Marola é coisa séria
Marolas são, provavelmente, o maior incômodo que um barco pode causar a outro. E, dependendo do tamanho dos barcos, podem ser bem mais perigosas do que o seu singelo nome (marola = ondinha pequena) sugere. Basta que a ‘vítima’ seja um barquinho menor que o seu, como, por exemplo, as canoas dos pescadores, que vira e mexe passam sérios apuros na guerra contra as grandes lanchas de passeio. Veja três maneiras simples de driblar as marolas.
1 – Totalmente de proa
Se a marola de um barco bem maior que o seu for lhe alcançar, altere sua rota de forma a abordá-la totalmente de proa. Mesmo que, para isso, precise alterar o seu rumo por alguns instantes. Mas, atenção: o limite de segurança para qualquer manobra desse tipo é de, no mínimo, três vezes o comprimento de um barco para o outro.
2 – Fazendo zigue-zague
Se você preferir chacoalhar em vez de levar pancadas no casco, a melhor maneira de vencer as marolas alheias é fazendo um zigue-zague nelas. Para isso, aborde-as quase paralelamente às ondulações, tentando o menor ângulo possível. Você ficará no sobe-e-desce, mas sem maiores impactos no casco.
3 – De carona na marola dos outros
Se você estiver indo no mesmo sentido e em velocidade próxima à do barco que acabou de passar pelo seu, prefira ficar exatamente atrás dele — mas não tão próximo, a fim de evitar acidentes (lembre-se sempre da regra de, no mínimo, três vezes o comprimento do casco). Enfie-se no vão entre as marolas e fique nele, onde chacoalha menos. E o barco da frente ainda “alisará” a superfície da água para você.
Sabia que é proibido?
A legislação náutica brasileira prevê que cada um é responsável pela marola criada pela sua embarcação e pode ser punido por causa dela. Portanto, convém pensar duas vezes antes de navegar com velocidade quando estiver próximo a outros barcos. Se alguém se sentir lesado, pode reclamar à autoridade marítima, bastando para isso apresentar duas testemunhas. A Marinha, então, chamará os dois lados para uma acareação e, caso não se chegue a um acordo, abrirá inquérito judicial. Marola, como se vê, é coisa séria.
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