Istambul coloca o primeiro rebocador totalmente elétrico do mundo em funcionamento
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O primeiro rebocador totalmente elétrico do mundo, chamado Gisas Power, foi construído pela Zeetug — Zero Emission Electric Tug Boat, e é o primeiro da categoria a entrar em ação, no porto de Tuzla Aydınlı Bay. A expectativa é de que seja responsável pela redução de 210 toneladas de CO2 e 9 toneladas de NOx (óxido nítrico e dióxido de nitrogênio) só em seu primeiro ano de trabalho. Os cálculos foram feitos ao comparar com um rebocador a diesel de tamanho semelhante.
O Gisas Power, propriedade da GISAS Shipbuilding, possui design feito pela Navtek Naval Technologies, e foi projetado especialmente para o porto em que opera, já que o local possui inúmeras restrições ambientais e de navegação. O pedido de Gisas à Navtek foi a fabricação de rebocadores portuários que, além de ter emissões de gases mais baixas, também tivesse seu tamanho reduzido em comparação à frota anterior. Em 2018, com a embarcação ainda em fase de testes, o vice-presidente da Navtek explicou que “o rebocador funcionaria em um ambiente muito estreito e apertado, razão pela qual optamos por um sistema de propulsão totalmente elétrico, movido a bateria, em vez de uma solução híbrida.”
A embarcação tem comprimento total de 18,7 metros, ou 61 pés, e 32 toneladas de Bollard Pull (BP), unidade utilizada para avaliar a força de rebocadores. Há especificidades nessa categoria de barcos, mas um rebocador de classificação média possui cerca de 40 a 45 toneladas de BP, e os mais potentes são avaliados em 60-65T BP. Já o sistema de propulsão elétrica integrado Zeetug conta com duas baterias de íon-lítio de 1 450 kW. O sistema de armazenamento de energia é o Orca (ESS), da Corvus Energy. Como medida protetiva, o Gisas Power foi equipado com duas salas extras de bateria, uma à frente e outra na parte posterior do barco, ambas mantidas em temperatura constante por um sistema de refrigeração de ar.
A carga diária do rebocador vem de uma estação de carga rápida em terra (QCS) e todo o sistema é monitorado pela Smart Tug Energy Management Sistem (STEMS). Tanto a estação de carga rápida quanto o sistema de monitoração pertencem à Navtek, que possui um software para rastrear a velocidade do rebocador, velocidade do motor, consumo de energia, temperatura do motor da bateria e o estado de carga da bateria, fornecendo feedback e ações sugeridas ao capitão.
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Os motores elétricos são o sistema de propulsão ideal para determinados rebocadores, já que podem gerar muita potência instantaneamente e em baixas velocidades. Eles também oferecem grande economia de combustível, que é a segunda maior despesa desse tipo de embarcação. Geralmente, os motores de rebocadores costumam ser combinados com motores a diesel — seja em um sistema híbrido ou operando separadamente como propulsores de direção. Este arranjo propõe algumas vantagens ambientais e de custo para aqueles que não podem ter acesso à carga diária.
O Gisas Power (ou Zeetug-30, como é chamado o sistema), é o primeiro rebocador totalmente elétrico em operação no momento, mas não o único em obras. A empresa holandesa de construção naval Damen Shipyards e a produtora sueca de baterias/células de combustível Echandia anunciaram uma parceria que se concentrará no mercado global de rebocadores. Eles estão construindo o rebocador 70T BP totalmente elétrico para o Porto de Auckland, na Nova Zelândia. Já no Japão, a proposta para essa embarcações é outra: a E5Lab e a Tokyo Kisen estão com planos para a construção de dois rebocadores híbridos. A associação, no entanto, não é entre um sistema elétrico e outro a diesel, mas a bateria e células de combustível de hidrogênio. Eles serão implantados nas cidades de Yokoshima e Kawasaki. Com células de combustível provenientes de fontes renováveis como o hidrogênio, a emissão de gases nocivos é totalmente nula.
Todo rebocador é construído com um propósito claro: o de duração. Assim, é improvável que haja troca total de propulsão nas frotas em tão pouco tempo. Por outro lado, tudo indica que essa inovação se tornará cada dia mais presente nesse cotidiano. A própria Gisas já encomendou mais dois Zeetugs, um com 30 toneladas de amarração e outro com 45 toneladas. Ambas as construções estão em andamento.
Por Naíza Ximenes, sob supervisão da jornalista Maristella Pereira
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