas também convencendo o público da importância desses objetivos”.

 

Para o CEO da Panerai, Jean-Marc Pontroué, a responsabilidade é de todos: “Como empresa, temos a responsabilidade de estarmos ativos e apoiarmos a necessidade urgente de mudar e ajudar a proteger nosso Planeta, capacitando todos a tomar medidas diretas para cuidar disso também. Quanto mais trabalharmos juntos, melhor”.

 

Outro compromisso da Panerai vai contribuir para sua Iniciativa de Conservação do Oceano, desenvolvida em parceria com o COI-UNESCO. A empresa e a Razer, marca líder global de estilo de vida para gamers, firmaram parceria com a organização ambiental sem fins lucrativos Conservation International para apoiar a pesquisa de espécies marinhas.

 

A parceria se concentrará no monitoramento por satélite das arraias Manta e para coletar dados, incluindo temperatura, profundidade e localização. O programa das arraias Manta é liderado pelo renomado cientista e conservacionista marinho Mark Erdmann, da Conservation International.

 

“Os dados contínuos de nossa pesquisa sobre arraias Manta nos levou ao desenvolvimento de meios de vida sustentáveis com oportunidades para as comunidades locais, apoiar a criação de novas áreas de proteção e contribuir com informações para mudanças na política que protegem essas espécies e seu ambiente oceânico. Nós estamos animados para ampliar este programa junto com Panerai e Razer”, diz Erdmann.

 

A Razer também compartilha com a Panerai compromissos pela sustentabilidade, e lançou seu programa de 10 anos para proteger a natureza e preservar o meio ambiente, em 2021. Desde então, liderou a tarefa de tornar a sustentabilidade endêmica em seus jogos, oferecendo à sua comunidade de jogadores ainda mais maneiras de se envolver em suas causas verdes.

 

“O objetivo da preservação dos oceanos é uma consideração indispensável em tudo o que fazemos, na fábrica e além dela. Nossa parceria com a Razer e a Conservation International não é exceção e demonstra nossa abordagem de 360 graus para melhorar o ambiente marinho e o meio ambiente em geral. O projeto mostra de forma convincente que proteger a vida selvagem oceânica não é um jogo de soma zero. Em vez disso, ao proteger a Manta estamos apoiando um ecossistema saudável, incluindo as pessoas que fazem parte dele”, diz Jean Marc Pontroué, CEO da Panerai.

Fluxo do plástico

A cada ano, 242 milhões de toneladas de resíduos plásticos são gerados no mundo e, desse total, cerca de 8 milhões chegam aos oceanos. O Brasil é o 16º país que mais contribui para a poluição de plástico no oceano e, considerando a permanência do cenário atual, tende a dobrar até 2030.

 

As estimativas indicam que os resíduos gerados em terra contribuem com até 80% dos resíduos de plástico no ambiente marinho.

 

Para mudar essa situação, a Rede Brasil do Pacto Global da ONU criou o Projeto Blue Keepers, iniciativa nacional que busca combater a poluição plástica nos oceanos no curto, médio e longo prazos, unificando esforços de empresas de todos os setores, diferentes níveis de governo e da sociedade civil.

O projeto conta com o patrocínio da Braskem, Alpargatas, Cetesb, Unibes Cultural, Firjan, Fundação Avina, Fundação Grupo Boticário e apoio da Universidade de São Paulo (USP), entre outras entidades.

 

Inicialmente, o foco é realizar um estudo para mapeamento das fontes de resíduos plásticos no Brasil, a fim de identificar quais são os focos de ação que irão nos levar aos melhores resultados em termos de volume de material recuperado.

Do barco para o pulso

Embaixador da Panerai e amigo da marca desde 2001, o velejador Mike Horn participou do desenvolvimento do primeiro relógio feito de materiais reciclados, quando um pedaço do eixo do barco Pangea que ele usa para circunavegar o mundo nas condições mais extremas foi reutilizado para produzir a caixa do relógio Panerai Submersible Eco Pangaea, em 2020.

 

Com edição limitada a apenas 5 unidades, os donos tiveram acesso a uma experiência única, guiada pelo explorador Mike Horn, que aconteceu no Polo Norte, baseada nos alicerces comuns à Panerai e a Mike Horn, como compartilhamento de valores de vida, paixão pelo mar e a consciência pela importância de salvar e defender nosso Planeta.

Niterói saiu na frente

Niterói foi a primeira cidade brasileira a lançar um site sobre a Década do Oceano. A plataforma Oceano Que Queremos reúne iniciativas desenvolvidas na cidade e ligadas aos mares e oceanos, já com 12 projetos cadastrados, e histórias de heróis do oceano, com pessoas que contribuem para a manutenção da qualidade ambiental das praias e do oceano em Niterói.

 

Qualquer pessoa pode inscrever a sua iniciativa e fazer parte da Agenda Municipal de Niterói. Basta preencher o formulário e se cadastrar.

 

A iniciativa faz parte da Agenda da Década da Ciência Oceânica do município e conta com informações sobre a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável e tudo que abrange o assunto.

 

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